Opinião
Optimismo nas empresas familiares na Europa
A European Family Business e a KPMG desenvolveram mais uma edição do Barómetro Europeu de Empresas Familiares, que mede os níveis de confiança dos negócios familiares na Europa, cujos resultados de 2016 revelam que a Europa tem 14 milhões de empresas familiares que geram 60 milhões de empregos.
Este estudo teve por base 1.000 empresas de 23 países europeus.
As grandes empresas são as que empregam mais de 500 colaboradores, pelo que o peso das PME na criação de trabalho é muito significativo na Europa. A esmagadora maioria da iniciativa privada familiar em matéria de investimento revela-se na forma de microempresa ou PME, que representam mais de 90% das empresas europeias. As empresas familiares têm aqui um importante papel, já que na sua maioria são PME, apesar de muitas já serem classificadas como grandes empresas.
Ao contrário das lideranças das grandes empresas de capital disperso, não familiar, que estão mais cépticas quanto ao futuro pela grande incerteza dos mercados e pelo crescimento pouco significativo das economias europeias, as empresas familiares estão optimistas em relação ao futuro. Apesar das inerentes dificuldades de competitividade, a verdade é que os negócios familiares são um factor de muito maior estabilidade nas economias do que os grandes negócios de concentração de capital disperso por várias origens. Veja-se, por exemplo, a crise da banca nos últimos anos.
As empresas familiares registaram na sua maioria um aumento no volume de negócios no ano anterior e 83% esperam um crescimento maior no próximo ano. No entanto, as disparidades entre empresas de diferentes dimensões são óbvias: entre as grandes empresas, 74% aumentaram as vendas contra 57% entre empresas de média dimensão e 47% entre as pequenas empresas, revelando as dificuldades naturais de competitividade devido à respectiva dimensão. A maior parte da prioridade dos investimentos centra-se na respectiva estratégia e desenvolvimento do negócio principal (focalização/especialização), também nas novas tecnologias (52%) e apenas 47% em novas contratações ou formação, apesar de a grande preocupação ser a captação e a retenção de "talentos".
As empresas familiares têm muitas vezes uma capacidade de adaptação mais flexível do que as grandes estruturas empresariais, muito mais dependentes de factores exógenos ao seu negócio, que não podem controlar. Em termos de manutenção e criação de emprego desempenham um papel crucial nas economias europeias.
Director do ISG - Business & Economics School