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Crédito: O importante é o custo final

A diferença entre os custos iniciais cobrados pelos principais bancos é de quase 250 euros. O cartão de crédito é a finalidade mais cara. A taxa máxima, neste trimestre, é de 15,3%.

31 de Outubro de 2018 às 13:00
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Habitação
Peça simulações e compare a informação

Há oito anos que os bancos não emprestavam tanto dinheiro para a compra de casa. Com o mercado imobiliário a viver uma dinâmica sem precedentes, e as instituições financeiras a oferecerem condições mais vantajosas, a compra de casa com recurso ao crédito voltou a ser uma opção. E empréstimo não tem que ser um antónimo de poupança.

Pode começar por comparar os vários produtos do mercado. "Ainda que haja muitas variáveis a ter em conta, a melhor opção é verdadeiramente a comparação dos produtos", defende Natália Nunes. A responsável do gabinete de apoio ao sobreendividado (GAS) da Deco acrescenta que, "no crédito, hoje em dia, há muita informação, nomeadamente aquela que é apresentada na FINE (Ficha de Informação Normalizada Europeia), sempre que pedimos uma simulação, e que é o documento que nos permite fazer comparações". Nesta FINE, são apresentados todos os encargos nos quais o consumidor vai incorrer e, portanto, aqui estarão os elementos essenciais para tomar a melhor decisão.

Ao fazer uma comparação, pode começar por considerar as comissões iniciais, nomeadamente aquelas que dizem respeito à abertura de processo, avaliação do imóvel e formalização e escritura. Considerando os principais bancos a operar em Portugal, a diferença entre estes custos iniciais pode chegar aos 250 euros. Deve também olhar para os encargos que lhe vão ser cobrados frequentemente, como é o caso da comissão de processamento de prestação que, hoje em dia, é cobrada pela esmagadora maioria das instituições. E, claro, não se esqueça do "spread", nomeadamente que, para lhe apresentar uma taxa de juro mais baixa, o banco pode requerer a subscrição de um elevado conjunto de produtos que vão acabar por encarecer de forma relevante o crédito. Por isso, tenha especial atenção à TAEG que lhe apresenta o custo total do crédito expresso em percentagem anual.

Outra estratégia que lhe pode permitir poupanças relevantes é a transferência de crédito. Actualmente, os "spreads" mínimos oscilam entre 1% e 1,5%. Se o seu financiamento tem uma margem mais elevada, pode considerar transferi-lo para outra instituição. Isto porque há, neste momento, algumas instituições que pagam os custos da transferência.


Consumo
Defina qual é o objectivo do financiamento

O crédito ao consumo tem várias finalidades e, como tal, pode também assumir características bastante diferentes. Podemos estar a falar do cartão de crédito, do crédito pessoal ou do crédito automóvel, entre outras finalidades. Tal como acontece nos restantes produtos financeiros, a comparação é fundamental para garantir uma escolha adequada.

"Em primeiro lugar, e acima de tudo, o cliente tem que saber para que é que necessita do crédito, até para escolher o produto mais adequado", explica Natália Nunes. Para a responsável pelo gabinete de apoio ao sobreendividado (GAS) da Deco, "se vai pedir um crédito para formação, tem que ver no mercado produtos para esta finalidade, uma vez que a TAEG é inferior face aos produtos de crédito pessoal normal".

Além disso, muitas vezes, os consumidores optam pelo tradicional cartão de crédito que é a modalidade mais cara de crédito ao consumo. No quarto trimestre deste ano, a taxa máxima nos cartões de crédito é de 15,3%, determinou o Banco de Portugal. Já no crédito pessoal para educação é de 5,9%, enquanto nos empréstimos sem finalidade é de 13,2%.

Por outro lado, é essencial que avalie o custo total do crédito. O valor da prestação mensal é, muitas vezes, determinante para o cliente. Mas não é só a este valor que deve estar atento. Deve olhar para o valor inicial do crédito e depois para o valor final, para ter noção do verdadeiro custo. Não se esqueça que a instituição financeira vai cobrar comissões iniciais e, em alguns casos, outros encargos no decorrer do empréstimo. Isto porque os custos não se resumem aos juros do crédito.

Para evitar surpresas desagradáveis no futuro, é importante que faça contas, ainda antes de assinar o contrato de crédito. Olhe para o seu orçamento, pense nos rendimento e nas despesas, não apenas nas fixas, mas também nas inesperadas. Depois, calcule a sua taxa de esforço: divida os encargos financeiros mensais pelo rendimento e multiplique por 100. Se esta for elevada, talvez deva evitar o recurso ao crédito.

Um outro aspecto a ter em conta diz respeito ao prazo do financiamento. É recomendado que opte por prazos mais curtos. Se no curto prazo uma prestação reduzida pode seduzi-lo, no longo prazo, pode significar que está a pagar mais juros.

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