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"Em termos de saúde, aconteceu que ficamos a achar que apenas havia uma doença chama covid-19, e, portanto, o sistema público de saúde ficou completamente mobilizado. Por vezes, hostilizou-se a capacidade complementar dos sistemas privados de saúde", disse Valdemar Duarte, diretor-geral da Ageas Pensões e APFIN. Adianta que se fez "bandeira de que o SNS era universal, e é, e único, esquecendo-se os regimes complementares e privados. Neste momento em que estamos na descompressão do vírus estamos a constatar que em Portugal o SNS está num momento muito complicado".
Na sua opinião, a saúde deveria ser vista sem a dicotomia público e privado. "Todos contam e a complementaridade entre os dois sistemas é que se deve promover. Temos um número de médicos por habitante bastante elevado e condições para ter um Sistema Nacional de Saúde com qualidade", assume Valdemar Duarte.
Para José Galamba de Oliveira, tem de se tirar a ideologia do debate e começar a olhar para o Sistema Nacional de Saúde com o pilar público, o pilar privado e social, em que o importante é a coordenação a partir da qual se pode dar uma melhor resposta na saúde.
Ramo de saúde resistiu durante a pandemia
"O ramo de saúde tem crescido ao longo da última década mesmo em tempos de crise", analisou José Galamba de Oliveira, e, por isso, não é uma surpresa que, mesmo durante a pandemia, tenha sido o único ramo que não registou nenhuma quebra de produção. "Isto tem a ver com a dificuldade de acesso que as pessoas tiveram ao SNS, e valorizam muito esta possibilidade de poderem ir ao privado. Para isto, o seguro de saúde é uma ferramenta fundamental", considerou José Galamba de Oliveira.
O presidente da Associação Portuguesa de Seguradores, o crescimento dos seguros de saúde vai continuar a existir, até porque os seguros vão dando coberturas adicionais. Rita Almeida, diretora da rede tradicional da Liberty Seguros em Portugal e Irlanda, concorda que "o ramo saúde é uma área que tem crescido, apresenta grandes oportunidades e onde naturalmente há espaço para fazer mais e de forma complementar e para crescer com qualidade, com vista a defender os melhores interesses do consumidor porque ele exige isso das seguradoras".
Por outro lado, José Galamba de Oliveira acentuou também que estão a surgir seguros novos. "Durante a pandemia houve seguradoras que lançaram o seguro de proteção de rendimentos, que não tem a ver só com a saúde mas tem a ver com o facto de se alguém ficar doente terem um seguro para acautelar isso. O setor vai dando respostas às novas necessidades", concluiu.