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As seguradoras e os riscos cibernéticos

As seguradoras são um dos alvos potenciais de ataques cibernéticos porque dados financeiros e, sobretudo, uma grande quantidade de informações pessoais dos seus segurados.

22 de Dezembro de 2021 às 14:30
Alexandre Ramos, Chief Information Officer (CIO) da Liberty na Europa Ocidental. Pedro Pina
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Um estudo recente sobre a "Covid-19 e o risco cibernético no setor financeiro", publicado pelo BIS Bulletin, do Bank for International Settlements, revelou que o setor financeiro sofreu, depois do setor de saúde, o maior número de ataques cibernéticos relacionados com a covid-19, sendo as instituições de pagamento, seguradoras e de crédito as mais afetadas. As seguradoras são um dos alvos potenciais de ataques cibernéticos porque, tal como outras indústrias trabalham com dados de clientes, mas têm uma particularidade, mantêm nas suas bases dados financeiros e uma grande quantidade de informações pessoais dos seus segurados.

A Liberty Seguros, segundo Alexandre Ramos, reuniu as últimas inovações e tendências tecnológicas para construir um ecossistema digital único na indústria, com a geração de toda a informação na cloud, que oferece cibersegurança e inteligência cibernética, promovendo a proteção de dados, estabilidade e rapidez, além de ser mais executivo e eficiente para os procedimentos.

As linhas de defesa

"Tudo isto suportado pelas três linhas de defesa, tecnológica, processual e de auditoria. Cada vez mais existe um reconhecimento de que as seguradoras têm de continuar a focar investimento no constante fortalecimento destas linhas de segurança, alavancando através de áreas especializadas em cibersegurança ou colaborando com parceiros que têm como área de atuação principal a cibersegurança", afirma Alexandre Ramos.

A indústria dos seguros está a gerir muitos dados sensíveis dos clientes que é necessário assegurar que estão bem protegidos.  Alexandre Ramos
Chief Information Officer da Liberty na Europa Ocidental
"A indústria dos seguros está a gerir muitos dados sensíveis dos clientes que é necessário assegurar que estão bem protegidos. Por essa razão, dispomos de equipas de TI especializadas em segurança informática, trabalhamos com os nossos parceiros para prevenir tais ataques e dispomos de mecanismos para rastrear a atividade nas nossas redes informáticas. Tudo com o objetivo de garantir que os dados são seguros e que o nosso negócio pode continuar a funcionar", defende Sjoerd Smeets, Chief Risk Officer do Grupo Ageas Portugal.

As autoridades de regulação insistem na salvaguarda e governação das tecnologias de informação e comunicação e de subcontratação de serviços. Como refere Sjoerd Smeets, "precisamos de informar o regulador sobre os principais fornecedores de subcontratação com os quais trabalhamos. Para todos os nossos sistemas internos e sistemas em uso com parceiros externos, temos planos de continuidade de negócios em vigor para lidar com potenciais questões de qualquer natureza que possam surgir".

A Liberty é uma seguradora totalmente digital e "a preparação necessária para dotarmos tecnologicamente e processualmente a organização numa referência digital segura, foi chave", referiu Alexandre Ramos, que considera que "a digitalização tem conduzido a profundas transformações na cadeia de valor dos seguros". Acrescenta que "temos sempre de salvaguardar que um passo como este é antecedido da preparação para que tenhamos dados e sistemas com um nível de segurança robusto".
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