- Partilhar artigo
- ...
"É uma nova era tecnológica sem precedentes nos últimos 30 anos", anuncia Alexandre Ramos, membro da equipa executiva e WEM Technology Leader da Liberty Seguros. As tecnologias como a telemetria, a inteligência artificial, o machine learning e o blockchain "são grandes aliados na forma como construímos e disponibilizamos os seguros e os serviços para os nossos clientes. Por outro lado ajudam-nos a perceber, acompanhar e antecipar as tendências do mercado", refere Alexandre Ramos.
Explica que a Liberty constrói modelos tarifários embebidos com machine learning, mas também como modelos preditivos, alimentados em tempo real para os ramos de automóvel, multirrisco e outros. Além disso, "o modo como utilizamos técnicas de machine learning na deteção de fraude torna-nos mais eficazes", garante Alexandre Ramos.
Alavancar potencial
Os sistemas cognitivos vão ser as tecnologias com mais impacto no mercado de seguros. "As tecnologias relacionadas, direta e indiretamente, machine learning, inteligência artificial, deep learning, etc., têm aplicações em toda a cadeia de valor, nos seguros e para além dos seguros. Desde a formação do preço do risco, à disponibilização de serviços core ou complementares, à eficiência operacional ou à regularização de sinistros. Já temos, no Grupo Ageas Portugal, aplicações práticas de inteligência artificial em triagem clínica ou em chatbots, e vamos continuar a alavancar no seu potencial", refere Ângelo Vilela, diretor do Digital Grupo Ageas Portugal. Nesta área o grupo está a fazer desenvolvimentos acelerados, incluindo em Portugal.
Marcos Perestrelo, Chief Technology Officer da i2S, fala em tecnologias e parcerias tecnológicas. "As tecnologias mais impactantes podem ser as mais simples: web services ou capacidade de integração num ecossistema, que cada vez mais é cloud "driven". No entanto, a rapidez pode exigir parcerias em que as tecnologias já se encontram aplicadas e otimizadas, sendo o tempo até à transformação o fator-chave em decisões".
Segundo Alexandre Ramos, é importante "usar inovação onde a mesma se encontra", no investimento nas soluções cloud based, em clouds públicas, entrando em parceria com empresas inovadoras e estratégicas. "No que toca a tecnologia, existem gigantes mundiais a investir em tecnologia com volumes que o nosso setor nunca conseguirá acompanhar. O que faz sentido é estudarmos parcerias, e utilizá-las de forma simples, ágil e rápida. A isto chamamos um ecossistema de oportunidades, de inovações e melhor serviço a mediadores, clientes e parceiros."
Custos e receitas
"As tecnologias dividem-se nas que podem ter impacto em custos, receita ou ambas, resultados que as seguradoras sempre procuram sobretudo agora." Salienta que a telemetria está associada à oferta de novos produtos, que integram o uso como base ou complemento ao preço e utilidade do seguro. "Estes seguros têm vindo a crescer (automóvel, multirrisco, wearables em vida) e as restrições impostas pela covid-19 podem fazer aumentar o interesse nesta oferta e promover o uso da tecnologia", diz Marcos Perestrelo.
João Gonçalves, diretor de sistemas de informação e novas tecnologias da Prévoir-Vie, refere as oportunidades para as insurtechs, por exemplo, apps relacionadas com a saúde das pessoas, que integram produtos de seguro simples ("embutidos"). Ao nível aplicacional e de processos, as tecnologias de assinatura digital, automatização de workflows e soluções de digitalização documental serão as que permitirão mais agilização, flexibilização e simplificação dos processos.