Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Opinião
Eugene Philalithis 23 de Novembro de 2015 às 09:40

Perspetivas para o rendimento de multiativos

Estamos mais centrados em estar corretamente posicionados para quando as taxas de juro aumentarem, sabendo que o "timing" perfeito é raramente possível nestas situações.

  • ...

Embora o ritmo do crescimento global possa abrandar à medida que nos aproximamos de 2016, a economia mundial continua a expandir-se, com os bancos centrais disponíveis para oferecer apoio caso seja necessário. Comentários recentes de Mario Draghi deram fortes indicações acerca da possibilidade de menor restritividade por parte do Banco Central Europeu em dezembro, enquanto o Banco Popular da China adotou uma política mais expansionista em outubro. Isto deverá ajudar a suportar o crescimento em ambas as regiões, bem como a atenuar o possível impacto negativo de um aumento das taxas de juro norte-americanas. Dado o forte relatório relativo ao emprego nos EUA, é agora muito provável que a Fed aumente as taxas em dezembro, salvo se houver um acontecimento excecional.

A indecisão dos bancos centrais no que se refere às taxas de juro pode criar incerteza para os investidores que procuram rendimento, dado o impacto significativo que estas podem ter nos ativos de rendimento fixo. No entanto, as classes de ativos não serão necessariamente reavaliadas logo a seguir com base nas decisões dos bancos centrais. É igualmente importante a mensagem que é passada no período que antecede uma decisão, e as classes de ativos tanto podem ser reavaliadas antes de um anúncio da política como depois. Neste contexto, estamos mais centrados em estar corretamente posicionados para quando as taxas de juro aumentarem, sabendo que o "timing" perfeito é raramente possível nestas situações. Mantemos, por isso, uma posição geral de duração mais curta relativamente a um índice de referência do mercado geral no Reino Unido. A nossa exposição à taxa variável (tal como nos empréstimos) também ajuda a reduzir o impacto dos aumentos das taxas de juro na carteira.

Riscos de inflação podem tornar-se mais relevantes
Claro que o risco de duração é apenas um aspeto que os investidores à procura de rendimento têm de considerar. À medida que nos aproximamos de 2016, muito do efeito da queda dos preços das matérias-primas deverá sair dos cálculos de inflação. Caso a inflação recupere mais depressa que o previsto, quereremos já ter alguma proteção nas nossas carteiras, e estamos atualmente a encontrar oportunidades nas obrigações indexadas à inflação. As melhores oportunidades existem fora do Reino Unido, onde os níveis das "yields" reais são positivas, em contraste com as "yields" negativas do Reino Unido.

Activos de rendimento permanecem vulneráveis aos bancos centrais
Para os investidores que procuram rendimento, as "yields" baixas dos títulos de dívida pública continuam a ser um obstáculo significativo, com riscos adicionais associados às perspetivas para as taxas norte-americanas. Embora desde o início do ano tenhamos visto uma contribuição positiva da dívida de mercados emergentes (DME) em moeda forte, recentemente os "spreads" estreitaram-se e estamos cautelosos acerca da classe de ativos.

Híbridos oferecem um amplo atractivo
Como continuamos a ver valor em todos os ativos híbridos, estamos agora positivos no que se refere a todos os setores dentro desta categoria. Embora estivéssemos já positivos relativamente aos empréstimos, procurámos aumentar gradualmente durante o mês passado, com algumas estratégias a oferecerem um duplo desconto, com tanto o título subjacente como o veículo de investimento a um preço mais baixo.

Dentro do alto rendimento ("high yield"), preferimos agora os mercados norte-americano e europeu, embora estejamos apenas a procurar aumentar marginalmente no último. Estamos a aumentar a nossa exposição aos EUA, saindo do alto rendimento asiático, bem como aumentando a partir de novos fluxos de fundos e de outras áreas. Com níveis de rendimento acima dos 7%, pensamos estar a obter a compensação adequada para o risco de incumprimento. As "yields" atuais estão a oferecer-nos retornos semelhantes aos das ações com significativamente menos volatilidade.

Os níveis das "yields" também estão a mostrar-se atrativos na dívida de mercados emergentes (DME) em moeda local e as avaliações são relativamente (embora não excessivamente) baratas. Os investidores que procuram rendimento também podem beneficiar com a potencial valorização da moeda, ainda que nos mercados emergentes vejamos mais uma estabilização do que uma melhoria. Embora alguns mercados emergentes continuem a ser afetados pelo abrandamento da China e pelos preços baixos das matérias-primas, nem todas as economias sofrem o impacto negativo destes fatores. Olhando o futuro, estamos a ver alguma diferenciação nos ativos de mercados emergentes e uma seleção cuidadosa da estratégia pode ajudar a explorar isto.

Forte desempenho das acções
Continuamos positivos quanto aos ativos de crescimento, que registaram um forte desempenho em outubro. Isto deveu-se em grande parte ao bom desempenho das ações, uma vez que assistimos a uma recuperação da volatilidade ocorrida no verão. As ações que pagam dividendos continuam a ter um lugar importante nas nossas carteiras de rendimento, mas as ações mais focadas no crescimento também são relevantes, dado o seu potencial para crescimento do capital.

Em contraste com as ações, as infraestruturas, de uma forma geral, não registaram alterações significativas durante o mês. Vamos estar atentos à comunicação de outono do Reino Unido por causa das alterações ao regime britânico de subsídios às energias renováveis. Embora no futuro isto possa ter impacto em algumas das nossas aplicações em infraestruturas, os investimentos que agora detemos estão protegidos por acordos legais que garantem o atual regime de subsídios.


Este artigo foi redigido ao abrigo do novo acordo ortográfico.

Ver comentários
Mais artigos do Autor
Ver mais
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio