Opinião
Ponto de Viragem na Tecnologia
A convergência das tecnologias emergentes tem criado, ao longo dos anos, vários pontos de viragem, todos eles decisivos e a partir dos quais surgiram novas perspetivas e níveis de eficiência, que se repercutiram nas análises financeiras, e enformaram a realidade das décadas seguintes.
A convergência das tecnologias emergentes tem criado, ao longo dos anos, vários pontos de viragem, todos eles decisivos e a partir dos quais surgiram novas perspetivas e níveis de eficiência, que se repercutiram nas análises financeiras, e enformaram a realidade das décadas seguintes.
A maturidade alcançada pela análise da big data, pela cloud, pela mobilidade e pelas redes sociais está a gerar um novo ponto de viragem, confrontando as empresas com a necessidade de reavaliação das suas estratégias digitais. Com estas tecnologias implementadas, as empresas dos nossos dias podem automatizar muitos dos seus processos tradicionais, e desenvolver novas capacidades analíticas que contribuirão para assegurar as suas posições enquanto líderes de mercado na Era Digital.
A concorrência crescente, aliada ao movimento da procura em constante evolução, estão a elevar o nível das apostas no mercado e, consequentemente, as empresas procuram cada vez mais os CFOs quer para avaliarem as decisões de investimento nas TI, quer para as ajudarem a focar melhor com os seus objetivos. Com o seu extenso leque de competências aliado à sua tradicional capacidade de análise, os CFOs dispõe de condições privilegiadas para avaliarem qual o momento mais oportuno para a realização das aquisições de TI por parte das suas empresas, bem como para as ajudarem a alinhar a transformação digital com os seus objetivos futuros.
Os CFOs participam cada vez mais no desenvolvimento das estratégias de investimento e assumem responsabilidades adicionais como "chief technology advisors" dos Conselhos de Administração das suas empresas, oferecendo perspetivas financeiras sobre os negócios, ao mesmo tempo que gerem as tradicionais operações críticas de análise e elaboração de relatórios.
Construindo o Business Case
No novo cenário dominado pelas tecnologias emergentes cabe aos CFOs esclarecerem as oportunidades que estas geram, junto dos executivos de topo das suas organizações. Um dos principais desafios dos CFOs é o de identificarem as oportunidades de que as empresas poderão vir a beneficiar se souberem capitalizar as vantagens oferecidas pela convergência das tecnologias emergentes.Com muitas empresas a dependerem ainda de sistemas legados, e um número ainda maior a debater-se com a incerteza de onde os poderão vir a conduzir estes investimentos tecnológicos, os diretores financeiros precisam fundamentar muito bem os business cases perante os seus Conselhos de Administração, demonstrando o quanto podem ser inteligentes as decisões de aquisição das TI. Os CFOs são os candidatos perfeitos para esta função.
Um estudo mundial, recentemente promovido pela Oracle e pela Accenture[1], sublinha o poder de transformação que os departamentos financeiros têm nas empresas. 68% dos inquiridos afirmaram que os CFOs são poderosos evangelizadores do papel que a tecnologia pode desempenhar nas suas empresas. 66% dos inquiridos revelou acreditar que os departamentos financeiros estão prontos para adotar a mudança e para se adaptarem às tecnologias e aos sistemas emergentes, sublinhando que os CFOs são líderes naturais no que diz respeito a extrair valor das tecnologias de ponta e colocaram-no ao serviço de toda a empresa .
A incerteza gera oportunidades
No entanto, um número significativo de empresas ainda não sabe como direcionar os seus investimentos de TI para garantir que sistemas de informação e aplicações trabalhem a seu favor; 45% dos inquiridos afirmou ter dúvidas quanto à integração dos novos sistemas, revelando que esta é a sua principal preocupação na avaliação dos potenciais investimentos em tecnologias emergentes.
Por tudo isto, os business cases sobre a implementação de novas ferramentas de TI tornaram-se decisivos. Os CFOs podem ajudar os seus gestores a capitalizar estas oportunidades, clarificando a forma como as tecnologias podem otimizar as tarefas do back office e libertá-los para se concentrarem no desenvolvimento de novas ofertas que reforcem o posicionamento das suas empresas no mercado.
Já não basta "estar atento"
As empresas gastam a maior parte do tempo e dos recursos só a manter em funcionamento os seus atuais sistemas. Quase sempre isto acontece em detrimento da alocação de tempo e de orçamentos naquilo que realmente pode impulsionar o crescimento dos seus negócios. Muitas destas empresas ainda confiam as decisões críticas para os seus negócios a informação desatualizada e processos de back-office apoiados em papel, comprometendo a capacidade de tomar decisões financeiras totalmente informadas. Acresce que mais de 2/3 dos CFOs não pode disponibilizar estimativas atualizadas sobre a parte financeira dos seus negócios, e que são fundamentais para os seus CEOs; o que significa que decisões de investimento, potencialmente lucrativas, se estão a atrasar, e que as empresas correm o risco de perder a oportunidade de serem as primeiras a avançar para novos negócios.
As empresas precisam ter uma visão em tempo real sobre os seus níveis de desempenho e a sua posição financeira. As tecnologias emergentes podem oferecer esta visão aos CFOs, permitir que o departamento financeiro automatize todos os processos de backoffice demorados, alcançando-se assim níveis excecionais de eficiência e agilidade operacional nos bastidores, e bem assim capacitando os CFOs para disponibilizarem visões dinâmicas que contribuam para assegurar que o planeamento nas suas empresas passará a ser mais informado. Os CFOs podem construir a sua reputação como peritos em análise e consolidar a sua posição como estrategas de confiança dos seus Conselhos de Administração Executivos.
[1] "Empowering Modern Finance: the CFO as Technology Evangelist", Oracle EMEA 2014