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A revolução tecnológica está a mudar o sector segurador, refere Marina Alves, assessora do departamento de Comunicação e Marketing da Prévoir. Uma das frentes de inovação são as plataformas mundiais de distribuição, tipo Amazon. Assinala que não podem ser ignoradas, "sobretudo a linguagem que utilizam e o posicionamento que assumem na vida das pessoas". Alerta para o facto de na Europa, onde o sector é fortemente regulamentado, a legislação dificultar a implantação de plataforma como a Amazon, que estudou recentemente o lançamento de "um site comparativo de seguros no Reino Unido".
Um dos aspetos em que o digital tem mais potencial de mudança é na cadeia de valor da indústria seguradora. A Liberty Seguros é um dos maiores grupos seguradores a nível mundial, o que lhe permite, como refere Alexandre Ramos, ter "laboratórios de pesquisa de soluções inovadoras, como a SolariaLabs, da Liberty Mutual, em várias partes do Mundo, onde se investiga a forma de colocar a tecnologia ao serviço do cliente. Importa realçar que vemos estes players como enablers para oportunidades que outrora não eram realizáveis. Por isso, as nossas parcerias são fortíssimas".
Futuro da mediação
Para Marina Alves, o mercado das tecnologias está em constante desenvolvimento, por isso "espera-se que surjam insurtechs, mais adaptadas ao contexto europeu, com produtos inovadores e adequados sobretudo às novas gerações, que valorizam espaços digitais onde possam adquirir serviços de forma instantânea, simples, segura e com um preço justo".
CIO da Liberty Seguros
Conceição Tomás, Agents e Marketing Manager da Generali, refere que a Generali tem desenvolvido "uma estratégia de inovação aberta, com projetos internos mas também cooperando com parceiros e startups de todo o mundo, de forma a desenvolver novos produtos e serviços de elevado valor acrescentado para o cliente e para os nossos parceiros". Tanto mais que "o digital é neste momento uma prioridade estratégica do Grupo, temos vindo a investir na nossa capacidade tecnológica, criando ferramentas e soluções facilitadoras para o cliente e mediador".
Esta referência ao mediador relaciona-se como o facto de Conceição Tomás considerar que "o contacto direto e personalizado continuará a ser a chave da diferenciação no mercado, em especial nos seguros não estandardizados".
Também para Alexandre Ramos, "apesar das mudanças que se têm verificado no mercado segurador, a mediação representa em Portugal o principal canal de venda de seguros e na nossa opinião continuará a representar nos próximos anos. Esta atividade tem, como todas as atividades, grandes desafios na preparação do seu futuro, nomeadamente de adaptação aos novos consumidores e novas formas de estes adquirirem serviços".