Opinião
A varinha mágica dos juros negativos na Dinamarca
No país dos contos de fadas de Hans Christian Andersen há uma nova varinha mágica. Lars Rohde, o presidente do banco central do país, não teve receios em fazer uso dos juros negativos para puxar pela economia do país. Tem a taxa de referência mais baixa do mundo, em -0,65%.
E apesar de alguns economistas considerarem as taxas abaixo de zero como uma espécie de patinho feio, dados os riscos que podem acarretar no médio e no longo prazo na estabilidade financeira e na inflação, o efeito na Dinamarca aparenta ser milagroso. Cinco anos depois do banco central ter iniciado essa política, as famílias dinamarquesas nunca estiveram tão ricas, segundo dados citados pela Bloomberg.
O emprego cresceu e os salários também. Isso permitiu reanimar o imobiliário e motivar os dinamarqueses a amortizarem dívidas. O dinheiro nos bolsos aparenta ser tanto que nem têm problemas em colocá-lo nos bancos com rendimento de zero ou, em alguns casos, abaixo disso.
Os depósitos bateram um máximo histórico em Dezembro, segundo a Bloomberg. E a aposta em fundos de investimento também bate recordes. Uma prova de que as taxas negativas podem ser milagrosas? Ou apenas um feitiço que mais cedo ou mais tarde será desfeito?