Opinião
O difícil equilíbrio de gerir interesses
Os Estados Unidos e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) são dois "players-chave" no mercado petrolífero. Mas, nem sempre os interesses da maior economia do mundo e do cartel estão alinhados.
Bem pelo contrário. Enquanto a maior economia do mundo ambiciona cotações mais baixas, para os maiores exportadores de "ouro negro", quão mais elevados estiverem os preços, maiores receitas vão obter. E foi precisamente para contrariar um ambiente de cotações muito baixas que os membros da OPEP e outros grandes exportadores, como a Rússia, assinaram, em 2016, um acordo para baixar a produção. Os produtores dizem que o objectivo era o reequilíbrio do mercado, os EUA, pela voz de Donald Trump, falam em manipulação. À CNBC, o ministro da Energia e da Indústria do Qatar, Mohammed Bin Saleh Al-Sada, voltou a reiterar que "a OPEP não está a tentar manipular o preço, está a tentar trazer o mercado a um equilíbrio". Certo é que os preços do petróleo continuam a valorizar e seguem em máximos de 2014. Para Trump, a frustração é a Arábia Saudita e outros grandes produtores não lhe fazerem a vontade. No fundo, todos querem defender os seus interesses.
Jornalista