Opinião
O jogo de contradições dentro do BCE
Enquanto a Fed dos EUA está a acelerar a normalização das taxas de juro, na Europa, o BCE quer garantir que todas as possibilidades permanecem em aberto.
O ritmo de retirada de estímulos por parte do Banco Central Europeu (BCE) tem motivado algumas declarações divergentes dentro da instituição. Enquanto alguns membros da entidade liderada por Mario Draghi admitem que é altura para acelerar o regresso à normalidade e defendem o fim do programa de compra de activos no prazo estipulado, outros argumentam que a recuperação na região ainda está muito dependente da política monetária. Mas, a maioria dos discursos aponta no sentido da retirada de estímulos, mais ou menos lenta. Por isso, declarações como a do governador do banco central finlandês despertam alguma admiração. É que segundo Erkki Liikanen, citado pela CNBC, os agentes do mercado que esperam o fim do programa de estímulos em Setembro podem estar enganados. O responsável deixou ainda aberta a porta a uma extensão do plano, citando riscos políticos como um potencial problema para a recuperação económica na região. "A nossa política monetária é e vai ser dependente dos dados económicos", realçou Liikanen. Enquanto a Fed dos EUA está a acelerar a normalização das taxas de juro, na Europa, o BCE quer garantir que todas as possibilidades permanecem em aberto.
Jornalista