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Rita Almeida: “Investimos 100 milhões de euros para a criação de um ecossistema na cloud”

A Liberty Seguros investiu num ecossistema digital para servir o cliente de forma personalizada, na lógica de pagar apenas o que precisa. Rita Almeida, diretora comercial de mediação tradicional da Liberty Portugal e Irlanda, explicou ainda como o ramo automóvel da seguradora está atento às novas tendências da mobilidade e tem coberturas diferenciadas para acidentes com bicicletas e motas.

Rute Coelho 27 de Outubro de 2022 às 11:30
Rita Almeida, diretora comercial de mediação tradicional da Liberty Portugal e Irlanda
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A ambição da Liberty Seguros é "estar entre as 10 principais companhias de seguros da Europa", afirma a diretora comercial de mediação tradicional da Liberty Portugal&Irlanda, Rita Almeida. Com uma quota de mercado de 6,8% no ramo do seguro automóvel, a Liberty está a apostar na inovação e num serviço mais personalizado à medida de cada cliente. Essa foi a razão pela qual a seguradora investiu 100 milhões de euros para a criação de um ecossistema na cloud. Está também atenta às novas tendências da mobilidade e da micromobilidade, nomeadamente à vasta gama de veículos elétricos, e também já criou a cobertura de acidentes causados por alterações climáticas ou desastres naturais. A digitalização dos serviços é a grande aposta da Liberty neste momento 

 

O que está a mudar no mercado do seguro automóvel devido às novas tendências, nomeadamente o crescimento da mobilidade elétrica?

O paradigma da mobilidade está a alterar-se profundamente e a mobilidade elétrica é já hoje uma realidade em todo o mundo e que está a trazer alterações profundas na indústria automóvel, no consumidor, nas cidades, no ambiente e, naturalmente, no setor segurador.  A consciencialização ambiental tem contribuído de forma decisiva para esta mudança e a verdade é que em 2021 o crescimento na venda deste tipo de veículos  cresceu 108%, representando cerce de 17% do total das vendas. Segundo a Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos em Portugal(UVE), os veículos elétricos têm consolidado a sua quota de mercado, com uma quota mensal de 17,9% e uma quota anual de 20,9%, o que quer dizer que, este ano de 2022, um em cada cinco automóveis ligeiros de passageiros vendidos em Portugal é elétrico. Na Europa, os veículos totalmente elétricos representam já cerca de 9,1% das matrículas registadas. Mas temos países no Norte da Europa cuja quota de mercado automóvel elétrico é já de 56%, como é o caso da Noruega. Por outro lado, a pandemia e o cenário de instabilidade económica trouxeram às famílias a necessidade de reduzir despesas e alterar alguns dos seus hábitos de vida. O uso de meios de transporte como as bicicletas e motas e o incremento das trotinetes têm trazido novos comportamentos na sinistralidade rodoviária e, por conseguinte, desafios às seguradoras.

 

Como vão responder aos novos desafios?

O nosso foco está sempre na inovação e reconstrução da nossa oferta de produtos para responder à agilização e personalização da oferta e do preço, de acordo com o perfil do cliente .

 

A Liberty está a apostar em novos produtos por causa das novas tendências no mercado automóvel?

Estamos a trabalhar na agilização dos nossos processos de negócio e de gestão, aliados à sofisticação do preço automóvel para apresentarmos as melhores garantias automóvel ao melhor preço. Continuamos a trabalhar na criação de um ecossistema digital que visa melhorar a experiência dos nossos clientes e parceiros, bem como a dos colaboradores, tendo sempre como principal foco a satisfação dos clientes, oferecendo produtos cada vez mais personalizados, simples, inovadores e disruptivos. Esta evolução é um dos resultados do investimento de 100 milhões de euros para a criação de um ecossistema na cloud. Defendemos que cada consumidor deve ter o poder, liberdade e flexibilidade de escolher as coberturas que mais se adequam ao seu perfil de risco, numa lógica de pagar apenas pelo que precisa.

833.000
É o universo de clientes da Liberty em Portugal.

6,8%
A quota de mercado da Liberty no ramo do seguro automóvel.

3700
A quantidade de agentes que a Liberty tem a nível nacional.



Têm uma oferta alargada de coberturas?

Na Liberty temos um conjunto alargado de coberturas complementares que podem reforçar necessidades de proteção, como seja, no âmbito das coberturas facultativas, ficar garantido, em caso de sinistro, o custo de substituição da cadeira auto e/ou banco elevatório para transporte de crianças; ou por exemplo, o furto isolado do cabo e adaptador de carregamento elétrico ou até danos provocados nos cabos elétricos, adaptador de carregamento e bateria do veículo seguro.

 

Qual a quota de mercado da Liberty no ramo do seguro automóvel em Portugal?

A Liberty tem uma importante responsabilidade no ramo automóvel em Portugal, tendo em 2021 uma quota de mercado de 6,8%. Estamos a investir bastante na inovação deste ramo, tanto na sofisticação do pricing, com análises regulares ao comportamento da carteira e perfis de risco,  assim como no melhor conhecimento do cliente de hoje e até na transformação da regularização de sinistros. Tais investimentos são fundamentais para podermos controlar e mitigar o efeito do incremento acelerado nos custos com sinistros, muito derivado também do aumento da taxa de inflação.

A nossa ambição é estarmos entre as 10 principais companhias de seguros da Europa. Rita Almeida, diretora comercial de mediação tradicional da Liberty Portugal e Irlanda

Quais os mercados fora de Portugal e que peso têm?

O Western Europe Market, WEM, é a operação multi-mercado composta por 4 países, 3 línguas e mais de 1800 colaboradores. A Liberty Seguros é uma seguradora global, com 109 anos de experiência, presente em todo o mundo. Portugal insere-se no mercado Liberty WEM – West European Market, que inclui também Espanha, Irlanda e Irlanda do Norte. Assumimos um forte compromisso com todas as geografias onde estamos presentes e, concretamente no caso de Portugal, temos feito grandes investimentos, nomeadamente na nossa rede de agentes e também com o lançamento do canal de venda direta, a Genesis. A nossa ambição é estarmos entre as 10 principais companhias de seguros da Europa.

 

Considerando que há marcas de topo da indústria automóvel que estão a investir na micromobilidade e que é possível os clientes terem mais do que um veículo, como é que isso influencia a vossa estratégia?

A Liberty está atenta às novas tendências de mobilidade e a trabalhar para oferecer o melhor serviço possível aos seus clientes. Por isso, para além do automóvel, temos também uma oferta de seguros com coberturas diferenciadoras e pensadas para as necessidades de cada um e para possíveis incidentes com bicicletas e motas. No que diz respeito às trotinetas em Portugal, como sabemos, aguardamos por legislação específica para que o setor se possa posicionar. Por outro lado, queremos simplificar a vida dos nossos clientes, independentemente do número de viaturas, habitações ou outro tipo de produtos que o tenham. Queremos colocar à disposição os produtos e serviços onde e quando necessitam, pelo tempo que necessitam, de uma forma multicanal, sempre assente em jornadas de cliente que podem ser iniciadas e continuadas onde e quando o cliente quiser, e do modo que entender.

 

Os mediadores de seguros do ramo automóvel na Liberty têm formação para um segmento jovem que cada vez mais gosta de consultar tudo online ou através de apps?

Os mediadores são um pilar estratégico para a Liberty hoje e no futuro. A mediação é um canal privilegiado na distribuição de seguros em Portugal e continua, mesmo após tempos de pandemia e de distanciamento social, a ter um peso dominante no nosso mercado. Tal deve-se ao facto dos mediadores terem feito nos últimos anos um trajeto de transformação digital e operacional que veio contribuir para um serviço altamente profissional, conveniente e adaptado às necessidades e preferências dos diferentes clientes, quer seja pelo atendimento presencial ou virtual. A verdade é que hoje no mundo digital - mesmo à distância- o mediador consegue estar próximo do cliente. Na Liberty queremos continuar a investir na profissionalização da rede de mediação dotando os agentes com novas competências digitais.  Começámos com esse upgrade dentro de casa, isto é, investimos na formação do digital para a nossa equipa comercial ficar capacitada para formar e ajudar os mediadores no dia-a-dia do seu negócio nesta jornada digital, com vista a poderem fazer crescer o seu negócio com menos esforço.

 

A tecnologia ajuda a ter resultados nos processos de subscrição e de regularização de sinistros?

Não diria que é a tecnologia, mas sim o partido que tiramos dela e na Liberty estamos a fazê-lo da melhor forma, através da criação de um ecossistema na cloud que irá culminar num modelo de negócio 100% digital e ágil. Este é o resultado de um investimento de mais de 100 milhões de euros que visa melhorar a experiência dos nossos clientes e parceiros bem como a de trabalho de colaboradores, salvaguardando a satisfação dos clientes, através de uma oferta cada vez mais personalizada, simples, inovadora e disruptiva, acompanhando as mudanças de necessidades e de vida de cada um.

 

A União Europeia ainda não tem um quadro regulatório comum para os carros autónomos. Em Portugal as seguradoras já estão preparadas para esta realidade e existe legislação adequada?

Como sabemos, o quadro legislativo não tem acompanhado a velocidade da transição digital e das constantes mudanças a que o mundo tem assistido. O que traz também desafios regulatórios que são mais importantes do que nunca e obrigam a que o setor  esteja alinhado quanto aos desafios que o mercado enfrenta. As seguradoras em Portugal, ao longo da História sempre estiveram preparadas para acompanhar a evolução dos riscos e seguramente que irão continuar a fazê-lo, suportadas naturalmente por um quadro legislativo e regulatório.

 

A "Internet das Coisas" e a sua importância nos veículos conectados ajuda-vos a lançar seguros apoiados na monitorização de comportamentos de condução?

A Inteligência Artificial e a Internet das Coisas são ferramentas já incorporadas na atividade das empresas e na sua estratégia digital, dado o impacto que tiveram nos diferentes modelos de trabalho durante a fase pandémica. Graças ao investimento que fizemos para construir um novo conjunto de tecnologias modulares e colaborativas, de forma a garantir um negócio de seguros totalmente operado na cloud, estamos a desenvolver serviços modulares, sem limitações de idioma, moeda, geografia e com base no contexto de cada pessoa. Vamos passar ainda de processos de criação de produtos ou políticas que podem levar até um ano a serem implementados, para um modelo de criação de coberturas modulares personalizáveis, que podem ser disponibilizadas ao cliente em apenas 48 horas. Quanto ao desenvolvimento de seguros apoiado na monitorização do comportamento de condução é algo que acompanhamos naturalmente estudos e experiências do setor em todo o mundo, mas que até à data não deixam de ser isso mesmo.

 

Já criaram opções inovadoras de seguros automóveis a pensar em sistemas de carsharing?

Ainda não foi a nossa prioridade, atendendo à fraca penetração no nosso mercado em Portugal. Assumimos estrategicamente as nossas prioridades, ainda mais ao investirmos num ecossistema digital e na cloud que vai proporcionar uma experiência 100% digital. Trata-se de uma enorme transformação  onde temos necessariamente que simplificar e assumir que há um foco na base para depois  podermos ter a melhor plataforma que permita criar e flexibilizar produtos, ganhar asas e poder voar mais alto.
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