- Partilhar artigo
- ...
"O aumento do volume de informação tem um duplo papel para as seguradoras. Aumenta os custos de infra-estruturas e a necessidade de cumprir com as questões de privacidade dos dados. Por outro lado, numa sociedade em que a informação é valor, a exploração destes dados através de sistemas analíticos avançados, machine learning e deep learning, consegue-se obter informação útil com impacto directo na operação da seguradora" diz Nuno Ferreira, head of research da i2S.
"A telemática está nos seguros para ficar, tal como todas as possibilidades de utilizar os dados recolhidos e consentidos pelo cliente". Muda de forma radical a avaliação dos clientes. "No cálculo do risco e do prémio passamos a utilizar variáveis dinâmicas como a velocidade de condução, a força com que trava, a distância percorrida, entre outros, em vez das actuais variáveis estáticas como anos de carta, ano do carro, etc.", dizem Luís Cardoso, director de Inovação e Projectos e Bernardo Branco, gestor de Inovação e Projectos, ambos da Liberty Seguros.
O potencial analítico
Mais de 50% das seguradoras inquiridas pela i2S assumem os sistemas analíticos como a tecnologia mais vantajosa para os seus negócios. Reduz custos, melhora o serviço e aumenta os lucros. Como exemplifica Nuno Ferreira, as análises das interacções entre a seguradora e um cliente, via chatbot, permitem perceber, através de padrões de linguagem, se o cliente pretende cancelar as suas apólices, está insatisfeito ou disponível para comprar novos produtos.
"Esta automatização pode gerar leads a custos baixos e, devidamente automatizadas criar valor objectivo para a seguradora. Os dados podem também ser importantes para detectar padrões de fraude, quer em sinistros quer na subscrição de novos contratos".
Com a quantidade de dados que existem hoje, é possível, dizem Luís Cardoso e Bernardo Branco, "uma seguradora preparar-se com antecedência para uma tempestade". Com o sistema analítico a seguradora pode identificar as áreas com maiores riscos, "faça prevenção e promoção de medidas de segurança, presencialmente ou através de canais digitais, diminuindo assim potenciais custos com sinistros e oferecendo uma melhor experiência ao cliente".
Por sua vez Juan Mederos, chief operating officer da Generali, elenca algumas das vantagens proporcionadas pelo Big Data e pelo Analitics e que são a identificação da causa de falhas, os problemas e defeitos em tempo real, as estratégias de venda com base nos hábitos de compra dos clientes, o recalcular carteiras de risco em poucos minutos, ou a detecção de tentativas de fraudes. E permite seguir "caminhos diferentes e mais eficientes daqueles percorridos pela concorrência, sendo possível criar promoções específicas e até aumentar a oferta das soluções mais procuradas" conclui Juan Mederos.
A revolução desejada
"A tecnologia blockchain vai permeabilizar todas as áreas da actividade económica, ainda que seja uma tecnologia que vai exigir muito investimento e cuidados" diz Manuel Lopes Rocha da PLMJ. "Há um grande potencial na utilização da tecnologia blockchain para os seguros, desde a desmaterialização e automatização das transacções até ao potencial facilitador de requisitos legais, como por exemplo, o RGPD", refere Nuno Ferreira.
Quando se consegue automatizar decisões com base em informação imutável, segura, legítima e verificável, "os custos de processamento, tratamento ou investigação descem e consegue-se aumentar as margens e fornecer um melhor serviço. Veja-se exemplos de automação dos processos de sinistros e a automatização da recolha de dados e pagamentos potenciando os processos de subscrição que seguradoras hoje em dia já estão a implementar", conclui Nuno Ferreira. "As estimativas apontam para que os ganhos de produtividade proporcionados pela nova plataforma possam atingir os 30%", assinala Juan Mederos.
"Embora não haja ainda notícias de implementações em Portugal, há vários consórcios de blockchain e já vai havendo alguns pilotos baseados nesta tecnologia na indústria seguradora mundial", referem Luís Cardoso e Bernardo Branco. Consideram que pode ser relevante na detecção de fraude e prevenção de risco, ou seja, menos custos para as seguradoras, prémios mais acessíveis. Depois há os smart contracts que terão grande impacto nos seguros. Como barreiras ao desenvolvimento e aplicação da tecnologia estão "a cooperação necessária entre diferentes players e intermediários, muitas vezes com incentivos diferentes" e a "a adaptação regulatória que é necessária", analisam Luís Cardoso e Bernardo Branco.
Inteligência artificial e o fogo
"O CEO da Google afirmou há poucos meses que o impacto da inteligência artificial (IA) vai ser maior que o do fogo nos albores da vida do Homo Sapiens. Por aqui se vê a importância da IA e do instrumento deste que constitui o machine learning. Tudo aquilo que signifique tarefas rotineiras, burocráticas, parametrizadas, os sistemas IA ou os robôs carregados com IA vão fazer. A área seguradora é a área onde vão florescer os smart contracts, sem dúvida. Muitas actividades vão desaparecer, mesmo na área contratual", adianta a Manuel Lopes da Rocha.
Luís Cardoso e Bernardo Branco dão o exemplo dos assistentes virtuais e dos chatbots, que "já vendem apólices" e "já se abre processos de sinistros". Acrescentam que tem potencial "na detecção de fraude, através da criação de perfis com os quais depois é sempre feito um match para cada sinistro de modo a verificar se é preciso uma investigação mais detalhada, ou na automatização de processos de sinistros, sobretudo no que toca a tarefas repetitivas como introdução de dados, pagamentos, entre outros, visto que a IA vai ser, e já é em certos casos, capaz de analisar e interpretar dados, mesmo os que incluem texto não estruturado, imagens e vídeo".
"A telemática está nos seguros para ficar, tal como todas as possibilidades de utilizar os dados recolhidos e consentidos pelo cliente". Muda de forma radical a avaliação dos clientes. "No cálculo do risco e do prémio passamos a utilizar variáveis dinâmicas como a velocidade de condução, a força com que trava, a distância percorrida, entre outros, em vez das actuais variáveis estáticas como anos de carta, ano do carro, etc.", dizem Luís Cardoso, director de Inovação e Projectos e Bernardo Branco, gestor de Inovação e Projectos, ambos da Liberty Seguros.
O potencial analítico
Mais de 50% das seguradoras inquiridas pela i2S assumem os sistemas analíticos como a tecnologia mais vantajosa para os seus negócios. Reduz custos, melhora o serviço e aumenta os lucros. Como exemplifica Nuno Ferreira, as análises das interacções entre a seguradora e um cliente, via chatbot, permitem perceber, através de padrões de linguagem, se o cliente pretende cancelar as suas apólices, está insatisfeito ou disponível para comprar novos produtos.
"Esta automatização pode gerar leads a custos baixos e, devidamente automatizadas criar valor objectivo para a seguradora. Os dados podem também ser importantes para detectar padrões de fraude, quer em sinistros quer na subscrição de novos contratos".
Com a quantidade de dados que existem hoje, é possível, dizem Luís Cardoso e Bernardo Branco, "uma seguradora preparar-se com antecedência para uma tempestade". Com o sistema analítico a seguradora pode identificar as áreas com maiores riscos, "faça prevenção e promoção de medidas de segurança, presencialmente ou através de canais digitais, diminuindo assim potenciais custos com sinistros e oferecendo uma melhor experiência ao cliente".
Por sua vez Juan Mederos, chief operating officer da Generali, elenca algumas das vantagens proporcionadas pelo Big Data e pelo Analitics e que são a identificação da causa de falhas, os problemas e defeitos em tempo real, as estratégias de venda com base nos hábitos de compra dos clientes, o recalcular carteiras de risco em poucos minutos, ou a detecção de tentativas de fraudes. E permite seguir "caminhos diferentes e mais eficientes daqueles percorridos pela concorrência, sendo possível criar promoções específicas e até aumentar a oferta das soluções mais procuradas" conclui Juan Mederos.
A revolução desejada
"A tecnologia blockchain vai permeabilizar todas as áreas da actividade económica, ainda que seja uma tecnologia que vai exigir muito investimento e cuidados" diz Manuel Lopes Rocha da PLMJ. "Há um grande potencial na utilização da tecnologia blockchain para os seguros, desde a desmaterialização e automatização das transacções até ao potencial facilitador de requisitos legais, como por exemplo, o RGPD", refere Nuno Ferreira.
Algumas das vantagens proporcionadas pelo Big Data e pelo Analitics e que são a identificação da causa de falhas, os problemas e defeitos em tempo real, as estratégias de venda com base nos hábitos de compra dos clientes, o recalcular carteiras de risco em poucos minutos, ou a detecção de tentativas de fraudes. Juan Mederos
Chief operating officer da Generali
Chief operating officer da Generali
Quando se consegue automatizar decisões com base em informação imutável, segura, legítima e verificável, "os custos de processamento, tratamento ou investigação descem e consegue-se aumentar as margens e fornecer um melhor serviço. Veja-se exemplos de automação dos processos de sinistros e a automatização da recolha de dados e pagamentos potenciando os processos de subscrição que seguradoras hoje em dia já estão a implementar", conclui Nuno Ferreira. "As estimativas apontam para que os ganhos de produtividade proporcionados pela nova plataforma possam atingir os 30%", assinala Juan Mederos.
"Embora não haja ainda notícias de implementações em Portugal, há vários consórcios de blockchain e já vai havendo alguns pilotos baseados nesta tecnologia na indústria seguradora mundial", referem Luís Cardoso e Bernardo Branco. Consideram que pode ser relevante na detecção de fraude e prevenção de risco, ou seja, menos custos para as seguradoras, prémios mais acessíveis. Depois há os smart contracts que terão grande impacto nos seguros. Como barreiras ao desenvolvimento e aplicação da tecnologia estão "a cooperação necessária entre diferentes players e intermediários, muitas vezes com incentivos diferentes" e a "a adaptação regulatória que é necessária", analisam Luís Cardoso e Bernardo Branco.
Inteligência artificial e o fogo
"O CEO da Google afirmou há poucos meses que o impacto da inteligência artificial (IA) vai ser maior que o do fogo nos albores da vida do Homo Sapiens. Por aqui se vê a importância da IA e do instrumento deste que constitui o machine learning. Tudo aquilo que signifique tarefas rotineiras, burocráticas, parametrizadas, os sistemas IA ou os robôs carregados com IA vão fazer. A área seguradora é a área onde vão florescer os smart contracts, sem dúvida. Muitas actividades vão desaparecer, mesmo na área contratual", adianta a Manuel Lopes da Rocha.
Luís Cardoso e Bernardo Branco dão o exemplo dos assistentes virtuais e dos chatbots, que "já vendem apólices" e "já se abre processos de sinistros". Acrescentam que tem potencial "na detecção de fraude, através da criação de perfis com os quais depois é sempre feito um match para cada sinistro de modo a verificar se é preciso uma investigação mais detalhada, ou na automatização de processos de sinistros, sobretudo no que toca a tarefas repetitivas como introdução de dados, pagamentos, entre outros, visto que a IA vai ser, e já é em certos casos, capaz de analisar e interpretar dados, mesmo os que incluem texto não estruturado, imagens e vídeo".