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Tecnologia Zaask: Eles não tiveram medo de falhar. E Zaask

Não tem paciência para organizar a festa de casamento ou pintar aquela parede chata da sala? Há uma tecnológica portuguesa que pode ter a solução. Já chegou a Espanha.

02 de Fevereiro de 2015 às 10:26
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A equipa de Luís Martins conta já com 25 pessoas, com uma média de idades abaixo dos 30 anos.

 

 

Os empreendedores comem problemas ao pequeno-almoço". Eles decidiram tomar a refeição completa em 2012. Fizeram-no cientes de que tinham uma longa corrida de obstáculos para enfrentar. A maratona Zaask.


Movia-os a vontade de aperfeiçoar a área da prestação de serviços, perante os avanços recentes na compra de bens e produtos. No fundo, foram à procura de uma garantia de "boas experiências" neste domínio.


"Há muito concorrência, mas descobrir o prestador de serviço que está disponível quando e onde eu preciso (e que já agora tenha referências) é difícil. É quase como descobrir uma agulha num palheiro", explica o CEO, Luís Martins.


Nesta missão quase impossível, assumiram a tarefa mais desafiadora: procurar micro e pequenas empresas que respondam às necessidades dos utilizadores da plataforma. Focaram-se naquelas entre um e dez trabalhadores, apesar de lhes reconhecerem uma capacidade operacional limitada.


No ano passado, "os nossos prestadores de serviços, segundo a informação que nos deram, facturaram acima dos 10 milhões de euros", conta o fundador. É um contributo que responde à crescente vontade que muitos têm de criar o seu próprio emprego - seja pela força do desemprego ou não. Para crescer, precisam de clientes. A Zaask quer fazer a ponte: "no fundo, o que eu faço da vida é vender oportunidades de negócio".

 

Com cariz tecnológico, esta start-up tem recorrido ao capital de risco para atingir novas etapas.

 

Por dia, à plataforma chegam mais de 300 pedidos em Portugal. Em Espanha - onde entraram há pouco mais de um mês - já se segue nesse sentido. Em média, acima de 75% dos pedidos resulta num negócio fechado. Seja para obras, para organização de eventos, cuidados de saúde, explicações ou trabalhos artísticos.


Há disponibilidade para experimentar. "As pessoas vêm para uma coisa e quando vêm para a segunda já é numa área completamente diferente", confidencia Luís Martins. A plataforma cresce a um ritmo de 10% a 15% ao mês. A consolidação em Portugal levou a Zaask a ir além-fronteiras.

Espanha é a primeira paragem de uma viagem que quer escala em vários pontos da Europa. No bilhete, têm um espaço reservado para a eventual falha. "As pessoas que nunca saem da zona de conforto nunca falham, mas também nunca acrescentam muito valor, nem são muito felizes", posiciona Luís.

 

Chateiam-no os novos "Velhos do Restelo" que ficam no porto a ver o barco ir mais além, reflexo de uma cultura que não consegue ainda abraçar a falha. O ecossistema empreendedor onde nasceu o projecto ensinou a Luís Martins uma coisa: "uma pessoa só aprende quando falha". No seu próprio percurso, o CEO conta com projectos que não foram adiante. O ambiente das start-ups ainda não estava no ponto.

 

É sem medos que a Zaask avança a cada nova etapa. A pensar em grande, mas com as expectativas moderadas: estão conscientes que plataformas semelhantes não tiveram grandes resultados nos primeiros tempos. Também eles não os esperam. Para já. 

 

 

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Perguntas a Luís Martins
Presidente-executivo da Zaask

 

"Alemanha, Inglaterra e França já estão na mira"

 

A aventura da internacionalização começou há pouco mais de um mês. A aposta já dá frutos.


Quando decidiram dar o salto para os mercados externos?
O mercado-mãe estava com uma boa "performance". Sentimo-nos preparados para expandir.


Começaram em Espanha. Porquê?
Começámos no mês passado. Espanha é um mercado intermédio, uma espécie de degrau. Temos de pensar em grande: ou nos tornamos uma marca com escala ou morremos. A concorrência é muita.


Daí a escolha…
Espanha é um mercado mais fácil, próximo, que não exige grandes níveis de investimento. Ainda não estamos na fase de ir buscar dezenas de milhões a investidores.


Os especialistas consideram que o negócio só funciona neste país quando tem um rosto espanhol.
Ainda não pus os pés em Espanha, mas toda a equipa [10 pessoas] é espanhola. Uma das coisas boas do nosso modelo é ser muito escalável: não precisamos de estar em Espanha para abrir lá. Isso é bom na perspectiva dos investidores.

 

Espanha funciona como um degrau para chegar a outros países.


É então uma internacionalização assente em Portugal?
Toda a partir de Portugal. O que nos importa é ter os olhos e ouvidos em Espanha. Já o fazemos através da nossa equipa, em contacto constante com os utilizadores espanhóis. Vamos querer abrir um pequeno escritório local.


Que quotas esperam que os mercados externos venham a representar?
Só em Londres, o mercado é 25 vezes maior do que em Portugal. Portugal, se as coisas correrem bem, vai ser quase insignificante nas receitas totais. É um excelente mercado para começar: pode-se fazer mais erros, podemos testar.


Para além de Espanha, já há outros países na vossa mira?
Alemanha, Inglaterra e França. Atrai-nos a dimensão do mercado.

 

 

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Notas rápidas


Como funciona o serviço?


Variedade de opções
Começaram com serviços ligados à construção civil e bricolage. À medida que os meses foram avançando, juntaram outras opções ao catálogo: fotografia, organização de eventos, explicações, massagens, tradução. A procura tem sido crescente.


Disponibilidade
Uma das garantias da Zaask a quem procura um prestador de serviço é a disponibilidade. Só será contactado por profissionais que possam dar resposta às suas necessidades. Cada pequeno empresário paga uma subscrição para ter acesso às oportunidades.

 

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