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Numa era onde a velocidade de mudança e inovação é surpreendente, o conceito de aprender com o futuro tornou-se um mantra para os visionários. Esta abordagem não é uma referência à previsão psíquica ou a uma viagem no tempo, mas sim a uma abordagem proativa para antecipar tendências, mudanças e novas oportunidades que o futuro pode trazer.
A inovação sempre foi sobre o futuro - moldá-lo, criá-lo e, mais importante, adaptar-se a ele. As empresas inovadoras são aquelas que antecipam e reagem às mudanças. Elas usam o futuro como um trampolim para a criação de novas ideias e soluções que podem levar a uma vantagem competitiva.
Um exemplo disso pode ser visto na indústria de tecnologia. Empresas como a Google, a Apple e a Tesla estão constantemente a inovar, não apenas respondendo à atual procura do mercado, mas também antecipando o que os consumidores vão querer ou precisar no futuro. A ideia é, sobretudo, criar produtos e serviços que transformem a maneira como vivemos, trabalhamos e nos divertimos.
A Tesla, por exemplo, não apenas viu um futuro com veículos elétricos; mas está ativamente a moldar esse futuro com as suas inovações em baterias, sistemas de condução autónoma e infraestrutura de carregamento. A Apple, por outro lado, não apenas respondeu à procura por tecnologia portátil; antecipou um futuro em que a tecnologia estaria constantemente connosco, integrada nas nossas rotinas diárias e saúde, com produtos como o Apple Watch.
A primeira coisa que consideramos na equação de o futuro é agora, é a velocidade vertiginosa da inovação. Apenas nas últimas décadas, vimos inovações como a internet, smartphones, inteligência artificial (IA), realidade virtual e aumentada, carros autónomos, entre outros, passarem de sonhos futuristas para realidades presentes. Esses avanços estão a remodelar a forma como vivemos, trabalhamos e interagimos, e estão a acontecer a um ritmo cada vez mais rápido.
Estratégias para a inovação
Existem várias estratégias que empresas e indivíduos usam para aprender com o futuro e impulsionar a inovação. A primeira é a pesquisa e análise de tendências, o que envolve a monitorização atenta de desenvolvimentos em várias áreas - tecnologia, economia, sociedade, meio ambiente - para identificar possíveis mudanças e tendências emergentes.
Outra estratégia é o uso de cenários futuros. Ao criar diferentes cenários do que o futuro poderia trazer, as empresas podem explorar uma variedade de possibilidades e pensar em como poderiam criar uma resposta. Isso permite que se preparem para várias eventualidades e identifiquem oportunidades de inovação que podem não ser aparentes no presente.
Por fim, os especialistas defendem que aprender com o futuro requer uma mentalidade de abertura à mudança e uma disposição para correr riscos. As empresas mais inovadoras são aquelas que estão dispostas a experimentar, falhar e aprender com essas falhas.
Falhar para inovar
O fracasso tem sido historicamente visto como algo a ser evitado a todo o custo. No entanto, à medida que avançamos para uma era de inovação sem precedentes, essa perspetiva está a mudar. Agora, cada vez mais, reconhece-se que o fracasso pode ser um dos principais propulsores da inovação. A falha não é mais vista como o oposto do sucesso, mas como um componente crucial para alcançá-lo.
A inovação envolve, por natureza, incerteza e risco. Empresas e indivíduos estão sempre a navegar em território desconhecido, experimentando novas ideias e abordagens. Neste contexto, o fracasso é quase inevitável - nem todas as ideias vão funcionar, nem todas as abordagens vão dar certo.
Podem, por exemplo, ajudar a identificar falhas no design de um produto, problemas em uma estratégia de negócios, ou mesmo novas oportunidades que não foram inicialmente consideradas. Isso permite que se façam ajustes, se aprimorem ideias e se movam na direção de soluções mais eficazes e bem-sucedidas.
O sucesso a partir do fracasso
Um excelente exemplo disso é a história do Post-It da 3M. Spencer Silver, um químico da empresa, estava a tentar desenvolver um adesivo super-forte. Em vez disso, acabou por criar um adesivo que era fraco e removível. Parecia um fracasso na época. No entanto, outro empregado da 3M, Art Fry, viu potencial nesse "fracasso" e acabou por criar o Post-It, que se tornou um dos produtos mais icónicos e bem-sucedidos da empresa. E, mais uma vez, ditou o futuro.
Outro exemplo é a história da penicilina. Sir Alexander Fleming estava a trabalhar numa experiência que falhou - as placas de Petri que estava a usar para cultivar bactérias foram contaminadas. Mas, em vez de descartar a experiência como um fracasso, percebeu que a contaminação (que mais tarde se revelou ser o fungo Penicillium) estava a matar as bactérias. Essa "falha" levou à descoberta da penicilina, um dos mais importantes antibióticos já descobertos. E ditou o futuro da saúde.
Criar uma cultura de fracasso
Para aproveitar plenamente o poder do fracasso na inovação, é importante criar uma cultura que não apenas tolera, mas acolhe o fracasso. Isso significa reconhecer que o fracasso é uma parte normal e valiosa do processo de inovação. Significa celebrar os "fracassos produtivos" - aqueles que proporcionam novas aprendizagens e insights.
São vários os teóricos que refletem sobre o facto de o foco não pode estar no ato de falhar, mas no que se faz com esse fracasso, defendendo que as lições aprendidas através do fracasso podem ser incrivelmente valiosas.
Um deles é Amy C. Edmondson. Professora de liderança e gestão da Harvard Business School, considerada uma autoridade proeminente na área da "aprendizagem organizacional". A teórica cunhou o termo "segurança psicológica" para descrever um ambiente de trabalho onde as pessoas se sentem seguras para assumir riscos e potencialmente falhar. De acordo com Edmondson, essa cultura de segurança psicológica é essencial para a inovação.
Também Tim Harford, economista e escritor, argumentou fortemente a favor da importância do fracasso na inovação no seu livro "Adapt: Why Success Always Starts with Failure". Basicamente, defende que o sucesso na inovação muitas vezes é resultado de uma série de experiências, muitas das quais podem falhar, mas que no final conduzem a uma solução bem-sucedida.
Já Seth Godin, autor e empresário, frequentemente discute a importância do fracasso para a inovação nos seus livros e palestras. No "The Dip", por exemplo, aborda a importância de superar as dificuldades e fracassos para alcançar o sucesso.
Paul Romer, economista e Prémio Nobel, é conhecido pelas suas teorias sobre o crescimento económico e a inovação. O especialista argumenta que o fracasso é uma parte inevitável e essencial da inovação, uma vez que as experiências e a descoberta de novas ideias estão no cerne do processo de inovação.
Aliás, na primeira Talk inserida no Prémio Nacional de Inovação (PNI), uma iniciativa que juntou o Jornal de Negócios, o BPI e a Claranet, em parceria com a Cotec Portugal e a Nova SBE como knowledge partner, Joana Mendonça, ex-presidente da Agência Nacional de Inovação, salientou que "os nossos modelos educativos estão datados". A professora associada de Gestão e Inovação do Instituto Superior Técnico critica a penalização do erro e a parca capacidade de ousar fazer diferente.
A inovação sempre foi sobre o futuro - moldá-lo, criá-lo e, mais importante, adaptar-se a ele. As empresas inovadoras são aquelas que antecipam e reagem às mudanças. Elas usam o futuro como um trampolim para a criação de novas ideias e soluções que podem levar a uma vantagem competitiva.
Um exemplo disso pode ser visto na indústria de tecnologia. Empresas como a Google, a Apple e a Tesla estão constantemente a inovar, não apenas respondendo à atual procura do mercado, mas também antecipando o que os consumidores vão querer ou precisar no futuro. A ideia é, sobretudo, criar produtos e serviços que transformem a maneira como vivemos, trabalhamos e nos divertimos.
A Tesla, por exemplo, não apenas viu um futuro com veículos elétricos; mas está ativamente a moldar esse futuro com as suas inovações em baterias, sistemas de condução autónoma e infraestrutura de carregamento. A Apple, por outro lado, não apenas respondeu à procura por tecnologia portátil; antecipou um futuro em que a tecnologia estaria constantemente connosco, integrada nas nossas rotinas diárias e saúde, com produtos como o Apple Watch.
A primeira coisa que consideramos na equação de o futuro é agora, é a velocidade vertiginosa da inovação. Apenas nas últimas décadas, vimos inovações como a internet, smartphones, inteligência artificial (IA), realidade virtual e aumentada, carros autónomos, entre outros, passarem de sonhos futuristas para realidades presentes. Esses avanços estão a remodelar a forma como vivemos, trabalhamos e interagimos, e estão a acontecer a um ritmo cada vez mais rápido.
Estratégias para a inovação
Existem várias estratégias que empresas e indivíduos usam para aprender com o futuro e impulsionar a inovação. A primeira é a pesquisa e análise de tendências, o que envolve a monitorização atenta de desenvolvimentos em várias áreas - tecnologia, economia, sociedade, meio ambiente - para identificar possíveis mudanças e tendências emergentes.
Outra estratégia é o uso de cenários futuros. Ao criar diferentes cenários do que o futuro poderia trazer, as empresas podem explorar uma variedade de possibilidades e pensar em como poderiam criar uma resposta. Isso permite que se preparem para várias eventualidades e identifiquem oportunidades de inovação que podem não ser aparentes no presente.
Por fim, os especialistas defendem que aprender com o futuro requer uma mentalidade de abertura à mudança e uma disposição para correr riscos. As empresas mais inovadoras são aquelas que estão dispostas a experimentar, falhar e aprender com essas falhas.
Falhar para inovar
O fracasso tem sido historicamente visto como algo a ser evitado a todo o custo. No entanto, à medida que avançamos para uma era de inovação sem precedentes, essa perspetiva está a mudar. Agora, cada vez mais, reconhece-se que o fracasso pode ser um dos principais propulsores da inovação. A falha não é mais vista como o oposto do sucesso, mas como um componente crucial para alcançá-lo.
A inovação envolve, por natureza, incerteza e risco. Empresas e indivíduos estão sempre a navegar em território desconhecido, experimentando novas ideias e abordagens. Neste contexto, o fracasso é quase inevitável - nem todas as ideias vão funcionar, nem todas as abordagens vão dar certo.
Podem, por exemplo, ajudar a identificar falhas no design de um produto, problemas em uma estratégia de negócios, ou mesmo novas oportunidades que não foram inicialmente consideradas. Isso permite que se façam ajustes, se aprimorem ideias e se movam na direção de soluções mais eficazes e bem-sucedidas.
O sucesso a partir do fracasso
Um excelente exemplo disso é a história do Post-It da 3M. Spencer Silver, um químico da empresa, estava a tentar desenvolver um adesivo super-forte. Em vez disso, acabou por criar um adesivo que era fraco e removível. Parecia um fracasso na época. No entanto, outro empregado da 3M, Art Fry, viu potencial nesse "fracasso" e acabou por criar o Post-It, que se tornou um dos produtos mais icónicos e bem-sucedidos da empresa. E, mais uma vez, ditou o futuro.
Outro exemplo é a história da penicilina. Sir Alexander Fleming estava a trabalhar numa experiência que falhou - as placas de Petri que estava a usar para cultivar bactérias foram contaminadas. Mas, em vez de descartar a experiência como um fracasso, percebeu que a contaminação (que mais tarde se revelou ser o fungo Penicillium) estava a matar as bactérias. Essa "falha" levou à descoberta da penicilina, um dos mais importantes antibióticos já descobertos. E ditou o futuro da saúde.
Criar uma cultura de fracasso
Para aproveitar plenamente o poder do fracasso na inovação, é importante criar uma cultura que não apenas tolera, mas acolhe o fracasso. Isso significa reconhecer que o fracasso é uma parte normal e valiosa do processo de inovação. Significa celebrar os "fracassos produtivos" - aqueles que proporcionam novas aprendizagens e insights.
São vários os teóricos que refletem sobre o facto de o foco não pode estar no ato de falhar, mas no que se faz com esse fracasso, defendendo que as lições aprendidas através do fracasso podem ser incrivelmente valiosas.
Um deles é Amy C. Edmondson. Professora de liderança e gestão da Harvard Business School, considerada uma autoridade proeminente na área da "aprendizagem organizacional". A teórica cunhou o termo "segurança psicológica" para descrever um ambiente de trabalho onde as pessoas se sentem seguras para assumir riscos e potencialmente falhar. De acordo com Edmondson, essa cultura de segurança psicológica é essencial para a inovação.
Também Tim Harford, economista e escritor, argumentou fortemente a favor da importância do fracasso na inovação no seu livro "Adapt: Why Success Always Starts with Failure". Basicamente, defende que o sucesso na inovação muitas vezes é resultado de uma série de experiências, muitas das quais podem falhar, mas que no final conduzem a uma solução bem-sucedida.
Já Seth Godin, autor e empresário, frequentemente discute a importância do fracasso para a inovação nos seus livros e palestras. No "The Dip", por exemplo, aborda a importância de superar as dificuldades e fracassos para alcançar o sucesso.
Paul Romer, economista e Prémio Nobel, é conhecido pelas suas teorias sobre o crescimento económico e a inovação. O especialista argumenta que o fracasso é uma parte inevitável e essencial da inovação, uma vez que as experiências e a descoberta de novas ideias estão no cerne do processo de inovação.
Aliás, na primeira Talk inserida no Prémio Nacional de Inovação (PNI), uma iniciativa que juntou o Jornal de Negócios, o BPI e a Claranet, em parceria com a Cotec Portugal e a Nova SBE como knowledge partner, Joana Mendonça, ex-presidente da Agência Nacional de Inovação, salientou que "os nossos modelos educativos estão datados". A professora associada de Gestão e Inovação do Instituto Superior Técnico critica a penalização do erro e a parca capacidade de ousar fazer diferente.
Próximo dia 20 de junho são revelados os vencedores do Prémio Nacional de Inovação Chegou a hora de celebrar os mentores que desafiam os limites do possível. Os pioneiros que transformam sonhos em realidade, impulsionando o país em direção ao futuro.
Está convidado a participar na cerimónia em que vamos revelar os vencedores da primeira edição do Prémio Nacional de Inovação. Assista no próximo dia 20 de junho, às 16h00, no site do Negócios.
Está convidado a participar na cerimónia em que vamos revelar os vencedores da primeira edição do Prémio Nacional de Inovação. Assista no próximo dia 20 de junho, às 16h00, no site do Negócios.