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Opinião
06 de Novembro de 2008 às 13:00

É o Super-homem?

Os europeus acreditam que, com a chegada de Barack Obama à Casa Branca, está instalado um novo paraíso na Terra. Não está. Porque, mais do que elegerem Obama, os americanos colocaram na liderança do país aquele que julgam que está disfarçado de Clark Kent: o genuíno Super-homem. O herói da BD foi criado em 1938 para ajudar os fracos e os oprimidos.

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Não deixa de ser curioso que o seu inimigo principal fosse um CEO, Lex Luthor. O sonho europeu não tem, no caso de Obama, a ver com o americano. Nos últimos meses, as tensões acumuladas dos americanos, alimentadas por um executivo sem estofo e adepto das trapalhadas (da resposta ao furacão Katrina à guerra do Iraque), foram sujeitas à suprema prova. Com a crise financeira, os americanos foram atirados para o divã de Freud. E o médico que estava mais à mão era Obama. Este é hoje o símbolo da rebelião das massas americanas contra as suas elites. Contra os políticos e os executivos financeiros em quem deixaram de confiar. Nas mãos, Obama tem um hamburger a escaldar: como voltar a alimentar os americanos com confiança? Por outro lado, representa o fim de uma era criada por Reagan: a que declarava que o Estado não era a solução. E é aí agora que os americanos, defraudados nas suas poupanças (as acções e as casas que adquiriram), vão agora bater à porta. Obama pode ter encantado os europeus e vai ter uma espinhosa missão no Iraque e no Afeganistão. Mas, antes, terá de fazer de Super-homem. E limpar os EUA da noção de insegurança em que o deixaram.
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