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O ouro também desvaloriza

O ouro sempre foi uma das formas favoritas dos portugueses de aplicar poupanças, seja nas tradicionais barras ou moedas ou em artigos feitos de ouro.

31 de Outubro de 2013 às 00:19
Bloomberg
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Os 12 anos consecutivos de subidas no preço alimentaram essa visão, mas a cotação está a perder quase 20% em 2013 e parece caminhar para interromper o ciclo de valorizações.

Por ser visto como um activo de refúgio face às crises financeiras, ao receio de colapso do euro e às políticas potencialmente inflacionistas dos bancos centrais, o preço do ouro tem sido suportado pela perspectiva de cada vez maior impressão de moeda. À cabeça, a Reserva Federal dos EUA (Fed), que mantém a taxa cobrada aos bancos em zero desde 2008 e já vai no terceiro programa de estímulos monetários, que ainda não se sabe quando terminará.

A descida do ouro foi sinalizada por bancos de investimento como o Goldman Sachs e o Société Générale, que desde o início do ano têm apontado para o risco que representa para os preços a perspectiva de o mundo entrar numa fase de inversão das políticas monetárias de combate à crise. Depois de ter estado a cair 28,3% no ano, os preços têm recuperado um pouco com a Fed a surpreender ao não avançar em Setembro com a redução do programa de compra de activos.

A procura por parte de países como a China e a Índia mantêm-se como factores de suporte, apesar da desaceleração que se tem registado nessas economias. Mas daqui para a frente, a visão que predomina entre os analistas é que os preços vão continuar a "respirar" após 12 anos a subir, sobretudo se se confirmar que os bancos centrais, e sobretudo a Fed, vão fazer uma alteração de fundo na política monetária a nível mundial. O francês Société Générale dizia este Verão que o preço do ouro estava em território de "bolha", num relatório intitulado "O fim da era do ouro".

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