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A Sebol, recentemente galardoada com o Prémio Nacional de Inovação no segmento Negócio, na categoria Agricultura e Indústria, está a liderar uma revolução tecnológica com o seu projeto ProHy. O conceito envolve transformar resíduos animais em ingredientes valiosos usando uma tecnologia de hidrólise de proteínas, que aplica calor e pressão sem químicos. O principal objetivo é promover a sustentabilidade, convertendo subprodutos animais em recursos úteis para a alimentação animal, humana e para a indústria farmacêutica, reduzindo o desperdício e o impacto ambiental.
O ProHy destaca-se pela sua tecnologia de hidrólise de proteínas, que evita o uso de reagentes químicos, utilizando apenas pressão e temperatura elevadas.
Segundo Afonso Lobato Faria, CEO da ETSA/Sebol, a proteína nasceu de um desenvolvimento interno que durou cerca de seis anos, contando com um importante apoio do meio académico, nomeadamente da Universidade Católica. "A fábrica que irá permitir a produção deste produto inovador está a ser construída no nosso complexo de Coruche, com inauguração prevista para o final deste ano", e representa um investimento de cerca de 18 milhões de euros. Ao Jornal de Negócios, o executivo salientou que este projeto é "a prova de que temos em Portugal capacidade científica e talento para, com determinação e capacidade de investimento, atingirmos novos patamares de desenvolvimento".
Segundo o CEO, numa primeira fase, o destino final do ProHy será a alimentação para animais de estimação (petfood), aquacultura ou produtos farmacêuticos veterinários. "O ProHy tem um teor elevado de proteína, superior a 93%, tem uma elevada digestibilidade que o torna ideal para a alimentação de animais numa fase inicial da sua vida, tem propriedades antioxidantes, o que retarda o envelhecimento, e finalmente, um enorme potencial hipoalergénico. No futuro, pode igualmente ser produzido em microcápsulas que alojem elementos com vários tipos de funcionalidades, como medicamentos veterinários ou vitaminas".
A empresa detalha que o produto terá uma forte componente de exportação, com clientes situados na Europa e nos Estados Unidos da América.
Número de empregados deverá duplicar
O projeto dividiu-se em três fases. A primeira consistiu na realização dos estudos necessários para comprovar a viabilidade do novo produto, envolvendo a colaboração de diversos cientistas, quer da ETSA/Sebol, quer de outros parceiros. A segunda fase, atualmente em curso, caracteriza-se pela construção da nova fábrica, "que envolve um forte investimento em construção civil, equipamento e mão de obra especializada", detalhou Afonso Lobato Faria. A terceira fase envolve o funcionamento da fábrica, onde inicialmente irão trabalhar 14 pessoas com competências em química fina, "mas prevemos que, com o crescimento do produto, possamos duplicar este número". Esta terceira fase contará com a colaboração de uma vasta rede de fornecedores, preferencialmente locais, cujo desenvolvimento beneficiará igualmente a região de Coruche. Ou seja, o impacto social do projeto é digno de registo, especialmente na criação de emprego em Coruche. "A fábrica, que se encontra numa fase final de construção, permite a captação e retenção de talento nacional, criação de postos de trabalho especializados e desenvolvimento industrial de uma região no interior do país como é Coruche", explicou Afonso Lobato Faria.
Os valores da sustentabilidade
"O ProHy evita a emissão de 90% dos gases com efeito de estufa se compararmos com a alternativa de deposição em aterro sanitário", explicou o CEO.
Os planos futuros para o ProHy, apoiado pelo PRR através do Pacto da Bioeconomia Azul, coordenado pela Inovamar, são ambiciosos, com a intenção de replicar a fábrica para outras geografias e explorar novas aplicações do produto. "A tecnologia desenvolvida não se esgota com o ProHy, abrindo portas e oportunidades para futuros projetos e outros produtos inovadores. Exemplo disso é o processo de spray-drying, altamente diferenciador, que irá permitir o desenvolvimento de um método de microencapsulamento de ingredientes lipossolúveis hidrofóbicos no interior de cápsulas proteicas", concluiu Afonso Lobato Faria. A Sebol está, assim, preparada para levar a inovação do ProHy a um nível global, garantindo um crescimento sustentável e contínuo.
O ProHy destaca-se pela sua tecnologia de hidrólise de proteínas, que evita o uso de reagentes químicos, utilizando apenas pressão e temperatura elevadas.
Segundo Afonso Lobato Faria, CEO da ETSA/Sebol, a proteína nasceu de um desenvolvimento interno que durou cerca de seis anos, contando com um importante apoio do meio académico, nomeadamente da Universidade Católica. "A fábrica que irá permitir a produção deste produto inovador está a ser construída no nosso complexo de Coruche, com inauguração prevista para o final deste ano", e representa um investimento de cerca de 18 milhões de euros. Ao Jornal de Negócios, o executivo salientou que este projeto é "a prova de que temos em Portugal capacidade científica e talento para, com determinação e capacidade de investimento, atingirmos novos patamares de desenvolvimento".
Segundo o CEO, numa primeira fase, o destino final do ProHy será a alimentação para animais de estimação (petfood), aquacultura ou produtos farmacêuticos veterinários. "O ProHy tem um teor elevado de proteína, superior a 93%, tem uma elevada digestibilidade que o torna ideal para a alimentação de animais numa fase inicial da sua vida, tem propriedades antioxidantes, o que retarda o envelhecimento, e finalmente, um enorme potencial hipoalergénico. No futuro, pode igualmente ser produzido em microcápsulas que alojem elementos com vários tipos de funcionalidades, como medicamentos veterinários ou vitaminas".
A empresa detalha que o produto terá uma forte componente de exportação, com clientes situados na Europa e nos Estados Unidos da América.
Número de empregados deverá duplicar
O projeto dividiu-se em três fases. A primeira consistiu na realização dos estudos necessários para comprovar a viabilidade do novo produto, envolvendo a colaboração de diversos cientistas, quer da ETSA/Sebol, quer de outros parceiros. A segunda fase, atualmente em curso, caracteriza-se pela construção da nova fábrica, "que envolve um forte investimento em construção civil, equipamento e mão de obra especializada", detalhou Afonso Lobato Faria. A terceira fase envolve o funcionamento da fábrica, onde inicialmente irão trabalhar 14 pessoas com competências em química fina, "mas prevemos que, com o crescimento do produto, possamos duplicar este número". Esta terceira fase contará com a colaboração de uma vasta rede de fornecedores, preferencialmente locais, cujo desenvolvimento beneficiará igualmente a região de Coruche. Ou seja, o impacto social do projeto é digno de registo, especialmente na criação de emprego em Coruche. "A fábrica, que se encontra numa fase final de construção, permite a captação e retenção de talento nacional, criação de postos de trabalho especializados e desenvolvimento industrial de uma região no interior do país como é Coruche", explicou Afonso Lobato Faria.
"A fábrica que irá permitir a produção deste produto inovador está a ser construída no nosso complexo de Coruche, com inauguração prevista para o final deste ano.
O ProHy tem um teor elevado de proteína, superior a 93%, tem propriedades antioxidantes, o que retarda o envelhecimento, e um enorme potencial hipoalergénico. No futuro, pode ser produzido em microcápsulas que alojem elementos com vários tipos de funcionalidades, como medicamentos veterinários ou vitaminas. Afonso Lobato Faria
CEO da ETSA/Sebol
Relativamente ao caráter diferenciador do produto, a empresa defende que as soluções existentes no mercado assentam em processos de hidrólise enzimática, não resultando num produto acabado 100% natural. "A tecnologia usada confere ainda ao ProHy uma capacidade diferenciadora e natural de microencapsulamento, isto é, promove o encapsulamento de ingredientes funcionais no interior das partículas (microcápsulas) de ProHy". Desta forma, especificam, permite o desenvolvimento de produtos funcionais compostos: ProHy + ingredientes com ação funcional no organismo do consumidor, como, por exemplo, vitaminas e omega-3. O ProHy é um exemplo de economia circular pura, transformando materiais sem valor no mercado alimentar em produtos valiosos, basicamente reintroduzindo na economia materiais que de outra forma seriam desperdiçados. O ProHy tem um teor elevado de proteína, superior a 93%, tem propriedades antioxidantes, o que retarda o envelhecimento, e um enorme potencial hipoalergénico. No futuro, pode ser produzido em microcápsulas que alojem elementos com vários tipos de funcionalidades, como medicamentos veterinários ou vitaminas. Afonso Lobato Faria
CEO da ETSA/Sebol
Os valores da sustentabilidade
"O ProHy evita a emissão de 90% dos gases com efeito de estufa se compararmos com a alternativa de deposição em aterro sanitário", explicou o CEO.
Os planos futuros para o ProHy, apoiado pelo PRR através do Pacto da Bioeconomia Azul, coordenado pela Inovamar, são ambiciosos, com a intenção de replicar a fábrica para outras geografias e explorar novas aplicações do produto. "A tecnologia desenvolvida não se esgota com o ProHy, abrindo portas e oportunidades para futuros projetos e outros produtos inovadores. Exemplo disso é o processo de spray-drying, altamente diferenciador, que irá permitir o desenvolvimento de um método de microencapsulamento de ingredientes lipossolúveis hidrofóbicos no interior de cápsulas proteicas", concluiu Afonso Lobato Faria. A Sebol está, assim, preparada para levar a inovação do ProHy a um nível global, garantindo um crescimento sustentável e contínuo.
Sustentabilidade no core do grupo A Sebol é uma das empresas do grupo ETSA onde a Investigação & Desenvolvimento (I&D )é fundamental não só para o seu crescimento, mas também para a sua sustentabilidade futura. "É um assunto que envolve não só o departamento de I&D, mas o grupo como um todo, além dos nossos parceiros externos, com destaque para a academia", explicou o CEO Afonso Lobato Faria.
O executivo avança que a ETSA/Sebol está num momento de viragem da sua história, cujo percurso já conta com mais de cinco décadas dedicadas à valorização de produtos alimentares. "O seu posicionamento tradicional situava-se na produção de produtos de alta qualidade, mas tipicamente indiferenciados, vulgo commodities, enquanto o novo posicionamento concentra-se no fabrico de produtos diferenciados de alto valor acrescentado, como é o caso do ProHy". O CEO diz que esta é uma mudança gradual que envolve a formação de novas capacidades aos atuais colaboradores da ETSA/Sebol, bem como a contratação de novo talento. "Com esta estratégia de fabrico de produtos de alto valor acrescentado, que permite a replicação para outros mercados geográficos, temos a ambição de conseguir um forte crescimento ao mesmo tempo que fazemos progredir o nosso talento.
O executivo avança que a ETSA/Sebol está num momento de viragem da sua história, cujo percurso já conta com mais de cinco décadas dedicadas à valorização de produtos alimentares. "O seu posicionamento tradicional situava-se na produção de produtos de alta qualidade, mas tipicamente indiferenciados, vulgo commodities, enquanto o novo posicionamento concentra-se no fabrico de produtos diferenciados de alto valor acrescentado, como é o caso do ProHy". O CEO diz que esta é uma mudança gradual que envolve a formação de novas capacidades aos atuais colaboradores da ETSA/Sebol, bem como a contratação de novo talento. "Com esta estratégia de fabrico de produtos de alto valor acrescentado, que permite a replicação para outros mercados geográficos, temos a ambição de conseguir um forte crescimento ao mesmo tempo que fazemos progredir o nosso talento.