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“A capacidade de inovar de Portugal é essencial para a nossa competitividade”

Jorge Portugal, da Cotec Portugal, e Rui Coutinho, da Nova SBE, reiteraram a notória melhoria de Portugal nos seus índices e comportamento face à inovação.

30 de Junho de 2023 às 15:30
Jorge Portugal, diretor-geral da Cotec Portugal Mariline Alves
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Portugal tem vindo a investir cada vez mais em investigação e desenvolvimento, assegura Jorge Portugal, diretor-geral da Cotec Portugal. "E este prémio é prova disso, mostra que há bons exemplos em Portugal, exemplos inspiradores que devem ser analisados, promovidos, celebrados, estudados. Em alguns casos, devem ser imitados, devem ser replicados", explicou na Conferência Final e Entrega de Prémios do Prémio Nacional de Inovação, uma iniciativa que juntou o Jornal de Negócios, o BPI e a Claranet, em parceria com a Nova SBE como knowledge partner e a Cotec Portugal. "Por todos estes exemplos, acreditamos que estamos no bom caminho. Mas estamos num bom caminho porque temos as condições e os ingredientes adequados para atingirmos estes objetivos." Segundo dados fornecidos por Jorge Portugal, o país registou um aumento da investigação e desenvolvimento empresarial de 15% ao ano. "Há agora políticas públicas orientadas e destinadas a promover e a corrigir as falhas de mercado que sempre surgem nos processos de inovação."

O diretor-geral da Cotec Portugal admite, assim, que Portugal tem os ingredientes necessários para poder avançar e concretizar as metas estabelecidas. Metas de desenvolvimento não só económico como social. "Temos de descobrir alguns recursos naturais importantes para a economia do futuro", salientando, no entanto, que o recurso nacional natural mais importante é o talento. "Produzimos talento, mas é preciso sabê-lo aproveitar e retê-lo nas nossas empresas e em Portugal." O executivo falou ainda da importância de igualmente atrair talento do exterior.

Relativamente ao Prémio Nacional de Inovação, o diretor-geral da Cotec Portugal explana que reflete o dinamismo que o país está a atravessar no caminho da inovação, provando que esta pode realizar-se independentemente da escala e do setor da organização. "Tivemos candidatos de diferentes setores, zonas do país e de diferentes áreas e dimensões."

Portugal dá cartas na inovação

A Nova SBE esteve particularmente envolvida no processamento e análise das candidaturas, assim como no trabalho próximo com o júri. Na Cerimónia de Entrega do Prémio Nacional de Inovação, Rui Coutinho, executive director do Innovation Ecosystem da Nova SBE, relembrou o exercício que fez na primeira conferência, que decorreu em Matosinhos, onde "transportou" os presentes para 2030, numa visão claramente otimista de como, daqui a sete anos, Portugal vai estar neste capítulo. Nessa data, dizia Rui Coutinho, vai ser notória uma extraordinária evolução. Porque se, em 2022, o European Innovation Scoreboard apontava Portugal como um inovador "moderado", com um desempenho de cerca de 85% da média da União Europeia, em 2030 classifica-nos como um "inovador forte", com uma performance de 123,8% em relação à média da União Europeia e a crescer a um rápido ritmo. E se havia indicadores em 2022 nos quais estávamos relativamente bem, como um interessante número de estudantes de doutoramento estrangeiros, capacidade de penetração de banda larga ou no apoio do Governo e entidades públicas à investigação e desenvolvimento em contexto empresarial, não estávamos tão bem no nível de investimento que fazíamos em inovação por colaborador, nas tecnologias relacionadas com o ambiente e com a descarbonização ou na produtividade.

"Depois de analisarmos estas mais de 100 candidaturas, acredito estarmos mais próximos desse cenário ideal que projetamos na apresentação desta iniciativa em Matosinhos: ser um país inovador. Rui Coutinho
Executive director do Innovation Ecosystem da Nova SBE
Em 2030, Rui Coutinho profetizava que a força nacional estava na capacidade de vender produtos inovadores, de gerar emprego em atividades e empresas inovadoras, na capacidade de ser líder nas tecnologias que estão a descarbonizar o planeta e em gerar colaboração nas PME ao nível da inovação. Também aqui, em 2030, há espaço para melhorar, nomeadamente no número de patentes que Portugal consegue registar, nos investimentos em I&D no setor público, nos investimentos em venture capital ou na mobilidade de emprego científico e tecnológico. Uma visão que, de resto, foi mote para muitos dos oradores desta participada sessão.

Agora, na Cerimónia de Entrega do Prémio Nacional de Inovação, Rui Coutinho admite que "depois de analisarmos estas mais de 100 candidaturas, acredito estarmos mais próximos desse cenário ideal que projetamos em Matosinhos". O executivo diz que, quer em qualidade quer em quantidade, as candidaturas não o surpreenderam, mas antes confirmaram que a capacidade de inovar no nosso país é absolutamente extraordinária e vai ser seguramente condição de competitividade.
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