Opinião
A esquina do Rio
O número de licenciados em Direito que ocupa lugares no sistema político português é bastante grande e, mesmo não existindo um estudo actualizado sobre o tema, arrisco-me a dizer que juristas e advogados são o grupo socioprofissional mais representado
Back to basics
A cura para o aborrecimento é a curiosidade; para a curiosidade é que não há cura.
Dorothy Parker
(In)justiças
O número de licenciados em Direito que ocupa lugares no sistema político português é bastante grande e, mesmo não existindo um estudo actualizado sobre o tema, arrisco-me a dizer que juristas e advogados são o grupo socioprofissional mais representado na Assembleia da República e nos mais altos cargos do Estado, como primeiro-ministro e Presidente da República. Por isso mesmo não deixa de ser paradoxal que a justiça seja um tema tão maltratado em Portugal pelo próprio Estado. Marcelo Rebelo de Sousa, ainda bem recentemente, chamou a atenção para os problemas que existem, mas que ultrapassam a questão da morosidade dos tribunais. O maior problema, penso, tem que ver como o Estado se posiciona face aos cidadãos quando está em disputa com eles nas várias instâncias judiciais. Não é só a questão das altas custas de justiça, para o qual o novo bastonário da Ordem dos Advogados alertou, é sobretudo a atitude com que o Estado actua - partindo sempre do princípio de que o cidadão é culpado. Muito se tem escrito sobre o uso sistemático e talvez abusivo dos recursos, apresentados por organismos do Estado para prolongar processos, encontrando todos os pretextos para suspender prazos e recorrendo de decisões só por recorrer, com o único intuito de adiar decisões finais. A este nível, o comportamento da autoridade tributária, que é um dos expoentes destes expedientes, e que tem sido amplamente criticado, é dos piores exemplos da falta de honestidade do Estado e da forma como o princípio da presunção da inocência não é respeitado. O Estado, que devia ser uma referência e um exemplo, é em matéria de justiça um dos seus piores protagonistas. E mudar esta situação seria uma das maiores reformas que o Estado podia concretizar.
Semanada
• Este ano, há 4.920 candidatos a bolsas de estudo no ensino superior, sendo que serão atribuídas apenas 1.320 • existem atrasos na análise destes pedidos devido a erros na plataforma informática da Direcção Geral do Ensino Superior • a dívida dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde cresce ao ritmo de 27 milhões de euros por mês • a dívida total atinge 1.750 milhões e regressou aos picos de há três anos • o investimento público registado em 2016 é o mais baixo das últimas três décadas • a Agência de Gestão da Tesouraria e Dívida Pública diz que o Estado português precisa de 12,4 mil milhões de euros de financiamento líquido em 2017 • esta semana, Portugal colocou no mercado uma dívida de três mil milhões de euros a uma taxa de 4,227%, que compara com a taxa de 2,875% conseguida em operação idêntica há um ano • o Bloco de Esquerda anunciou ter anulado a adesão de um grupo infiltrado de seis elementos que pretenderia controlar e desvirtuar a organização • o Bareme Internet da Marktest estima em 1,9 milhões o número de portugueses que usam a internet para marcar viagens ou alojamento • as compras dos portugueses aumentaram 10% desde o início de Dezembro até agora • nos saldos, cada português gastou em média 120 euros numa semana • as exportações de empresas de Paredes de Coura aumentaram sete vezes o seu valor no espaço de três anos • a maioria dos municípios portugueses aumentou as exportações entre 2013 e 2015 • a nível nacional, o volume de bens vendidos ao exterior cresceu 5,3% • segundo uma portaria publicada esta semana em Diário da República, a PSP e a GNR vão passar a cobrar, a partir desta quinta-feira, 75 euros por dia pela cedência de um cão e 100 euros pela de um cavalo, quando solicitados por entidade privada ou pública fora do âmbito de missões policiais.
Dixit
"Os Estados não se avaliam pelo dinheiro que têm, mas sim pela sua História e pela sua gente. Nesse sentido, Portugal não pode ser considerado um país pobre, bem pelo contrário."
Mário Soares
Ver
A primeira grande exposição do ano abriu ontem na Galeria Filomena Soares (Rua da Manutenção 80, a Xabregas). Trata-se de um conjunto de novos trabalhos de Rui Chafes ( na imagem), que mostra, até 18 de Março, um núcleo de 25 esculturas, 14 das quais realizadas em ferro, de grandes dimensões, e intituladas "Incêndio", e as restantes 11 pequenas peças, concebidas em bronze sob o título "É assim que começa...". Numa recente entrevista, Rui Chafes descreveu este seu trabalho como a representação "da existência de uma catedral ardida, incendiada, uma catedral com uma floresta dentro" e, já que na obra de Rui Chafes o fogo é uma ferramenta constante, explicita tratar-se de "uma catedral queimada, que já não existe". Na mesma entrevista, ao DN, ele pormenoriza: "Os únicos textos que eu publico são os que eu não queimei. E as esculturas que aparecem são uma acumulação de material que resistiu à solda, à queimadura, ao fogo." Mudando de rumo, outra exposição a não perder, no Porto, é "Devir", de Carlos Correia, na Galeria Pedro Oliveira (Calçada de Monchique 3), até 25 de Fevereiro, um exercício sobre a capacidade de transformação dos espaços e a sua relação com a pintura e com o trabalho do artista. Finalmente, também no Porto, num género completamente diferente, na Galeria Cruzes Canhoto (Rua Miguel Bombarda 452) está ainda, até final do corrente mês, a exposição "Lagarto, Lagarto, Lagarto!", dedicada a peças de cerâmica de Rosa Ramalho, sua filha Júlia e neto António, "três artistas essenciais não só na história do figurado de barro na região de Barcelos, mas também no âmbito de toda a arte popular portuguesa" - como refere o site da galeria http://cruzescanhoto.com/exposicoes/5-lagarto/, onde também podem ser vistas estas obras.
Folhear
Nascido no Missouri, Thomas Stearns Eliot foi para Inglaterra com 25 anos, aos 39 abandonou a cidadania norte-americana e tornou-se cidadão do Reino Unido. Em 1948, ganhou o Prémio Nobel da literatura pela sua contribuição para a poesia. Em 1915, um ano depois de chegar a Inglaterra publicou "The Love Song Of J. Alfred Prufrock", que o tornou conhecido e estabeleceu a sua reputação como autor de uma obra-prima do movimento modernista. Outras obras importantes seguiram-se - como "Wasteland" (1922), "Ash Wednesday" (1930) e "Four Quartets" (1943). São precisamente estas quatro obras que a editora Relógio d´Água reuniu no final de 2016 em "Poemas Escolhidos", uma belíssima edição, bilingue, que permite seguir em simultâneo o original inglês e boas traduções de João Almeida Flor, Gualter Cunha e Rui Knopfli. Protegido por Ezra Pound no início da sua carreira, Eliot fez parte do Bloomsbury Group. Foi ensaísta, editor de publicações como a Egoist e a Criterion. T.S. Eliot foi ainda professor, funcionário bancário, responsável editorial da Faber e, acima de tudo, um dos poetas maiores da primeira metade do século passado.
Gosto
Portugal é o país em destaque na edição deste ano do Eurosonic, na Holanda, e conta com a presença de 21 artistas de diversos géneros musicais.
Não gosto
O serviço gratuito Ciberdúvidas, destinado a esclarecer perguntas sobre o bom uso da língua portuguesa, está em risco de fechar devido a dificuldades financeiras.
Ouvir
Quando, em Maio de 1975, em Paris, Brian Eno e Robert Fripp se juntaram para tocar num concerto, a audiência, que estava à espera do ressurgir dos King Crimson ou de ouvir sonoridades dos Roxy Music, iniciou um tumulto, com assobios, pateada e saídas de sala, em consequência daquilo que, na altura, foi encarado como uma provocação e que era o nascer do seu trabalho em torno do que viria a ser conhecido como a sua simulação de música ambiente - que em 1978 deu origem a "Music For Airports". Quatro décadas depois, e após várias experiências, Brian Eno prossegue no caminho que escolheu com o novo "Reflection", lançado no primeiro dia deste novo ano, em versão online, com a possibilidade de conteúdos suplementares (na Apple TV e iOS), no Spotify e também com edição em CD. "Reflection" não é bem a sequência lógica de "The Ship", o seu trabalho de 2016 - é mais certo considerá-lo um retomar do que estava a fazer em "Lux", de 2012. Na realidade, "Reflection" consta de uma única peça de 54 minutos, uma espécie de manifesto sobre a forma como ele entende actualmente a criatividade e a música que faz. Na altura do lançamento deste "Reflection", Brian Eno escreveu: "Esta música vai parecer diferente de cada vez que é ouvida - como ficar sentado na margem de um rio: é sempre o mesmo rio, mas o seu caudal está constantemente a mudar." Na verdade, em cada audição descobrem-se - melhor dizendo, ouvem-se - novas sonoridades que pareciam escondidas. Arrisco dizer que é como um quadro, uma pintura cujo detalhe vai ficando mais perceptível com o tempo.
Arco da velha
Um padre de 84 anos entrou em contramão na circular urbana de Braga, provocou um acidente, fugiu, diz que não se lembra de nada e afirma ter saído do local para ir dar missa.
Provar
O pão é o mais básico dos alimentos, sob várias formas é uma presença universal. Ao longo dos séculos, o seu fabrico foi-se modificando e hoje em dia uma enorme quantidade do pão posto à venda obedece a métodos industriais, que muitas vezes lhe retiram o sabor - e até as melhores qualidades - que era possível obter nas padarias artesanais. Foi exactamente por isso que há uns anos nasceu em Albarraque a Miolo, que se apresenta como uma padaria biológica artesanal e que se gaba de ter um processo de fabrico de cerca de 20 horas deste que se inicia a mistura da farinha, da água e do sal, até que se recolhem do forno tradicional os pães já cozidos. A Miolo produz vários tipos de pães, como o de espelta e centeio integrais, nozes e tâmaras, azeitonas, batata-doce e milho, alfarroba, aveia integral e um "low carb", com trigo sarraceno, entre outros. Não é só o sabor (a minha preferência vai para o de espelta integral), é também a textura e o cheiro. Com o formato de pequenos pães de forma, os produtos da Miolo conservam-se bem, mantendo a sua frescura e qualidade ao longo de vários dias. Os pães da Miolo estão disponíveis em lojas de produtos biológicos, nomeadamente nas Celeiro, Brio e nas novas Go Natural.
A cura para o aborrecimento é a curiosidade; para a curiosidade é que não há cura.
Dorothy Parker
(In)justiças
O número de licenciados em Direito que ocupa lugares no sistema político português é bastante grande e, mesmo não existindo um estudo actualizado sobre o tema, arrisco-me a dizer que juristas e advogados são o grupo socioprofissional mais representado na Assembleia da República e nos mais altos cargos do Estado, como primeiro-ministro e Presidente da República. Por isso mesmo não deixa de ser paradoxal que a justiça seja um tema tão maltratado em Portugal pelo próprio Estado. Marcelo Rebelo de Sousa, ainda bem recentemente, chamou a atenção para os problemas que existem, mas que ultrapassam a questão da morosidade dos tribunais. O maior problema, penso, tem que ver como o Estado se posiciona face aos cidadãos quando está em disputa com eles nas várias instâncias judiciais. Não é só a questão das altas custas de justiça, para o qual o novo bastonário da Ordem dos Advogados alertou, é sobretudo a atitude com que o Estado actua - partindo sempre do princípio de que o cidadão é culpado. Muito se tem escrito sobre o uso sistemático e talvez abusivo dos recursos, apresentados por organismos do Estado para prolongar processos, encontrando todos os pretextos para suspender prazos e recorrendo de decisões só por recorrer, com o único intuito de adiar decisões finais. A este nível, o comportamento da autoridade tributária, que é um dos expoentes destes expedientes, e que tem sido amplamente criticado, é dos piores exemplos da falta de honestidade do Estado e da forma como o princípio da presunção da inocência não é respeitado. O Estado, que devia ser uma referência e um exemplo, é em matéria de justiça um dos seus piores protagonistas. E mudar esta situação seria uma das maiores reformas que o Estado podia concretizar.
• Este ano, há 4.920 candidatos a bolsas de estudo no ensino superior, sendo que serão atribuídas apenas 1.320 • existem atrasos na análise destes pedidos devido a erros na plataforma informática da Direcção Geral do Ensino Superior • a dívida dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde cresce ao ritmo de 27 milhões de euros por mês • a dívida total atinge 1.750 milhões e regressou aos picos de há três anos • o investimento público registado em 2016 é o mais baixo das últimas três décadas • a Agência de Gestão da Tesouraria e Dívida Pública diz que o Estado português precisa de 12,4 mil milhões de euros de financiamento líquido em 2017 • esta semana, Portugal colocou no mercado uma dívida de três mil milhões de euros a uma taxa de 4,227%, que compara com a taxa de 2,875% conseguida em operação idêntica há um ano • o Bloco de Esquerda anunciou ter anulado a adesão de um grupo infiltrado de seis elementos que pretenderia controlar e desvirtuar a organização • o Bareme Internet da Marktest estima em 1,9 milhões o número de portugueses que usam a internet para marcar viagens ou alojamento • as compras dos portugueses aumentaram 10% desde o início de Dezembro até agora • nos saldos, cada português gastou em média 120 euros numa semana • as exportações de empresas de Paredes de Coura aumentaram sete vezes o seu valor no espaço de três anos • a maioria dos municípios portugueses aumentou as exportações entre 2013 e 2015 • a nível nacional, o volume de bens vendidos ao exterior cresceu 5,3% • segundo uma portaria publicada esta semana em Diário da República, a PSP e a GNR vão passar a cobrar, a partir desta quinta-feira, 75 euros por dia pela cedência de um cão e 100 euros pela de um cavalo, quando solicitados por entidade privada ou pública fora do âmbito de missões policiais.
Dixit
"Os Estados não se avaliam pelo dinheiro que têm, mas sim pela sua História e pela sua gente. Nesse sentido, Portugal não pode ser considerado um país pobre, bem pelo contrário."
Mário Soares
Ver
A primeira grande exposição do ano abriu ontem na Galeria Filomena Soares (Rua da Manutenção 80, a Xabregas). Trata-se de um conjunto de novos trabalhos de Rui Chafes ( na imagem), que mostra, até 18 de Março, um núcleo de 25 esculturas, 14 das quais realizadas em ferro, de grandes dimensões, e intituladas "Incêndio", e as restantes 11 pequenas peças, concebidas em bronze sob o título "É assim que começa...". Numa recente entrevista, Rui Chafes descreveu este seu trabalho como a representação "da existência de uma catedral ardida, incendiada, uma catedral com uma floresta dentro" e, já que na obra de Rui Chafes o fogo é uma ferramenta constante, explicita tratar-se de "uma catedral queimada, que já não existe". Na mesma entrevista, ao DN, ele pormenoriza: "Os únicos textos que eu publico são os que eu não queimei. E as esculturas que aparecem são uma acumulação de material que resistiu à solda, à queimadura, ao fogo." Mudando de rumo, outra exposição a não perder, no Porto, é "Devir", de Carlos Correia, na Galeria Pedro Oliveira (Calçada de Monchique 3), até 25 de Fevereiro, um exercício sobre a capacidade de transformação dos espaços e a sua relação com a pintura e com o trabalho do artista. Finalmente, também no Porto, num género completamente diferente, na Galeria Cruzes Canhoto (Rua Miguel Bombarda 452) está ainda, até final do corrente mês, a exposição "Lagarto, Lagarto, Lagarto!", dedicada a peças de cerâmica de Rosa Ramalho, sua filha Júlia e neto António, "três artistas essenciais não só na história do figurado de barro na região de Barcelos, mas também no âmbito de toda a arte popular portuguesa" - como refere o site da galeria http://cruzescanhoto.com/exposicoes/5-lagarto/, onde também podem ser vistas estas obras.
Folhear
Nascido no Missouri, Thomas Stearns Eliot foi para Inglaterra com 25 anos, aos 39 abandonou a cidadania norte-americana e tornou-se cidadão do Reino Unido. Em 1948, ganhou o Prémio Nobel da literatura pela sua contribuição para a poesia. Em 1915, um ano depois de chegar a Inglaterra publicou "The Love Song Of J. Alfred Prufrock", que o tornou conhecido e estabeleceu a sua reputação como autor de uma obra-prima do movimento modernista. Outras obras importantes seguiram-se - como "Wasteland" (1922), "Ash Wednesday" (1930) e "Four Quartets" (1943). São precisamente estas quatro obras que a editora Relógio d´Água reuniu no final de 2016 em "Poemas Escolhidos", uma belíssima edição, bilingue, que permite seguir em simultâneo o original inglês e boas traduções de João Almeida Flor, Gualter Cunha e Rui Knopfli. Protegido por Ezra Pound no início da sua carreira, Eliot fez parte do Bloomsbury Group. Foi ensaísta, editor de publicações como a Egoist e a Criterion. T.S. Eliot foi ainda professor, funcionário bancário, responsável editorial da Faber e, acima de tudo, um dos poetas maiores da primeira metade do século passado.
Gosto
Portugal é o país em destaque na edição deste ano do Eurosonic, na Holanda, e conta com a presença de 21 artistas de diversos géneros musicais.
Não gosto
O serviço gratuito Ciberdúvidas, destinado a esclarecer perguntas sobre o bom uso da língua portuguesa, está em risco de fechar devido a dificuldades financeiras.
Ouvir
Quando, em Maio de 1975, em Paris, Brian Eno e Robert Fripp se juntaram para tocar num concerto, a audiência, que estava à espera do ressurgir dos King Crimson ou de ouvir sonoridades dos Roxy Music, iniciou um tumulto, com assobios, pateada e saídas de sala, em consequência daquilo que, na altura, foi encarado como uma provocação e que era o nascer do seu trabalho em torno do que viria a ser conhecido como a sua simulação de música ambiente - que em 1978 deu origem a "Music For Airports". Quatro décadas depois, e após várias experiências, Brian Eno prossegue no caminho que escolheu com o novo "Reflection", lançado no primeiro dia deste novo ano, em versão online, com a possibilidade de conteúdos suplementares (na Apple TV e iOS), no Spotify e também com edição em CD. "Reflection" não é bem a sequência lógica de "The Ship", o seu trabalho de 2016 - é mais certo considerá-lo um retomar do que estava a fazer em "Lux", de 2012. Na realidade, "Reflection" consta de uma única peça de 54 minutos, uma espécie de manifesto sobre a forma como ele entende actualmente a criatividade e a música que faz. Na altura do lançamento deste "Reflection", Brian Eno escreveu: "Esta música vai parecer diferente de cada vez que é ouvida - como ficar sentado na margem de um rio: é sempre o mesmo rio, mas o seu caudal está constantemente a mudar." Na verdade, em cada audição descobrem-se - melhor dizendo, ouvem-se - novas sonoridades que pareciam escondidas. Arrisco dizer que é como um quadro, uma pintura cujo detalhe vai ficando mais perceptível com o tempo.
Arco da velha
Um padre de 84 anos entrou em contramão na circular urbana de Braga, provocou um acidente, fugiu, diz que não se lembra de nada e afirma ter saído do local para ir dar missa.
Provar
O pão é o mais básico dos alimentos, sob várias formas é uma presença universal. Ao longo dos séculos, o seu fabrico foi-se modificando e hoje em dia uma enorme quantidade do pão posto à venda obedece a métodos industriais, que muitas vezes lhe retiram o sabor - e até as melhores qualidades - que era possível obter nas padarias artesanais. Foi exactamente por isso que há uns anos nasceu em Albarraque a Miolo, que se apresenta como uma padaria biológica artesanal e que se gaba de ter um processo de fabrico de cerca de 20 horas deste que se inicia a mistura da farinha, da água e do sal, até que se recolhem do forno tradicional os pães já cozidos. A Miolo produz vários tipos de pães, como o de espelta e centeio integrais, nozes e tâmaras, azeitonas, batata-doce e milho, alfarroba, aveia integral e um "low carb", com trigo sarraceno, entre outros. Não é só o sabor (a minha preferência vai para o de espelta integral), é também a textura e o cheiro. Com o formato de pequenos pães de forma, os produtos da Miolo conservam-se bem, mantendo a sua frescura e qualidade ao longo de vários dias. Os pães da Miolo estão disponíveis em lojas de produtos biológicos, nomeadamente nas Celeiro, Brio e nas novas Go Natural.
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