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O "patchouli" de portugal

A acreditar em Fátima Felgueiras os portugueses desejam o paraíso que não existe. Alguns ingénuos acreditam que as contas paralelas dos partidos são um símbolo da corrupção. Estão errados. Ao acreditarem no príncipe encantado, os portugueses supõem que o

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As contas paralelas são habituais. Em qualquer partido. Segundo Fátima Felgueiras não há nenhum pecado nelas. Como todos se socorrem delas, para o bem estar dos partidos, elas são meninas inocentes. As contas paralelas são as "meninas de programa" dos partidos políticos. Existem porque elas têm simplesmente de existir. Não são vampiras do dinheiro dos portugueses. São portadoras de prazer para os partidos. E aí não encontramos o síndrome do mal. As contas paralelas são mealheiros que mostram como os que as utilizam são poupadinhos. Gastam mais do que legalmente é previsto. Mas muito menos do que poderiam. A tese de Fátima Felgueiras, que cabe num sorriso carioca, é a de que não há lama nas contas paralelas. Todos os sapatos, depois de ficarem um pouco sujos, são engraxados. Esse é o segredo das contas paralelas: ninguém sabe o que têm no seu interior. É um segredo de Fátima e de tantos outros que apenas fazem o bem. E o bem é a saúde dos partidos a que pertencem. Não tenhamos dúvidas e podemos agradecer a Fátima a lição: as contas paralelas são o "patchouli" de Portugal. Não cheiram bem nem mal. Uns é que o usam mais do que os outros.
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