Opinião
Troca por troca
Quando um Governo quer impor medidas difíceis, pinta o cenário de negro. Está a ser assim com o fecho das maternidades e com a Segurança Social.
Nas maternidades, os motivos não são apenas a segurança e as alterações demográficas. São os gastos na Saúde (razão bastante, aliás): apesar dos esforços, a despesa cresceu 4,6% no primeiro trimestre, ao contrário dos 2,8% orçamentados pelo Governo.
Na Segurança Social também se dramatiza, como se vê no relatório de sustentabilidade: a partir de 2007, o sistema deixa de se auto-sustentar e tem de recorrer ao Fundo de Estabilização Financeira para pagar pensões. E a partir de 2015 esse fundo seca... Será mesmo assim? O próprio relatório admite que não. Mas qualquer especialista sabe que não será muito diferente: 43% dos que se reformaram em 2005 tinham menos de 65 anos. Esta tendência pode-se manter?
Num e noutro caso não há muita volta a dar. Pode-se discutir mais uma décima aqui, ou mais um ano ali. Mas a solução final não será muito diferente. É por isso que o PSD, em vez da demagogia com os nascimentos em Badajoz (???) devia propor um pacto: o país aceita fechar maternidades e a reforma da Segurança Social. O Governo acaba com SCUT gratuitas (custaram mais de 600 milhões de euros em 2005) e reformula o binómio TGV/OTA.