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Os dois Constâncios

A actuação do Banco de Portugal no dossier BCP e a luta entre PS e PSD colocou-o no centro da disputa política. É lamentável. Porque uma instituição de perfil técnico, ainda por cima regulador de um dos pilares da economia (sistema financeiro), deve estar

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O PSD podia conduzir o processo de outra maneira? Talvez. A forma como o faz (veja-se a crónica de Santana Lopes na TSF, revelando os pormenores da negociação entre Constâncio e o Parlamento) pode indiciar falta de sentido de Estado. Mas pedir ao PSD que ignore os erros do governador, seria questionar a democracia: não é abafando falhas, quando existem, que se salvaguarda a credibilidade das instituições... Pelo contrário, a transparência trazida pela “accountability” pode ser purificadora.

Há um Constâncio técnico (excelente) e um Constâncio gestor (sofrível, como se viu quando liderou o PS). No caso BCP voltámos a ver o segundo: convocou accionistas em vez dos órgãos sociais, tentou mediar uma solução entre eles, aconselhou administradores a não se candidatarem à liderança? e não percebeu a urgência de se deslocar à AR. Ao fazê-lo passou a ideia (justa ou não) de querer protelar explicações. Para quem sabia que Santana Lopes e parte do PSD não lhe perdoaram o deslize de 2005 (avaliação de um défice orçamental “projectado”), que comprometeu politicamente o Banco de Portugal, foi um grave erro de cálculo.

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