Um revés. Entretanto as autoridades desenvolveram uma caça ao homem, encarcerando presumíveis terroristas. Isto enquanto a delegação australiana diz não querer ficar na Aldeia Olímpica porque há canos rotos e perturbações na água e no gás. Uma das estrelas da selecção americana de futebol, Han Solo, vai ao Rio com um kit anti-Zika que, pelo que mostrou no Instagram, é uma espécie de vestimenta contra ataques nucleares. Um pandemónio tropical. Xico Sá, no El País/Brasil, explora a novela: "Terrorismo, óbvio, é coisa séria. Bote sério nisso. As autoridades brasileiras, porém, que levam um olé diário dos PCC bandeirantes e dos comandos cariocas, fazem lembrar, sob os holofotes bajuladores dos telejornais, o genial subgénero do cinema tupiniquim, o terrir, a mistura de terror com humor. (…) Na buena, esse povo cordial brasileiro, incluindo a nossa polícia exterminadora na periferia, já mata mais gente comum todo dia do que qualquer célula islâmica."

No Tribuna da Bahia, Alex Ferraz segue o mesmo prisma: "Mata-se por bala, neste país, mais do que em algumas regiões em guerra no planeta. Mas estamos assustados com este ou aquele massacre terrorista na Europa ou nos EUA, e, não raro, pessoas mais crentes ajoelham-se perante altares agradecendo aos céus pelo fato e o País ter um 'povo pacífico' e não registrar terremotos nem possuir vulcões." Pondo água na fervura, Ricardo Boechat, na revista Isto É, desabafa: "Com o Estado Islâmico desesperado por feitos irracionais, tendo o Brasil de fato entrado na agenda com a prisão de um suposto grupo preparado para agir durante as Olimpíadas, e estando o nosso País envolvido em disputas políticas, não há saída: o Rio de Janeiro será ocupado militarmente." É a vida na cidade maravilhosa.