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Notícia

Revista do Ano: Fevereiro, o mês da OPA ao BPI

O Syriza deu o pontapé de saída no confronto com os poderes europeus. Em Portugal, enquanto continuava o desfile de notáveis no Parlamento devido à queda do BES, o BPI ficou no radar das notícias em Fevereiro.

Negócios 10 de Dezembro de 2015 às 09:00
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Acontecimentos nacionais

12 de Fevereiro - Sacos de plástico taxados a 10 cêntimos

Os sacos de plásticos leves passaram a ter uma taxa de 10 cêntimos. A decisão fez parte do pacote de Fiscalidade Verde e resultou do esforço do ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, que sublinhou a necessidade de reduzir a poluição resultante deste produto, principalmente no mar, seguindo orientações da União Europeia. A medida, que provocou alguma contestação da parte de consumidores e fornecedores, viria a ter um impacto significativo, calculado mais tarde pelo próprio ministro do Ambiente.


17 de Fevereiro - CaixaBank lança OPA ao BPI
O CaixaBank surpreendeu o mercado ibérico e, em pleno Carnaval, anunciou o lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre o BPI, no qual já controlava 44%. Na proposta, ofereceu 1,329 euros por acção, um prémio de 27% face à cotação mais recente. O banco catalão dava assim o pontapé de saída a uma luta com Isabel dos Santos, a outra accionista de relevo do banco liderado por Fernando Ulrich, que durou até ao final de 2015, sem desfecho claro no horizonte. A operação dominou a actualidade do sector bancário durante largas semanas, e logo no arranque motivou explicações dos catalães, comentários dos analistas, reacções dos trabalhadores do banco e até de um depoimento de um dos banqueiros portugueses mais conhecido em todo o mundo. E a própria gestão do BPI, concentrada que estava na corrida ao Novo Banco, teve de assumir uma posição oficial sobre a oferta, considerando-a abaixo do valor justo do banco, já uma semanas depois de lançada a proposta.

É nossa intenção manter o BPI cotado e como banco português.
Gonzalo Górtazar, presidente-executivo do CaixaBank, a 17 de Fevereiro


20 de Fevereiro - Papel comercial do GES: guerra de reguladores
Quem assume as responsabilidades no papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES) comprado aos balcões do BES por clientes do banco? A pergunta já ecoava no país em Fevereiro (e continua, no final do ano, sem resposta). O Banco de Portugal recusou na altura assumir responsabilidades pela venda de papel comercial de empresas do Grupo Espírito Santo aos balcões do Banco Espírito Santo. Para o governador Carlos Costa, essas operações são da competência da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Mas Carlos Tavares, o seu homólogo da CMVM, recusa assumir essa responsabilidade. No meio desta guerra de reguladores, estão os auto-denominados lesados do papel comercial do GES, que fazem-se ouvir nas ruas, nos media e também no Parlamento


26 de Fevereiro - Zeinal Bava explica-se no Parlamento

Zeinal Bava foi ao Parlamento dar a sua versão da queda do BES. Um regresso - depois de uma anterior visita na sequência do "caso TVI" - marcado por uma autópsia ao seu papel nas aplicações ruinosas da PT no universo GES. "Não guardo de memória" foi talvez o início de frase mais referido por Zeinal Bava na comissão de inquérito parlamentar. Os deputados não ficaram satisfeitos com as intervenções do gestor, que dizem não ter respondido ao que lhe era perguntado. Seis horas depois ficou a saber-se que Bava não assumia responsabilidades pelo que se passou nas aplicações da PT depois de Junho de 2013.



26 de Fevereiro - Barreiro é opção para futuro terminal de Lisboa
O ministro da Economia, Pires de Lima, assumiu - ainda o ano de 2015 dava os primeiros passos - a opção política de escolher a localização do Barreiro para construir o novo terminal de contentores de Lisboa, projecto cujos estudos de engenharia e de impacto ambiental chegaram mesmo a ser candidatados ao mecanismo "Interligar a Europa" de fundos comunitários. Uma escolha que viria a ser criticada por engenheiros, mas aplaudida por autarcas. E que o Governo deixou como herança para o novo Executivo. 

26 de Fevereiro - Os campeões jogam na RTP
A decisão estava tomada por Alberto da Ponte, mas o seu sucessor aos comandos da RTP acabou por reforçá-la. "A RTP vai ficar com a Liga dos Campeões, vamos honrar os compromissos com a UEFA", afirmou Gonçalo Reis, garantindo que aquela era a "posição definitiva" da empresa. "Vamos ficar com a Liga e não vamos sublicenciar", salientou, acrescentando que, apesar dos direitos de transmissão da "Champions" representarem um "investimento muito elevado", aquele era "um grande produto televisivo". O canal público ficou com o direito de transmissão dos jogos da competição de clubes mais popular do futebol mundial por três anos (até 2018), num investimento total que poderá chegar aos 15 milhões de euros. 

Acontecimentos internacionais 

9 de Fevereiro - Swiss Leaks, uma história de evasão fiscal

Uma investigação, baptizada "Swiss Leaks", revela documentos fornecidos por um informático, Hervé Falciani, ex-trabalhador do HSBC em Genebra, ao governo francês em 2008. O jornal francês Le Monde teve acesso a parte da documentação e partilhou-a com um consórcio de jornalistas (ICIJ), composto por jornalistas de mais de 40 países. Os jornalistas analisaram cerca de 60.000 ficheiros, alguns dos quais com informações que denunciavam que o banco tinha conhecimento de práticas ilícitas de alguns clientes. O ICIJ publicou informação sobre 61 pessoas, algumas delas conhecidas em todo o mundo, onde não surge qualquer personalidade portuguesa, mas inclui, por exemplo, Mohammed VI, rei de Marrocos, Abdullah II, rei da Jordânia, o designer de moda Valentino, a modelo Elle McPherson, o actor Christian Slater, o banqueiro Edouard Stern e o motociclista Valentino Rossi.

11 de Fevereiro - Fosun compra Club Med

Ao fim de 19 meses, os chineses da Fosun – donos da Fidelidade e da Luz Saúde (antiga Espírito Santo Saúde) em Portugal – conseguiram vencer a batalhar pelo popular grupo global de turismo. E passaram a ser os novos donos do grupo hoteleiro Club Méditerranée. A oferta do grupo chinês atingiu um valor próximo dos mil milhões de euros.


12 de Fevereiro - Cessar-fogo na Ucrânia

Putin, Poroshenko, Merkel e Hollande chegaram a um entendimento para o cessar-fogo na Ucrânia, depois de uma maratona negocial em Minsk, anunciou o presidente russo."Chegámos a um acordo sobre o que é importante", afirmou na altura aos jornalistas o presidente russo, adiantando que o acordo recuperava algumas das linhas que tinham sido delineadas no anterior acordo firmado em Setembro e que veio depois a falhar. A cimeira de Minsk era vista como a última oportunidade para terminar o conflito na Ucrânia, que provocou mais de 5 mil mortos, devastou a economia ucraniana e atirou a Rússia para uma recessão.

11 de Fevereiro - Jon Stewart deixa o The Daily Show

Foi o anúncio do ano nos media norte-americanos: o popular apresentador norte-americano Jon Stewart anunciou no final de um dos programas que iria abandonar o "The Daily Show" da Comedy Central em finais do ano. Apelidado de "génio cómico", Jon Stewart esteve no canal durante duas décadas, quatro noites por semana. Além de ter marcado vários momentos da vida política e social do país, Jon Stewart ganhou uma popularidade global que tornou a sua saída - e posterior ida para o canal "premium" HBO - um terramoto no negócio de media, cada vez mais virado para os conteúdos digitais e longe dos formatos convencionais da televisão. 


12 de Fevereiro - Grécia abre as negociações com os parceiros europeus

Foi o início da longa história das negociações entre o novo governo grego, liderado por Alexis Tsipras, e os parceiros europeus do BCE, FMI e Comissão Europeia. E logo no primeiro dia surgia o primeiro choque, as primeiras polémicas, as primeiras divergências. A começar no texto do acordo, noticiado e desmentido. As negociações haviam de prosseguir nos dias, semanas e meses seguintes, e durante muito tempo com o polémico e popular ministro das Finanças grego, Yannis Varoufakis, no centro das atenções

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