Será que a população de Aveiro, carente de electrodomésticos e produtos electrónicos, abriu os cordões à bolsa face aos preços da cadeia alemã? Ou a facturação da Media Markt em Aveiro tem a ver com a falta de concorrência, neste sector do retalho, naquela cidade?

A explicação, provavelmente, é outra: riqueza não declarada. Ou seja, há uma larga fatia da população que, mercê de vários factores (evasão fiscal, economia paralela, etc.), tem mais poder de compra do que as estatísticas oficiais sugerem. Não é problema exclusivo de Aveiro? Não. Mas é um problema do País e das autoridades: apesar do apertão dado pela Administração Fiscal nos últimos dois anos, há muita coisa que continua a escapar à sua lupa. No caso de Aveiro, e de outras regiões, se se confirmar que o nível de vida de parte da população é superior ao que sugerem as estatísticas oficiais, é caso para sugerir a Paulo Macedo que aperte a malha com que o Fisco pesca naquelas zonas do País.

Para não haver uns que pagam por outros.