Opinião
Enfim o realismo?
Não podia durar sempre? O INE acaba de confirmar que as decisões de investimento das empresas, que há poucos meses se previam simpáticas, estão em banho-maria (o mesmo se passa com o consumo privado). É compreensível: as empresas só investem quando têm a
Para quê comprar mais equipamento se corre o risco de não ser utilizado? O mesmo se diga da empregabilidade: alguém contrata para ter pessoas de mãos a abanar? Que se saiba, o único sector onde isso acontece é no da Administração Pública?
Se a isto juntarmos a informação, também do INE, de que a actividade económica dá sinais de abrandamento, as previsões do PIB para 2008 começam a parecer uma miragem. A menos que Teixeira dos Santos e José Sócrates encontrem, na estrutura do Produto, outras variáveis que compensem a quebra do investimento. Exportações? Só se for para Marte. Porque o calafrio que percorre os principais mercados das exportações portuguesas vai redundar num arrefecimento (substancial) da procura.
Compreende-se que o Governo não queira reconhecer o excesso de optimismo com que encarou 2008. Mas se continua neste finca-pé corre o risco de se descredibilizar.
P.S. – As reformas da Saúde e Educação tinham o selo da intransigência; a reforma Judiciária vem envolta em diálogo e “humildade”. É o mesmo Governo?