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Os 12 anos consecutivos de subidas no preço alimentaram essa visão, mas a cotação está a perder quase 20% em 2013 e parece caminhar para interromper o ciclo de valorizações.
Por ser visto como um activo de refúgio face às crises financeiras, ao receio de colapso do euro e às políticas potencialmente inflacionistas dos bancos centrais, o preço do ouro tem sido suportado pela perspectiva de cada vez maior impressão de moeda. À cabeça, a Reserva Federal dos EUA (Fed), que mantém a taxa cobrada aos bancos em zero desde 2008 e já vai no terceiro programa de estímulos monetários, que ainda não se sabe quando terminará.
A descida do ouro foi sinalizada por bancos de investimento como o Goldman Sachs e o Société Générale, que desde o início do ano têm apontado para o risco que representa para os preços a perspectiva de o mundo entrar numa fase de inversão das políticas monetárias de combate à crise. Depois de ter estado a cair 28,3% no ano, os preços têm recuperado um pouco com a Fed a surpreender ao não avançar em Setembro com a redução do programa de compra de activos.
A procura por parte de países como a China e a Índia mantêm-se como factores de suporte, apesar da desaceleração que se tem registado nessas economias. Mas daqui para a frente, a visão que predomina entre os analistas é que os preços vão continuar a "respirar" após 12 anos a subir, sobretudo se se confirmar que os bancos centrais, e sobretudo a Fed, vão fazer uma alteração de fundo na política monetária a nível mundial. O francês Société Générale dizia este Verão que o preço do ouro estava em território de "bolha", num relatório intitulado "O fim da era do ouro".