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"A produtividade é muito importante em qualquer empresa, em qualquer atividade, porque traz mais competitividade e faz com que as empresas sejam mais resilientes e competitivas. No entanto, a produtividade em si não é um valor absoluto". A afirmação é feita por Pedro Pires de Miranda, presidente executivo da Siemens Portugal no painel "Uma visão para o futuro". Este responsável considera que a produtividade deve ser uma "preocupação constante" e conta que a Siemens Portugal, por exemplo, tem como objetivo reduzir custos na ordem dos 3 a 5% nos seus processos internos, usando sistemas mais inovadores.
Para o responsável máximo da Siemens Portugal, "a produtividade é importante porque, no final ,temos de ser competitivos para a exportação, temos de ter métricas nas fábricas e nos serviços, utilizando um benchmarking internacional, porque é importante ter as métricas de produtividade adaptadas ao que se está a medir". E acrescenta que a preocupação com a produtividade está "em todos os ciclos de negócio, desde a engenharia à conceção, da produção ao marketing, da venda ao pós-venda". No entender de Pedro Pires de Miranda, não podemos olhar para a produtividade só no aspeto industrial ou no aspeto administrativo, "tem de ser uma preocupação em toda a cadeia de valor, de A a Z", refere.
Créditos fiscais
O gestor valoriza o aumento da previsibilidade dos fatores macroeconómicos, mas o que realmente o move "é a ideia de estabilidade tanto nos impostos como nos créditos fiscais". "O abaixamento do IRC por si só não traz grande valor, mas os créditos fiscais dados às empresas pelos projetos inovadores, no âmbito do SIFIDE (Sistema de Incentivos Fiscais à I&D Empresarial), são um programa com muito sucesso." No seu entender, os empresários são mais motivados com os créditos fiscais do que com os incentivos fiscais via abaixamento do IRC. "O que é determinante é a previsibilidade do modelo de negócio e trabalhar na qualificação das pessoas". Por esse motivo, defende que "a educação e a qualificação são essenciais para o sucesso das empresas e dos países. "Os países que investiram em níveis mais elevados de escolaridade recolhem benefícios muito bons a longo prazo. Mas devo dizer que o sistema educacional em Portugal é sólido, temos uma boa escola primária, uma boa escola média e uma escola até ao 12.º bastante consistente." A lacuna que o responsável da Siemens aponta está relacionada com o ensino técnico-profissional onde diz serem necessárias mais escolas técnicas e escolas pré-politécnicas. E defende que Portugal continue a investir massivamente na educação dos cidadãos. "Devemos criar incentivos para as pessoas estudarem até ao 12.º ano ou equivalente, para que haja um aumento médio das qualificações", afirma.
PRR e infraestruturas
Para Pedro Pires de Miranda, os politécnicos são muito importantes para o país porque "formam técnicos que são necessários para fazer a diferença nas economias", assim como as universidades que "estão mais flexíveis em trabalhar e colaborar com as empresas" fechando uma pirâmide sólida na educação em Portugal. No entanto, na sua perspetiva "temos de fazer mais".
No caso da Siemens Portugal, o gestor sublinha que "não temos nenhuma dificuldade em competir com os melhores na Europa e no mundo". "Temos mais três mil empregados, dos quais mais de 80% têm qualificação ao nível da licenciatura, mestrado ou doutoramento, e menos de 20% das pessoas têm o 12.º ano."