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"Estamos a viver um conjunto de crises, de volatilidade e o envelhecimento é das coisas mais previsíveis. Nesta ótica de longo prazo é um tema que já vem de trás e que vai atravessar o futuro porque a esperança média de vida para alguém que tem 65 anos é superior a 20 anos e vai subir para 25 anos", disse Pedro Esperto, responsável pela oferta sénior do Grupo Ageas Portugal.
Na sua opinião, "não temos a cultura da antecipação, tanto o Estado como as pessoas. Temos dificuldades em lidar com o futuro e com o longo prazo, que é muito abstrato e muito longínquo, é uma dificuldade do ponto de vista cultural e preferimos o mais concreto, o dia de hoje".
A longevidade comporta desafios económicos, sociais, financeiros, mas para Pedro Esperto, Portugal pode não ser um país para velhos hoje, mas tem todas as condições para o ser no futuro. Explicou que na Ageas foi constituída "uma equipa para estudar o problema e para promover o debate". Como disse Valdemar Duarte, diretor-geral da Ageas Pensões, "criámos uma área para a longevidade e o que pretendemos é ter um conjunto de serviços que permitam às pessoas ter qualidade de vida".
Pedro Esperto salientou que nas questões da longevidade "há um défice de comunicação porque há consciência do problema mas não se está a chegar à opinião pública". Alertou que "o envelhecimento não é uma questão dos velhos, é uma questão de rede, de quem os apoia, a estrutura familiar, e que coloca questões como os cuidadores que muitas vezes deixam de trabalhar para cuidar dos seus com as consequentes perdas de produtividade para a sociedade".
70% em depósitos bancários
Na abordagem à longevidade Ageas identificou quatro macronecessidades: a saúde, o bem-estar, o rendimento, e a proteção. Se nos dois primeiros há identificação de problemas e das necessidades e algumas respostas, nos dois últimos há muitas questões pendentes.
Para Pedro Esperto o rendimento é neste contexto visto numa dupla perspetiva, a da poupança a fazer-se e a de quem já poupou e está na idade da reforma. Neste caso, o que fazer com essa poupança acumulada.
"A literacia financeira é muito importante quer na componente da preparação para a reforma como depois na própria reforma, o que fazer com o dinheiro porque, com a atual longevidade, é muito tempo para ter o dinheiro parqueado em depósitos bancários com as taxas de juro que têm, que representa mais de 70% da poupança", afirmou Pedro Esperto.
No capítulo da poupança, Valdemar Duarte referiu-se ao produto de reforma pan-europeu (PEPP), cuja regulamentação está a ser preparada pelo Governo e tem "expectativas que objetivamente vise promover a poupança". Esclareceu ainda que nos países em que há uma forte poupança, existe uma de duas coisas ou até as duas: "Um forte estímulo fiscal e estímulos de outra ordem em que, por exemplo, o Estado entrega para contas individuais valores canalizados do Orçamento de Estado. Há uma mensagem clara para a necessidade de poupança."
A componente de proteção é crítica porque inclui a proteção financeira, contra acidentes "pois somos um país com bastantes acidentes em casa, na rua, contra perdas de autonomia, com o AVC, e que muitas vezes com isolamento ainda têm de lidar com estas perdas de autonomia, proteção nas doenças crónicas e comorbilidades", considerou Pedro Esperto.
Na sua opinião, "não temos a cultura da antecipação, tanto o Estado como as pessoas. Temos dificuldades em lidar com o futuro e com o longo prazo, que é muito abstrato e muito longínquo, é uma dificuldade do ponto de vista cultural e preferimos o mais concreto, o dia de hoje".
A longevidade comporta desafios económicos, sociais, financeiros, mas para Pedro Esperto, Portugal pode não ser um país para velhos hoje, mas tem todas as condições para o ser no futuro. Explicou que na Ageas foi constituída "uma equipa para estudar o problema e para promover o debate". Como disse Valdemar Duarte, diretor-geral da Ageas Pensões, "criámos uma área para a longevidade e o que pretendemos é ter um conjunto de serviços que permitam às pessoas ter qualidade de vida".
Pedro Esperto salientou que nas questões da longevidade "há um défice de comunicação porque há consciência do problema mas não se está a chegar à opinião pública". Alertou que "o envelhecimento não é uma questão dos velhos, é uma questão de rede, de quem os apoia, a estrutura familiar, e que coloca questões como os cuidadores que muitas vezes deixam de trabalhar para cuidar dos seus com as consequentes perdas de produtividade para a sociedade".
70% em depósitos bancários
Na abordagem à longevidade Ageas identificou quatro macronecessidades: a saúde, o bem-estar, o rendimento, e a proteção. Se nos dois primeiros há identificação de problemas e das necessidades e algumas respostas, nos dois últimos há muitas questões pendentes.
Para Pedro Esperto o rendimento é neste contexto visto numa dupla perspetiva, a da poupança a fazer-se e a de quem já poupou e está na idade da reforma. Neste caso, o que fazer com essa poupança acumulada.
"A literacia financeira é muito importante quer na componente da preparação para a reforma como depois na própria reforma, o que fazer com o dinheiro porque, com a atual longevidade, é muito tempo para ter o dinheiro parqueado em depósitos bancários com as taxas de juro que têm, que representa mais de 70% da poupança", afirmou Pedro Esperto.
No capítulo da poupança, Valdemar Duarte referiu-se ao produto de reforma pan-europeu (PEPP), cuja regulamentação está a ser preparada pelo Governo e tem "expectativas que objetivamente vise promover a poupança". Esclareceu ainda que nos países em que há uma forte poupança, existe uma de duas coisas ou até as duas: "Um forte estímulo fiscal e estímulos de outra ordem em que, por exemplo, o Estado entrega para contas individuais valores canalizados do Orçamento de Estado. Há uma mensagem clara para a necessidade de poupança."
A componente de proteção é crítica porque inclui a proteção financeira, contra acidentes "pois somos um país com bastantes acidentes em casa, na rua, contra perdas de autonomia, com o AVC, e que muitas vezes com isolamento ainda têm de lidar com estas perdas de autonomia, proteção nas doenças crónicas e comorbilidades", considerou Pedro Esperto.