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Os melhores têm de vencer no mercado internacional

A excelência empresarial é como a felicidade, consome-se num instante e logo começa de novo o caminho da superação. Mas não é por isso que não se deve buscar a empresa perfeita para os tempos que correm. É isso que procura o prémio Excellens Oeconomia, promovido pela PwC e pelo Jornal de Negócios.

04 de Junho de 2013 às 12:02
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António Brochado Correia | O Prémio Excellens Oeconomia quer distinguir empresas exemplares.

 

Encontrar "a empresa perfeita para os tempos actuais" é, nas palavras de António Brochado Correia, 43 anos, do Territory Leadership Team da PwC em Portugal, o principal objectivo do prémio "Excellens Oeconomia", promovido pela PwC e pelo Jornal de Negócios. Por isso neste prémio, os parâmetros e métricas fogem ao padrão comum dos indicadores e rácios de análise de empresas.


Como fórmula distintiva, a metodologia procura medir o desempenho da empresa tendo em conta o seu contributo para a resolução dos problemas actuais da economia portuguesa. Numa palavra, procuram-se "empresas que se distingam por serem exemplares", como refere António Brochado Correia.


No entanto, as métricas não deixam de considerar que a performance de uma empresa, como precisa o executivo da PwC Portugal, "é medida fundamentalmente pelo crescimento de vendas e pelo crescimento do nível de rentabilidade e ambas foram captadas de forma relevante e com contributos muito significativos".


Além disso, como assinala António Brochado Correia, "a valorização das vendas e da rentabilidade representam análises dos resultados passados, mas não representam forçosamente o futuro, pelo que a adição de outros critérios de sustentabilidade empresarial e responsabilidade corporativa são fundamentais para aferição dos resultados finais".


Mercado nacional exíguo e proteccionista
Esta forma de olhar e ler o mundo implica que a metodologia privilegie as empresas exportadoras. Como explica António Brochado Correia, é o princípio da realidade que dita este método porque hoje "as empresas só demonstram o seu pleno potencial em mercados externos, quer via exportações, quer via operações sediadas no exterior de Portugal (igualmente privilegiadas no prémio)".

 

"As empresas só demonstram o seu pleno potencial em mercados externos, quer via exportações, quer via operações sediadas no exterior de Portugal (igualmente privilegiadas no prémio)."

 

"A boa gestão vai sempre ter lugar e é isso que o país precisa, hoje e no futuro".


 
António Brochado Correia,  PwC

Para ser a "primus inter pares", a empresa tem de o demonstrar tanto "em solo Português como na arena internacional". Esta concepção também está ligada a uma análise que mostra a face menos positiva da vida empresarial em Portugal. Segundo António Brochado Correia, "a exiguidade do mercado interno, e o proteccionismo natural de que beneficiam as empresas que operam em mercados de bens não transaccionáveis, impedem a existência de verdadeiros campeões a operarem apenas/maioritariamente no mercado interno, e não nos estamos a referir a 'pesos pesados', referimo-nos igualmente a 'pesos pluma'".


Esta visão está, de certa forma, de acordo com a análise de Luís Portela, 63 anos, "chairman" da Bial, quando este refere que são as empresas com um visão de longo prazo e capacidade competitiva que "com esforço e perseverança, que melhor respondem às dificuldades do curto prazo, e são mais capazes de se lançarem nos mercados globais, abrindo-se ao mundo, mobilizando os seus colaboradores e captando talentos e conhecimento".


O grande objectivo do prémio é mostrar que no meio do fogo da crise e da austeridade se podem encontrar as pepitas de ouro que contribuem no presente para que um futuro diferente seja possível.

 

 

 

 

Cinco pilares da excelência empresarial


Estes são os principais parâmetros de avaliação do "prémio Excellens Oeconomia".

 

1. Inovação e resiliência
Esta medida de competitividade é de médio e longo prazo e por isso tem como base a estratégia de inovação, que se mede pelo número de patentes ou o número de colaboradores em permanência dedicados a I&D (Investigação e Desenvolvimento). Entram também em conta os critérios de agilidade e adaptabilidade tanto no que se refere, por exemplo, ao lançamento de novos produtos, como na satisfação dos consumidores ou nas práticas inovadoras de gestão de recursos humanos.

 

2. Riqueza e crescimento
A geração de riqueza é medida sobretudo pela capacidade retorno para os accionistas, mas não deixam de ser inventariados os benefícios para os colaboradores como a formação, assistência médica, desigualdade de remuneração. Neste pilar de médio e longo prazo avalia-se ainda as capacidades de investimento e de exposição aos mercados externos, as rendibilidades das operações externas e a envolvência de outras empresas nestas suas actividades.

 

3. Desequilíbrios externos
Adaptando a máxima de Ortega y Gasset, pode dizer-se que a empresa é a empresa e a sua circunstância e esta é feita hoje em Portugal de desequilíbrios externos. A este contexto dificilmente as empresas portuguesas escapam e devem enfrentá-lo centrando-se no desenvolvimento dos mercados de bens transaccionáveis, no crescimento das exportações e exploração de novos mercados, na redução da dívida líquida, no reforço da solidez financeira e na angariação dos subsídios de fundos comunitários.

 

4. Utilização dos recursos
É o critério que mais sente na vida de todos os dias pois mede o emprego que as empresas criam, quais são as remunerações do factor trabalho, excluindo a administração, os montantes de prémios e outros incentivos financeiros aos colaboradores. Foca-se, ainda, no investimento em activos fixos e intangíveis nos últimos três anos, mas não deixa de avaliar a imagem e o reconhecimento da marca e dos produtos, o que é observável através das despesas com publicidade e "marketing" efectuadas fora de Portugal.

 

5. Contas públicas
Neste critério entram as relações das empresas com os "stakeholders" e que passam pelo pagamento de impostos em Portugal sendo penalizada a utilização de estruturas fiscais em países estrangeiros para aumentar a eficiência fiscal. A responsabilidade social também é vista a esta luz tanto na articulação com parceiros de negócios ("joint-ventures" e colaboração com fornecedores), mecenato e donativos, como na avaliação da sustentabilidade ambiental, ética, valores e princípios.

 

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