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Krugman também já vê fim do ciclo inflacionista na Europa

O Nobel da Economia veio a Lisboa otimista e confiante sobre o percurso da economia europeia. Deixou alertas sobre o impacto da subida dos juros, mas não se atreveu a fazer muitas previsões, porque, historicamente, os economistas “nunca, nunca” acertam.
Tiago Sousa, Diana do Mar e Joana Almeida 22 de Novembro de 2023 às 09:26


Paul Krugman diz que "não se está a sentir bem": está otimista sobre os caminhos da economia mundial. Orador principal da conferência desta terça-feira organizada pelo Negócios, o economista deixou o pessimismo à porta da Estufa Fria, em Lisboa, e, perante uma plateia cheia de curiosos ouvintes, espalhou otimismo sobre a evolução da inflação.

"Estamos a assistir a uma rápida desinflação também na Europa. Apenas dois a três trimestres atrás dos Estados Unidos. Por isso, penso que o melhor palpite é que a situação europeia também vai começar a parecer muito encorajadora dentro de alguns meses", previu o Nobel da Economia e colunista do New York Times.

A inflação foi tema transversal a quase toda a palestra. Krugman, assumido membro da "equipa transitória" sobre a subida dos preços (isto é, um defensor de que as consequências não seriam tão catastróficas como previu uma outra fação mais pessimista de economistas), confessa que, apesar de achar que "está certo" nas previsões, o "período transitório foi muito mais longo do que pensávamos".

Uma demora que se justifica pela mudança dos hábitos dos consumidores no pós-pandemia. "Quando voltámos a ser uma economia ativa, fizemo-lo de uma forma muito diferente da que tínhamos antes" porque, argumenta, "o medo da infeção mudou o que as pessoas compravam". Como resultado "surgiram estrangulamentos graves nas cadeias de abastecimento". "Aprendemos que as economias de mercado não são tão flexíveis a curto prazo como gostamos de as imaginar", resumiu.

Ainda assim, a toada manteve-se positiva. "As experiências reais sugerem que temos vivido muito bem esta tempestade económica. Houve um par de anos dolorosos, mas parece que resolvemos os problemas com sucesso. Estamos muito perto de voltar ao tipo de desempenho económico que tínhamos antes da pandemia", explicou Krugman.

A Europa no sítio errado, à hora errada

O horizonte é animador, mas para a Europa começou da pior forma, diz o economista. Quando começou a guerra na Ucrânia, a Europa estava "no sítio errado" por depender muito da energia russa.

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