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30 de Dezembro de 2020 às 09:20

2021, o ano que se segue a 2020

Há datas que ficam na História, há momentos que marcam a vida e a alma de todos nós. Assim será também com o ano que agora termina. Sempre que nos referirmos a 2020, na memória de cada um, este será para sempre o ano da pandemia mundial. Mas aí está 2021: um novo ano, pronto para ser vivido.

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2020 foi um ano intenso e complexo. A pandemia causou a perda de mais de um milhão de vidas, em todo o mundo, e os períodos de confinamento catalisaram uma severa contração económica.

O próximo ano será igualmente intenso. Será um ano para examinarmos as mudanças que vivemos e as inovações que vimos emergir, para perscrutarmos as oportunidades que o futuro nos poderá ainda trazer, para refletirmos sobre como queremos avançar, sobretudo para nos interrogarmos em que mundo queremos viver. Verdadeiramente, 2021 será um ano de transição entre a pandemia e o futuro diferente que esta impulsionou.

É tradição no início de cada ano, brindar-se a 12 desafios que gostaríamos de ver bem encaminhados ou sonhos que gostaríamos de ver concretizados durante o ano. Partilho alguns:

7. Transformação

A transformação digital foi uma das tendências que definiram 2020. Empresas, consumidores e famílias, todos aprendemos a viver num mundo online. No entanto, estamos apenas no início de uma mudança muito mais profunda que vale a pena ser pensada para que seja fonte de crescimento e resposta ágil e resiliente a um contexto que continuará a ser volátil.

Considere-se, por exemplo, as implicações da atualização da infraestrutura 5G, uma das muitas transformações em andamento. Em 2021, em termos de consumo, espera-se que o número de smartphones 5G adquiridos duplique para 450 milhões. Mas a oportunidade real de negócio é muito mais ampla, envolvendo múltiplos campos desde a indústria, o retalho, a logística, a educação, etc. As previsões apontam para que só a indústria seja responsável por 19% da oportunidade de receita potenciada pelo 5G até 2030.

8. Inovação

A pandemia veio demonstrar, de forma dolorosa, a necessidade mundial de testes e meios de diagnóstico rápidos e escaláveis, bem como, de desenvolvimento de vacinas eficazes em tempo recorde. Mas a mesma necessidade urgente se pode encontrar noutros campos. Por exemplo, de acordo com a OMS, uma em cada seis mortes é provocada por cancro. Seria por isso muito bom que toda a aprendizagem realizada durante este ano, seja em termos de conhecimento científico, seja em termos de processos colaborativos de inovação, potenciasse novas descobertas e inovações na área da saúde e noutros campos de aplicação.

Mas na pandemia, a verdade é que todos fomos chamados a inovar. A inovação não é potenciada somente pela tecnologia e a ciência. É também produto do engenho de cada um, quando em circunstâncias desafiadoras. Muitos inovaram na própria forma de viver, desde o uso das tecnologias à criação de ambientes de trabalho, aos próprios processos de trabalho. Ora, esta capacidade de as pessoas serem mais criativas pensando o que mais poderiam fazer ou o que poderiam fazer de diferente com o que têm disponível é, hoje em dia, imprescindível na vida e nas empresas. Nas empresas, esta inovação constitui-se como a chave da eficiência ou mesmo da sobrevivência. Quantas empresas foram capazes de ultrapassar a pandemia porque se reconverteram? Enquadrar e alinhar a inovação e criatividade das suas equipas é algo que terá de estar muito presente nas empresas ao longo de 2021.

9. Sustentabilidade

2021 pode também vir a ser um ano para a adoção de novos comportamentos e sistemas para uma mais correta utilização dos recursos. Desde o combate ao desperdício alimentar, passando pela opção por energias renováveis, um ambiente limpo e o impulso ao desenvolvimento de uma economia mais circular, tudo são sintomas de uma preocupação séria e responsável para com o planeta que há que lutar para continuar a estar muito presente no próximo ano.

10. Recuperação

Continua uma grande incerteza sobre o crescimento global da economia para 2021, não somente por não se conseguir estimar a evolução da pandemia e do programa de vacinação, como por não ser conhecido o seu verdadeiro impacto destrutivo na economia, devido aos programas estatais de emergência que apoiaram (e bem) muitas empresas e famílias. Resta-nos assim acompanhar e antever a dimensão da crise quer económica quer social para que, como sociedade, possamos enfrentá-la e ultrapassá-la coletivamente, sem excluir ninguém.

Entretanto, na Europa, o Fundo Europeu de Recuperação (NextGenerationEU - 750 mil milhões de euros) representa um promissor compromisso político de apoio fiscal estrutural a todos os países europeus, Portugal incluído, para enfrentarem a recuperação económica. Os analistas acreditam que tal será possível, prevendo para Portugal, em 2021, um crescimento da ordem dos 5% e uma inflação de 0,4%. Contudo, convém recordar a vulnerabilidade da economia portuguesa dada a sua dependência do turismo e do setor hoteleiro, o que pode retardar a recuperação que todos desejamos.

11. Vida

No ano passado, o mundo viveu o distanciamento social e com ele uma mudança radical no estilo de vida. A pandemia mudou o nosso dia a dia, mudou a forma como e onde trabalhamos, aprendemos, fazemos compras, nos divertimos e até mesmo onde vivemos – muitos saíram das grandes cidades para vilas e aldeias menos habitadas. Por muito o que tudo isso trouxe de bom, acabou fazendo-nos sentir desligados dos afetos familiares, dos amigos e até mesmo da vivência comunitária, em concertos, eventos desportivos, celebrações religiosas, festas da cidade, etc.

O ano de 2021 será certamente um ano para redesenhar estilos de vida, valorizando mais o essencial e oferecendo oportunidades de trabalhar e viver em contextos espaciais e sociais diferentes. Mas também redesenhar a própria convivência social, dando expressão à dimensão comunitária e solidária da vida.

12. O melhor de nós

Faço votos que 2021 seja sobretudo um ano que torne possível a cada um de nós dar o melhor de si mesmo. Citando a nossa cantora Marisa, “As coisas vulgares que há na vida não deixam saudades. Só as lembranças que doem ou fazem sorrir.” Como tal, ainda teremos saudades de 2020 e também de 2021!

Uma última nota: certamente terão notado que não utilizei os seis primeiros números da lista. É verdade. A razão é simples: estão tomados com aspirações pessoais e familiares. Um deles inclui a AESE. Para a AESE Business School, estando a celebrar os 40 anos, 2021 será um ano para festejar, sonhar e concretizar.

Feliz 2021!

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