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“Prémio entrou no mapa da inovação em Portugal”

A cerimónia de entrega da primeira edição do Prémio Nacional de Inovação contou com a presença de Mário Campolargo, secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, que reiterou a importância desta iniciativa como impulsionadora das melhores práticas em Portugal.

22 de Junho de 2023 às 14:00
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A inovação e a sua importância para a economia e para a sociedade nos dias de hoje são absolutamente inquestionáveis, salientou Mário Campolargo, secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, na cerimónia de entrega do Prémio Nacional de Inovação, uma iniciativa que juntou o Jornal de Negócios, o BPI e a Claranet, em parceria a Nova SBE, como knowledge partner e a Cotec Portugal como parceiro institucional. "Todos temos o dever de promover e fomentar o progresso, procurando soluções criativas e avanços que impulsionem o desenvolvimento do nosso país, através desta força transformadora que impulsiona a sociedade em direção a um futuro mais próspero e mais sustentável".

Para o governante, a inovação que este prémio distingue, seja na categoria personalidade, seja no segmento de negócio ou da tecnologia, é a força motriz por detrás do crescimento económico e da melhoria da qualidade de vida. "A nossa resposta coletiva aos desafios que enfrentamos implica seguramente a introdução de novas ideias, novas tecnologias, novos processos, especialmente novos modelos de negócios, criando oportunidades para o empreendedorismo e estimulando a competitividade em todos os setores. Se queremos um mundo novo, não podemos deixar de celebrar e promover - como aqui fazem todos estes parceiros - o papel essencial da inovação na sua geração".

Socorrendo a Camões - Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades - Mário Campolargo reforça que a mudança é a única constante no mundo que nos rodeia e que "a inovação é a nossa resposta adaptativa enquanto espécie para lidar com essa mudança".

Admitindo que a inovação é fundamental para impulsionar a economia, até porque estimula a criação de empregos, impulsiona o investimento e gera riqueza, Mário Campolargo explora que empresas inovadoras têm maior probabilidade de expandir os seus negócios e de conquistar ou mesmo criar novos mercados, aumentando a competitividade à escala global. "A título de exemplo, a aposta que temos feito em investimentos em investigação e desenvolvimento e, sobretudo, a I&D financiados por e para benefício do setor privado, tem permitido criar um ambiente propício à inovação, incentivando a colaboração entre empresas, universidades e institutos de investigação".

Benefícios para além dos económicos

Mas os benefícios da inovação não são apenas económicos, têm um impacto significativo na sociedade como um todo, ajudando a melhorar a qualidade de vida das pessoas, proporcionando soluções para os múltiplos desafios sociais, como sejam a saúde, a educação, a energia ou a sustentabilidade ambiental. A app SNS24, "que coloca a assistência médica na palma da nossa mão" ou os leitores inteligentes de consumo de energia "que já temos em tantas das nossas casas", foram dois exemplos concretos dados por Mário Campolargo de mecanismos que a inovação colocou ao nosso dispor para melhorar, respetivamente, a nossa saúde e o nosso ambiente. "Temos inovado na forma como disponibilizamos serviços públicos, encontrando maneiras de os prestar que não são apenas mais eficientes, mas também que servem melhor as expectativas dos cidadãos e também das empresas". O exemplo mais recente é o Assistente Virtual do Cidadão, baseado em ChatGPT e que resulta de uma parceria entre AMA e vários parceiros privados "destina-se a disponibilizar um chatbot com avatar que responda às nossas questões no caso particular sobre a chave móvel digital". Trata-se de um piloto que aprenderá tanto mais quanto interagirem com ele, neste caso com ela, porque é uma assistente virtual pelo que vos encorajo sinceramente a fazê-lo". Este é, segundo o governante, um ótimo caso de como podemos inovar, incluindo tecnologia emergente, disruptiva, generativa, neste caso, "ao mesmo tempo que garantimos um ambiente seguro e saudável de prototipagem para todos e para todas".

É necessário criar um ambiente de inovação

Face a tudo isto, o secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa não tem qualquer dúvida ser essencial criar um ambiente favorável à inovação para que esta floresça, reforçando que o Governo apoia políticas públicas de incentivo à investigação e desenvolvimento, facilitando o acesso, financiamento e recursos para, por exemplo, startups e empreendedores. "Desde o startup voucher aos vales para aceleradoras e incubadoras, passando pelo contínuo da inovação formado por zonas livres tecnológicas, polos de inovação digital e pela Rede Nacional de Testbeds, estamos verdadeiramente apostados em dar as condições a todos para que possam testar e modelar as suas ideias e assim, na prática, inovar".

Em 2021, a Bial investiu mais de 80 milhões de euros em investigação e desenvolvimento. António Portela
CEO da Bial
O governante não tem dúvida de que nenhuma inovação surgirá de modo equitativo e socialmente aceitável se não tivermos uma educação de qualidade. "Em Portugal, as nossas universidades, os nossos politécnicos, assim como as nossas escolas de ensino obrigatório, têm demonstrado quão fundamental é desenvolver as técnicas e competências necessárias para impulsionar esta mesma inovação". Mário Campolargo falava em inovar na maneira de ensinar "e tem-no feito enquanto estímulo da curiosidade intelectual, porventura, aquele que é o ingrediente secreto".

Não inovar é morrer

"Não inovar num ambiente de tecnologia é morrer", garante António Miguel Ferreira, CEO da Claranet Portugal. "Inovar é continuar e é nisso que acreditamos. A inovação está no nosso DNA", enfatizou o fundador da Esotérica, uma pequena empresa que nasceu no Porto há quase 30 anos, pelas mãos de cinco sócios e se tornou no primeiro fornecedor de acesso à Internet em Portugal. "Na altura, inovámos, reinventámos o nosso modelo de negócio. Aquilo que fazemos hoje nada tem a ver com o que fazíamos". Com "orgulho e modéstia", o executivo congratulou-se pelo sucesso desta iniciativa, "a primeira de muitas edições", que colocou "o Prémio Nacional de Inovação no mapa da inovação em Portugal".

Afonso Eça, diretor executivo do Centro de Excelência de Inovação e Novos Negócios do BPI, salientou nesta cerimónia de entrega de prémios ser fundamental trazermos a inovação para a ordem do dia em Portugal. "Inovação é crescimento económico, são melhores condições de vida para todos e, portanto, era inevitável que o BPI, perante este desafio, não se juntasse como um dos promotores". O diretor executivo mostrou-se particularmente satisfeito com o grau de adesão ao PNI, cerca de 100 empresas, "numa iniciativa diferente que as obriga a sair da sua zona de conforto".

A cerimónia serviu também para distinguir António Portela, CEO da Bial, com o Prémio Personalidade, que assegurou aos presentes que "a inovação é absolutamente crítica para criarmos valor".


Vencedores da primeira edição do Prémio Nacional de Inovação

SEGMENTO NEGÓCIO
Inovação em PME: Egitron
A Egitron desenvolve equipamentos e software de base tecnológica na área de controlo da qualidade e inspeção de produtos para automatização de processos de aquisição de dados, controlo e gestão.

Inovação em grandes empresas: The Navigator Company
A Navigator criou conceito "From Fossil to Forest", lançando uma nova gama de produtos de embalagem celulósica sustentável, alternativa ao fóssil, a gKRAFT. A atividade de I&D da Navigator gerou três patentes em 2022.

Inovação em empresa pública ou administração pública: Câmara Municipal de Cascais
O município de Cascais destaca-se pelo desenvolvimento de um ecossistema integrado de inovação, caraterizado por processos de experimentação e inovação, que procuram envolver o governo local, entidades públicas e ONG, academia e empresas, sempre com o cidadão como ponto central.

SEGMENTO TECNOLOGIA
Inteligência Artificial e Machine Learning: EDP
Como operador da rede de distribuição, a E-Redes (grupo EDP) tem o dever de garantir a conservação das linhas elétricas. Para suportar esta atividade, a solução "Analytics4Vegetation", suportada em inteligência artificial, prevê o potencial de crescimento da vegetação nas proximidades da rede aérea, tendo como objetivo tornar a gestão da vegetação automatizada, proativa e preventiva.

Transformação do Posto de Trabalho: Worten
A app myWorten foi pensada para dar suporte a toda a comunicação interna da empresa. Trata-se de uma ferramenta essencial na sustentação de um ecossistema Worten assente na inovação, agilidade e colaboração, que procura aportar de forma contínua mais valor às diversas partes envolvidas.

Cibersegurança: Ethiack
A tecnológica está a desenvolver uma plataforma autónoma capaz de identificar vulnerabilidades nas infraestruturas digitais expostas, de modo instantâneo, contínuo e com mais de 99% de precisão. A plataforma combinará hacking ético automático e manual com inteligência artificial para testar webapps, APIs e redes internas.

Tecnologia Sustentável: EDP
A EDP desenvolveu um parque solar no Alqueva com recurso a flutuadores com cortiça, que contribui para reduzir a pegada de CO2 do fabrico em cerca de 30% face aos flutuadores convencionais - a ambição é que este tipo de plataforma se possa tornar neutra na pegada de CO2. Com este projeto, o maior da Europa em albufeira de barragem, evita-se a emissão de cerca de 2800 tCO2/ano.

Web3: Zome
Em 2022, esta mediadora imobiliária foi responsável pela primeira escritura pública em criptoativos e pelo lançamento do primeiro portal de compra e venda de imóveis em criptomoedas, o Cryptohouses.
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