Opinião
Os CEO americanos e Trump. E Jon Snow torna-se político
A correcção durou 24 horas. Donald Trump falou à imprensa e voltou a colocar-se entre os movimentos supremacistas brancos e os militantes anti-racistas. Nada de novo.
O argumento é simples, como é típico de Trump: "Havia pessoas ruins de um lado e também pessoas muito violentas do outro." Assim, "havia muitas pessoas boas dos dois lados". Quem não achou piada a esta posição dúbia foi mais uma série de CEO de grandes empresas americanas que se retiraram do seu comité de aconselhamento, incluindo o da Intel, o da Merck e o da Under Armour. Agora foi o CEO da Walmart, a maior cadeia de supermercados do mundo, Douglas McMillion, a criticar Trump numa carta aos seus 1,5 milhões de colaboradores: "Enquanto víamos os acontecimentos e a resposta do Presidente Trump, sentimos que ele perdeu uma oportunidade única para ajudar a unir o nosso país, rejeitando as acções chocantes dos supremacistas brancos." No Washington Post, Dana Milbank escreve: "Da Trump Tower assistimos ao Presidente dos EUA a declarar que os que protestam contra os nazis são… iguais aos nazis. (…) O nacionalista que se tornou conselheiro Stephen K. Bannon costumava dizer que a sua publicação, a Breitbart, era uma plataforma para a 'alt-right', um eufemismo para os nacionalistas brancos e para os extremistas de direita. Mas agora há uma nova plataforma para a 'alt-right' na América: a Casa Branca. Parece-se cada vez mais como a Casa Branca Nacionalista."
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