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A ilusão de Confúcio

Cavaco Silva apela ao diálogo, da mesma forma como Confúcio apelava à harmonia. O PR fala do consenso entre o Governo e os órgãos regionais da Madeira. O filósofo chinês pensava numa sociedade feudal fragmentada entre senhores da guerra. Que divide então

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Em Portugal fala-se muito e age-se muito pouco. Os partidos dominantes não entendem o poder como uma forma harmoniosa de governar para o bem comum. Governam-se. O poder, em Portugal, é uma rotunda: é um círculo onde se gira sem sentido à volta de uma saída. Que nunca se encontra. Cavaco pode pedir o diálogo. O problema é que ele pode existir mas não resulta em nada. Não há rupturas que modifiquem o país. Como há 100 ou 200 anos toma-se de assalto os locais que garantem os lucros fáceis, que engordam sem sobressalto. Risco é uma palavra desconhecida. O que se cria são TGVs mais caros que os “low costs” e “Otas de regime”. Gere-se a clientela, os senhores da guerra lusos: é essa a harmonia tipicamente portuguesa. As palavras de Cavaco soam bem, mas caem no vácuo das boas intenções. Entre Jardim e Sócrates só se conhece a guerrilha. Portugal precisa de mudar. Mas enquanto o Estado calar as borboletas da liberdade, nada mudará. Ele é omnipresente e as reformas que Sócrates promete, são ficções. Jardim percebe isso. E, por isso, a harmonia que Cavaco pretende, será sempre uma ilusão confuciana.
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