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A inflação implica uma gestão mais conservadora

O debate “Os novos desafios para o setor segurador” contou com a participação de José Gomes, do Grupo Ageas Portugal; Maria João Silva, da Tranquilidade e Rita Almeida, da Liberty.

Filipe S. Fernandes 30 de Novembro de 2022 às 16:00
Pedro Catarino
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Há 30 anos que não se falava tanto de inflação, afirmou Rita Almeida, e, nesta altura, as seguradoras já estão a olhar para os novos ciclos. A Liberty tem procurado antecipar o tópico da inflação, "um tema quente dentro da própria organização porque temos consciência da responsabilidade para o futuro nas indemnizações de sinistros", disse Rita Almeida durante o debate "Os novos desafios para o setor segurador", na 9.ª conferência Os Seguros em Portugal. "Temos de acautelar que o preço que damos hoje ao seguro é porque terá uma consequência dentro de algum tempo e não sabemos qual vai ser o custo esperado desse sinistro, o que implica uma gestão conservadora".

Nessa antecipação, houve um conjunto de revisões do ponto de vista tarifário, o que acabou por ter impacto na política de preços. "Como nos antecipamos ao mercado, as nossas expectativas são um pouco diferentes e temos um plano mais ambicioso e mais arejado. Mas a estratégia não passa só pela política de preços, porque a Liberty passou por uma transformação muito grande, com o objetivo de trazer mais eficiências, mais agilidade de processos, e, sobretudo, mais qualidade, na prestação de serviços diferenciadores que podemos dar aos nossos clientes. Temos a consciência de que no momento da verdade, que é o sinistro, quando o cliente precisa, não podemos falhar."

Segundo Maria João Silva, CMO da Tranquilidade, "estamos a aprender a gerir com a inflação, o que também está dependente das linhas de negócio e depois estar muito atento às necessidades individuais. Temos outras formas de compensar com benefícios financeiros, como o produto 5T, em que se pode concentrar todos os seguros na Tranquilidade".

"É inevitável que haja aumentos de preços, mas o contexto económico não é favorável, com a probabilidade de recessão, por isso é natural que haja uma propensão maior para que haja incumprimentos no pagamento de prémios, mas se vai ser relevante ainda não se sabe. Contudo, não estamos a contar com um impacto dramático", referiu José Gomes, membro da Comissão Executiva do Grupo Ageas Portugal.
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