Opinião
Actores políticos
Os políticos são actores. Pretendem persuadir-nos que os papéis que desempenham são reais. E, às vezes, de tanto os encarnarem, acreditam que o que representam é real. Veja-se Alberto João Jardim. A sua agenda política é a sua imagem. Já pouco importa o q
Charles de Gaulle, um dia, tomou a histórica decisão se recusar um encontro com um primeiro-ministro japonês alegando que ele era um "vendedor de transístores". Hoje quem diria isso? Poucos políticos rejeitam a sua nobre e patriótica acção como vendedores de transístores. Todos consideram a política o exercício da economia através de outros meios. Paulo Macedo foi contratado porquê? Porque era o homem do fraque que podia sujar as mãos para recolher impostos enquanto os políticos poderiam, funcionar, no futuro como Pilatos. Como estão a fazer agora. Os políticos já não têm vergonha de utilizarem uma máscara para atingirem os seus objectivos. E tudo o que se mostra ao eleitorado é um produto. O problema de um político é quando, à sua volta, se considera que um político está fora de prazo. Por alguma razão Santana Lopes lacrimejava que há dois anos todos lhe telefonavam para jantar e, agora, há dias em que tem de escolher o menu sozinho. Santana deixou de ser um actor de sucesso. É um actor que já não garante audiências. Ao contrário de Alberto João Jardim. Um divertimento garantido, mesmo que ninguém lhe compre transístores fora da Madeira.
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