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"Autoeuropa não tem prazo de validade", assegura Melo Pires

A Sogrape e o líder da Autoeuropa foram as escolhas para os prémios Empresa do Ano e Personalidade do Ano, respectivamente. O dirigente da Autoeuropa demonstra confiança no futuro, enquanto a Sogrape mantém aposta na internacionalização.

27 de Junho de 2014 às 12:03
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Melo Pires recebe o prémio das mãos de José Alves, presidente da PwC Portugal, José Manuel Fernandes, membro do júri e Alda Delgado, administradora da Cofina 

 

 

"De quem de porto em porto ao mar se faz", cantou a dada altura a fadista Gisela João, antes da entrega, quarta-feira à noite, dos prémios Excellens Oeconomia 2014, atribuídos em parceria pelo Negócios e pela PwC.


Talvez sem saber, a cantora parecia aludir, mesmo que metaforicamente, aos vencedores da noite cujo papel assume particular relevo no que diz respeito às exportações nacionais. Isso mesmo seria notado adiante na cerimónia pelo secretário de Estado da Economia, Leonardo Mathias, ao destacar a "necessidade que Portugal tem em promover, externamente, a sua proposta de valor".


A Sogrape, vencedora do galardão para Empresa do Ano, e António Melo Pires, director-geral da Autoeuropa, que arrebatou o Prémio Personalidade do Ano, foram as escolhas de um júri onde constam vários nomes conhecidos como o de Alexandre Soares dos Santos, antigo "chairman" da Jerónimo Martins, ou o de Helena Garrido, directora do Negócios.


O Pátio da Galé, local escolhido para receber uma cerimónia marcada pelo ambiente de confraternização entre as cerca de 180 personalidades ligadas ao mundo dos negócios e da política, assistiu aos agradecimentos da praxe, mas não só.


Melo Pires, depois de reconhecer que "é sempre uma satisfação" ser distinguido, aproveitou para falar sobre o investimento de 677 milhões de euros que permitirá à Autoeuropa, até 2018, produzir um novo modelo da Volkswagen e criar 500 postos de trabalho. "Tem um significado especial porque é o reconhecimento do trabalho efectuado", congratulou-se.


Após anos marcados por alguma incerteza em torno da continuidade da unidade de produção da marca alemã em Portugal, Melo Pires pôde assegurar que "a Autoeuropa não tem prazo de validade". Tudo graças ao "trabalho contínuo que hoje nos permitiu anunciar este investimento que podia ter ido para outra fábrica", lembrou.


Uma obra de família
Da parte da empresa vinícola foi o administrador Fernando Guedes a subir ao palco para receber o galardão. Na hora do agradecimento pelo prémio, que recebeu "com muito orgulho e satisfação", o administrador da Sogrape sublinhou a importância da família para a empresa fundada em 1942. "O meu avô sonhou, o meu pai acreditou e não desperdiçou oportunidades. E à minha geração, liderada pelo meu irmão mais velho, cabe continuar o trabalho até aqui desenvolvido".

 

Família Guedes, dona da Sogrape, surge sorridente e satisfeita pela distinção. Destaque para os administradores Fernando Guedes (em baixo à esquerda) e Salvador Guedes (em baixo ao centro).

 


Fernando Cunha Guedes aproveitou ainda para destacar a capacidade da sua empresa para aliar "tradição e inovação", sublinhando o facto de 80% das vendas da Sogrape serem para fora de Portugal, "não apenas através da exportação, mas também da criação de marcas de vinhos em vários países".


BES domina conversas
O secretário de Estado da Economia, ainda antes de entregar o primeiro galardão, quis destacar o "momento em que Portugal começa a dar sinais consistentes de vencer os diversos desafios que foram colocados pela conjuntura económica e financeira nos anos recentes".


Também por este motivo, Leonardo Mathias não perdeu a oportunidade para referir "a importância dos líderes e empresas visionárias na promoção do desenvolvimento sustentável", certamente tendo em vista um elogio ao percurso da Autoeuropa, da Sogrape e dos respectivos líderes.


A noite era de festa e de reconhecimento aos premiados, mas houve um tema que perpassou muitas das conversas entre os convidados: A crise em torno da sucessão de Ricardo Salgado no BES. Poucos quiseram reagir publicamente e menos ainda se alongaram sobre o tema. Entre os que aceitaram falar, o antigo dirigente do CDS, António Lobo Xavier, um dos membros do júri, vê com "pena que as famílias se deixem chegar a este ponto". 

 

Intervenção do secretário de Estado da Economia, Leonardo Mathias.

A fadista Gisela João actua ainda antes do início da entrega dos prémios, num momento de descontracção que contribuiu para animar a noite no Pátio da Galé.

 

Pátio da Galé logo após o momento em que os convidados se sentaram nos respectivos lugares.
Discurso de boas vindas de José Alves, presidente da PwC Portugal

 

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