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O senhor dos anéis

Em "O Senhor dos Anéis" há um momento Frodo Baggins: ele sabe que deve atirar o anel do poder para o fogo, mas o anel continua a sentir-se confortável no seu dedo. José Sócrates é o Frodo Baggins do PS.

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Em "O Senhor dos Anéis" há um momento Frodo Baggins: ele sabe que deve atirar o anel do poder para o fogo, mas o anel continua a sentir-se confortável no seu dedo. José Sócrates é o Frodo Baggins do PS.

Nem quer atirar o anel do poder para o fogo nem os seus seguires querem que ele o atire. Na realidade Sócrates julga que está de férias sabáticas da direcção do PS e que um dia voltará, como um dia Almeida Santos alvitrou.

As palavras que Cavaco Silva decidiu deixar impressas serviram para que se pedisse o regresso do Desejado. Pedro Silva Pereira, José Lello ou Francisco Assis não vieram defender a "honra" do PS: surgiram, em cavalos alados, para beatificar Sócrates.

Como se este tivesse sido o homem que salvou a pátria e não tenha sido o último responsável (após Guterres, Durão Barroso e Santana Lopes) pelo pântano em que nos encontramos. Cavaco Silva escreveu aquilo que todos já sabiam que ele pensava.

Não está ali nada de novo nem de falso. Mas isso foi a oportunidade para os viúvos de Sócrates encostarem António José Seguro à parede, obrigando-o a comprar uma guerra evitável com o PR. Sócrates continua a considerar que é o dono do partido e que regressará como salvador. Nunca tirou o anel do poder do dedo. E sabe-se o que isso faz a todos os que o usam com exagero, como aconteceu a Frodo Baggins.

O que é dramático é que esta teatralização serviu para mostrar como a liderança do PS é frágil e que o grupo parlamentar e as vozes audíveis dos socialistas continuam a ser as que usam a aparelhagem estereofónica de Sócrates. O anel só cairá do dedo de Sócrates quando estiver em brasa.
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