Opinião
Shut up ... and act!
Os resultados de qualquer reforma estrutural não se medem no curto prazo. Sejam quais forem as métricas em causa (v.g. as 33 medidas do Simplex, concretizadas em 88%, que não mudaram nada na relação com a Administração Pública).
Não porque as métricas sejam irrelevantes. Mas porque a contra-informação não deixa saber se se está a comparar alhos com bugalhos. É por isso que o triunfalismo na Justiça devia esperar por resultados mais fiáveis.
Até pode ser que o Governo tenha razão, ao contrário do que dizem os magistrados (uma corporação conservadora).
Mas há razões para desconfiar. Devido à incontida atracção de Sócrates pela propaganda; e porque a acção de relações públicas na Justiça deu jeito para esconder a imagem de derrota no encerramento das "Urgências".
E aqui está o problema: Correia de Campos, embora desastrado no verbo e no estilo, tem o programa certo para a Saúde; mas o primeiro-ministro, exímio na propaganda, está farto de o levar às costas.
Só que em vez de montar uma operação para ofuscar o "apaziguamento" que teve de fazer nas "Urgências" (evento não comparável à "ponte" que marcou o declínio de Cavaco), Sócrates devia ajudar o ministro a desenhar um "plano de media". Com três palavras: "Shut up... and act!"
P.S. – A quem interessa a saída de Paulo Macedo?...