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01 de Junho de 2012 às 12:17

A esquina do Rio

Nada como um episódio folhetinesco de espionagem para distrair a atenção das pessoas de problemas verdadeiramente sérios.

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Monstro
Nada como um episódio folhetinesco de espionagem para distrair a atenção das pessoas de problemas verdadeiramente sérios. Esta semana foi estabelecido o regime de financiamento especial das autarquias que durante anos gastaram demais e o resumo da situação é que os custos vão cair mais uma vez nos contribuintes. A carga fiscal que se abate sobre as pessoas é cada vez mais composta por impostos e taxas que vão fazendo disfarçadamente o seu caminho, desde o IVA que é aplicado sobre a taxa de financiamento da RTP, até às diversas taxas sobre o fornecimento de electricidade, água e gás. É curioso pegar em todas as facturas e somar o que o consumidor paga pelo produto que está a consumir - seja electricidade, água ou gás natural, e ver depois o total das alcavalas, impostos incluídos, que recai, desde as taxas de saneamento até às taxas por utilização do subsolo e outras coisas ainda mais extraordinárias. Vejam as vossas facturas em detalhe que vale a pena. Mais de um terço do total das facturas de serviços básicos não se destinam a pagar o que se consome, mas a pagar ao Estado sob diversas formas.

Tudo isto soma ao que já se paga de IMI, de IRS, do IVA (que estão sempre a aumentar) e sobre todos os produtos que consumimos ou adquirimos para comer, vestir, trabalhar, tratar de doenças e, às vezes, com um pouco de sorte, para nos cultivarmos, seja lendo ou ouvindo música ou a um cinema. O peso da colecta do Estado, directa e indirecta nas nossas vidas, aumentou já para níveis insuportáveis e a razão disto reside apenas na incapacidade de diminuir a despesa pública porque, já se sabe, é mais fácil ir ao bolso dos contribuintes que cortar verdadeiramente num monstro tentacular que cresceu para além de toda a razoabilidade. E é da redução deste monstro que não temos notícias. Infelizmente.


Ver
As 80 obras da exposição "Josef Albers na América", que estão no Centro de Arte Moderna da Gulbenkian, são peças incontornáveis em matéria de Arte Contemporânea. O trabalho de Albers, em torno da cor e da forma, influenciou muitos artistas e ainda hoje, 36 anos após a sua morte, constitui uma referência. Professor na Bauhaus, Albers vai para os Estados Unidos em 1933 e aí desenvolve a parte mais representativa do seu trabalho e que é precisamente o objecto desta exposição, que pode ser visitada até 1 de Julho.


Ouvir
Os Alabama Shakes são responsáveis por algumas das canções mais fresca e descontraídas destes últimos tempos. Com uma clara influência dos blues e da soul, com letras divertidas e certeiras, mostram um sentido rítmico forte que puxa à dança e fica na memória. Este CD, "Boys & Girls", é um daqueles álbuns em que há muitas influências - desde Aretha Franklin até Janis Joplin. "You Ain't Alone" a quinta canção do CD, é um bom exemplo disto mesmo e da capacidade da cantora, Britanny Howard. A banda, que vem do Alabama, orgulha-se das suas raízes e influências e faz questão de as mostrar em temas como o brilhante "Hold On", que abre o álbum, "Hang Loose", "Heartbreaker", "Boys & Girls" ou "On Your Way". Este é um daqueles discos que vai marcar o Verão de 2012.


Tempo
Um estudo divulgado esta semana mostra bem como a Internet e o mundo digital alteraram as nossas vidas. Estima-se que, actualmente, 30% da população mundial esteja ligada à Internet e que sejam consumidas 35 mil milhões de horas por mês em actividades "online", o equivalente a quase quatro milhões de anos. A média de utilização da Internet a nível mundial é de 16 horas por mês - mas nos Estados Unidos duplica para as 32 horas. Se analisarmos a penetração do digital por regiões, em percentagem sobre o total da população, encontramos a América do Norte com 78%, a Europa com 64%, a Oceânia com 58%, a América Latina com 38%, a Ásia com 22% e a África com 11%. Mas o maior número de utilizadores está na Ásia (922 milhões) e na Europa (476 milhões). Os países que têm mais cidadãos ligados "online" são, por ordem, a China, os Estados Unidos, o Japão, a Índia, o Brasil e só depois a Alemanha, a Rússia, o Reino Unido e a França. A Nigéria é o país africano com maior número de utilizadores regulares de Internet. Curioso é ver como os internautas utilizam o tempo: 22% estão em redes sociais, 21% em motores de busca, 20% a lerem algum tipo de conteúdo, 19% a receber e enviar "e-mails", 13% em "sites" multimédia e apenas 5% a fazer compras "online". Mais curiosidades - 56% dos utilizadores de redes sociais já as utilizaram para espiolhar a vida das pessoas com quem têm uma relação, os brasileiros são os que têm maior média de amigos nas redes sociais (481) e os japoneses os que têm o número mais baixo (29).


Provar
O Sky Bar do Hotel Tivoli de Lisboa reabriu esta semana e durante os meses de Verão lá estará, no terraço do último andar, com uma vista única sobre Lisboa, que vai desde a colina do Castelo até à do Bairro Alto, com o Tejo no meio, ao fundo. Um sítio ideal para um copo de fim de tarde - mas se quiser pode comer alguma coisa leve, ou mesmo jantar. Na lista encontra gaspacho, saladas, tostas em panini, mas sobretudo um aprimorado prego do lombo em bolo do caco e dois hambúrgueres - skyburgers na verdade - surpreendentes. Já nem vou falar dos peixinhos da horta com piso de tomate, que são geniais. Os barmen fazem uns belíssimos mojitos, mas existe também uma boa selecção de vinhos a copo, além de muitos cocktails - incluindo alguns sem álcool. O terraço tem dois níveis, o mais amplo, em baixo, é também mais abrigado do vento. Paredes meias com o Sky Bar, está o tradicional restaurante Terraço do Tivoli, mas as ementas e ambientes são diferentes. O Sky Bar está aberto diariamente até Outubro, entre as 17h00 e a uma da manhã, e ao sábado e domingo abre mais cedo e propõe um "brunch".


Arco da velha
Segundo a Câmara Municipal de Lisboa já existem na cidade 500 lugares de estacionamento próprios para carregamentos de automóveis eléctricos (incluindo um piso inteiro de um parque de estacionamento) - mas no total há apenas cerca de centena e meia destes veículos em todo o país.


Semanada
Já há 136 mil contratos de crédito à habitação com prestações em atraso; todos os dias surgiram notícias sobre as actividades dos serviços secretos; em Roma cardeais deixaram escapar informações para a imprensa italiana sobre a situação no interior do Vaticano mas o Papa nega que exista uma conspiração; o "L'Osservatore Romano", jornal oficial do Vaticano, anunciou que vai passar a publicar um suplemento para mulheres; o Governo transferiu para os contribuintes a ajuda especial aos municípios para lhes permitir pagar as dívidas que contraíram em excesso; a receita fiscal do IMI deverá ter um acréscimo de 128% em 2015; se a Câmara de Lisboa aderir ao resgate financeiro proposto pelo Governo, o preço da água na capital vai subir 55%; Portugal é o país que tem menos prática desportiva na Europa.


Folhear
A revista "Monocle" deste mês inclui o habitual relatório anual sobre os melhores transportes em todo o mundo. O "portfolio" fotográfico mostra a complexidade da construção de um avião como o novo Boeing 747-8. O suplemento especial é dedicado à Tailândia e constitui um excelente guia de viagem, com boas sugestões de hotéis, locais a visitar e restaurantes ao longo de 36 páginas. Um artigo a não perder é a lista dos mais fundamentais fornecedores dos mais diversos serviços - da electrónica à informação - que vão assegurar o funcionamento dos Jogos Olímpicos de Londres - é uma espécie de "checklist" do que é preciso para nada correr mal. Por falar em Londres, a "Monocle" realiza, dias 16 e 17 de Junho, uma espécie de Feira de fim-de-semana no pátio das suas instalações londrinas, na Midori House, e convidou alguns países a fazerem-se representar com os seus produtos - entre os quais Portugal. O que é facto é que a revista tem-nos dedicado mais atenção e neste número destaca o novo Belcanto de José Avilez (e os seus ovos mexidos à senhor professor); uma marca portuense de moda de homem, La Paz, desenhada por André Bastos; o trabalho de recuperação de casas rurais da arquitecta Inês Cortesão; e, finalmente, uma chamada de atenção para o desenvolvimento de toda a área tecnológica em Braga, assim como para o surgimento de "startups" saídas da Universidade do Minho.


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