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Os planos poupança-reforma (PPR) não são a única solução de poupança para a reforma, apesar da sua designação. O facto de ser uma poupança a longo prazo pode permitir ao investidor optar por um leque diversificado de produtos que lhe proporcione um retorno elevado. O perfil do investidor e as necessidades de liquidez são, contudo, fundamentais para determinar a estratégia seguida.
Os PPR são os produtos de poupança para a reforma por excelência. Contudo, podem não ser a solução que remunere melhor as suas poupanças. Por um lado, "já não têm o interesse que tinham no passado, apesar de ainda terem o benefício fiscal à saída", considera António Ribeiro, economista da Deco. Até 2011, estes produtos permitiam deduzir 20% das entregas anuais efectuadas até 300, 350 ou 400 euros, consoante a idade (menos de 35, entre 35 e 50, e mais de 50 anos, respectivamente).
Há dois anos, foram definidos limites máximos às deduções fiscais, sendo que apenas quem tiver um rendimento mensal próximo do salário mínimo poderá usufruir das deduções fiscais máximas. Manteve-se o benefício fiscal "à saída", isto é, uma taxa de imposto reduzida (8,6%), desde que mantida a aplicação por um período de oito anos e um dia.
"A grande desvantagem dos PPR, actualmente, é a cobrança de comissões que, por vezes, anulam o rendimento obtido. Por isso, o PPR não é necessariamente a melhor solução para poupar para a reforma", sublinha António Ribeiro. Para o economista da Deco, este produto é mais vantajoso para pessoas que têm baixos montantes aplicados e que pretendam fazer entregas regulares. Se for essa a sua escolha, deve optar pelo PPR que lhe proporcione os melhores retornos e os menores custos. Isto porque a sua carteira pode juntar um PPR com outro tipo de activos que lhe proporcione um retorno mais atractivo. Os últimos dados da APFIPP revelam que os fundos PPR rendem, em média, 3,35% nos últimos cinco anos.
"Os PPR, pela sua característica de delegar a gestão dos activos em terceiros – uma sociedade gestora –, parecem ser uma alternativa viável para investidores com um perfil de investimento em que os conhecimentos de mercado são mais reduzidos ou o tempo disponível para gestão da carteira é menor", sublinha Rui Castro Pacheco.
Para o subdiretor de investimentos do Banco Best, nesta linha de raciocínio, também os fundos de investimento podem ser considerados, mas exigem "uma noção de diversificação dos investimentos, construindo uma carteira que se identifique com o perfil do investidor e horizonte temporal ainda disponível até à reforma".