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10 de Novembro de 2014 às 00:01

Podemos ganhar Portugal sem ilusões?

Bem sei que esta pergunta parece direccionada para as distantes eleições legislativas do próximo ano, mas trata-se de um exercício exactamente em sentido contrário: quem só se preocupa em governar para as eleições arrisca-se a ficar mais próximo de perdê-las.

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Estes 40 anos de história democrática demonstram que os Portugueses souberam sempre reconhecer quem governou para as eleições e quem governou a pensar nas gerações.

 

É com esta convicção de quem confia no juízo dos Portugueses que apoiamos um Orçamento construído com responsabilidade. E  que, por isso mesmo, se assume como um Orçamento de esperança.

 

Não, o Orçamento não prevê medidas eleitoralistas para ganhar votos em determinados grupos sociais e que depois terão de ser pagas por todos os Portugueses.

 

Não, o Orçamento não prevê investimentos públicos para provocar o crescimento artificial da economia e cujas dívidas insustentáveis terão depois de ser pagas por todos os Portugueses.

Mas ainda é possível ganhar as eleições?

 

Portugal mudou e o processo de mudança deve ser consolidado para que nunca mais seja preciso pedir ajuda no estrangeiro. Aprendemos todos da pior maneira possível o que custa perder a soberania financeira.

 

Este Orçamento é de responsabilidade porque dá sentido aos sacrifícios destes três anos e permite cumprir pela primeira vez desde a adesão ao Euro um défice inferior a 3%.

 

Este Orçamento é de recuperação e de crescimento económico porque reforça os mecanismos de apoio às empresas através da reforma do IRC e à criação de emprego sustentável.

 

Este Orçamento é de esperança porque consolida a recuperação dos rendimentos das famílias através do aumento do salário mínimo nacional, da reposição dos remunerações dos funcionários públicos e da actualização das pensões e das reformas.

 

Seria mais fácil chegar  às próximas eleições com outro Orçamento? Provavelmente, sim, mas isso não pode ser pedido a um partido com o sentido de responsabilidade do PSD. Não se pode esperar de um partido que fez o que era mais difícil durante três anos começar agora a fazer o que é mais fácil por causa das distantes eleições legislativas. Não se pode esperar do PSD que desbarate os sacrifícios dos Portugueses e comprometa o nosso futuro colectivo. Os Portugueses esperam do PSD que fale verdade e quem fala a verdade não pode em circunstância algum temer o juízo eleitoral. Sim, é possível falar verdade e ganhar a confiança dos Portugueses.

 

Secretário-Geral do PSD

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