Ontem foram conhecidos os vencedores da 2ª edição do Prémio Nacional de Inovação (PNI), numa cerimónia realizada no Auditório João S. Talone, da Nova SBE, em Carcavelos. A iniciativa contou com a participação de 146 candidaturas. Um número que superou as 104 candidaturas registadas na primeira edição do PNI, o que evidencia o reconhecimento e a relevância desta iniciativa na promoção da inovação em Portugal. O júri atribuiu o Prémio Personalidade a Paulo Rosado, CEO da Outsystems, empresa que lidera desde 2001, ano da sua fundação. A tecnológica desenvolveu uma plataforma de desenvolvimento low code para criar aplicações empresariais móveis e web, que podem ser executadas na cloud, on-premises ou em ambientes híbridos. Em junho de 2018, a Outsystems alcançou o estatuto de unicórnio.

Uma verdadeira "innovation story"

Paulo Rosado é uma figura proeminente no cenário tecnológico global, sendo o fundador e CEO da Outsystems, tecnológica que desenvolveu uma plataforma low-code code para criar aplicações empresariais móveis e web, que podem ser executadas na cloud, on-premises ou em ambientes híbridos.

Uma empresa que, nas palavras do executivo, "já devia ter morrido pelo menos quatro vezes, tendo sido reinventada 10", disse na cerimónia de entrega de prémios.

Reconhecido pela sua visão inovadora e liderança na transformação digital, o premiado fundou a Outsystems com a missão de simplificar o desenvolvimento de software empresarial. A empresa focou-se inicialmente no desenvolvimento de uma plataforma que permitisse a criação rápida e eficiente de aplicações empresariais, utilizando uma abordagem low-code, uma categoria que, atualmente, está avaliada de 25 a 75 mil milhões de dólares em termos de TAM - Target Adressable Market. Esta estratégia provou-se visionária, antecipando uma tendência global na simplificação do desenvolvimento de software. "Começámos a perceber que todos os projetos de software falhavam. E que havia biliões de dólares a serem gastos em sistemas de informação, em customizá-los, a construí-los de raiz, sem sucesso e a estarem permanentemente atrasados".

A inovação sempre esteve na matriz da empresa. Na cerimónia do PNI, Paulo Rosado explicou que, na altura, para diminuir os custos, a Outsystems utilizava uma arquitetura que hoje se denomina cloud. A tão afamada nuvem, um conceito que não existia mas que acabou por dar nome à empresa portuguesa uma vez que acreditavam que "em cinco anos, 30% dos sistemas de informação iam migrar para fora das empresas": Out... systems. Um nome que o executivo não acredita ser "particularmente feliz, mas na altura simplesmente não existia cloud".

Sob a liderança de Paulo Rosado, a Outsystems cresceu exponencialmente, tornando-se uma referência mundial em plataformas de desenvolvimento low-code. Aliás, mais de 12 anos após o nascimento da empresa, muitas das features introduzidas no seu produto, "acabaram por se tornar mainstream a criar toda uma nova área: a DevOps".

Hoje, a empresa expandiu-se globalmente - a primeira venda da Outsystems foi feita no complicado mercado dos Estados Unidos -, com escritórios em diversos continentes e uma vasta rede de clientes em vários setores, incluindo finanças, saúde, telecomunicações e serviços públicos. A visão de Paulo Rosado e o sucesso da Outsystems não passaram despercebidos. Várias vezes reconhecido como um dos líderes mais influentes no setor de tecnologia, em 2018 a Outsystems alcançou o status de unicórnio, sendo avaliada em mais de mil milhões de dólares, um marco significativo para uma empresa portuguesa.