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Um problema de «governance»

O sector do audiovisual é o espelho do país no que toca à cultura de gestão. Senão veja-se: durante meses especulou-se com a saída de José Eduardo Moniz da TVI para a direcção-geral da SIC. O seu cargo seria ocupado por Emídio Rangel.

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Como a Prisa segurou Moniz, os analistas perguntam agora quem pode ir para a SIC. Rangel? Nuno Santos?

Ao comentar este cenário numa «tertúlia» de negócios, um gestor dizia ser incompreensível que os jornalistas se cinjam apenas a três nomes. «Não há mais ninguém capaz?» Alguém retorquiu: «Esses já provaram. São muitos milhões em jogo, para apostar em desconhecidos.»

A dúvida é legítima: 14 anos depois da abertura do sector aos privados, porque se fala sempre das mesmas pessoas? É certo que estes profissionais, a que se podem juntar José Alberto de Carvalho ou Luís Marinho, sabem muito do ofício. Mas em gestão não pode haver insubstituíveis.

O que leva a concluir que é um problema de «governance»: os accionistas não criaram um modelo para «cultivar» segundas-linhas (criadas na empresa ou vindas de fora) que, no momento certo, assumissem a liderança. E não era preciso inventar muito: a General Electric é um bom exemplo.

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