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T(r)AP(alhada)

A privatização da TAP dá para tudo. Até para Sérgio Monteiro fazer o que disse que não gosta nem costuma fazer.

 

"Se o Estado interviesse numa qualquer empresa para manter postos de trabalho tinha de intervir em todas as empresas do país para manter todos os postos de trabalho. (...) Outros governos, ao contrário de nós, garantiam durante um determinado período de tempo que não havia possibilidade de reduzir o número de trabalhadores nos processos de privatização. Mas depois o que acontecia? Findo esse período havia uma leva de pessoas que saíam".

 

A declaração foi feita pelo secretário de Estado das Infra-estruturas, Sérgio Monteiro, ao Negócios, numa entrevista dada em Novembro último. A afirmação não terminava aqui, já que o governante aproveitava para acrescentar que a ANA e os CTT, privatizados pelo actual Executivo, não despediram.

 

O que Sérgio Monteiro não revelou, na altura, é que iria fazer precisamente o que não gostava de fazer no processo de privatização da TAP. Foi o mesmo Sérgio Monteiro que assinou um acordo com os sindicatos da TAP em que prometeu que seria determinado na privatização a obrigatoriedade do comprador de não proceder a despedimentos colectivos, de cumprir acordos de empresas, de garantir os direitos aos trabalhadores.

 

Então, é legítimo perguntar. Afinal, o Governo sempre intervém na determinação da manutenção dos postos de trabalho? E se intervém numa, vai intervir em todas? Ou há trabalhadores que merecem ser defendidos e outros que não merecem? 

 

Parece que afinal a não intervenção do Estado tem os seus limites. Talvez se chamem eleições.

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