"A digitalização na economia é um momento único na História, vai mudar todo o tecido económico e empresarial e, para Portugal, é a primeira revolução industrial em que a localização geográfica ou a falta de recursos naturais não é prejudicial e poderá beneficiar de um tecido empresarial mais ágil e adaptável", referiu João Vasconcelos, secretário de Estado da Indústria, na sessão de lançamento do beyond - Portugal Digital Acceleration, iniciativa da EY em parceria com o Negócios, que esta quarta-feira se realizou em Lisboa.

João Alves, managing partner da EY, considerou que o beyond - Portugal Digital Acceleration é mais do que um evento, "é uma iniciativa ousada e disruptiva que pretende espoletar um movimento de transformação digital de Portugal". Constitui um movimento de reflexão conjunta de empresas, decisores e personalidades de referência. Nesta iniciativa constam sessões de reflexão e "think tanks" tanto sobre a situação actual e as principais tendências como sobre o futuro e as acções necessárias para que Portugal esteja na linha da frente "desta revolução em movimento no mundo", como assinalou Raul Vaz, director do Negócios.

Esta iniciativa "é uma base de reflexão dos desafios digitais tanto para a compreensão das principais tendências como para a capacitação futura de pessoas, organizações e instituições deste ecossistema digital", como acentuou João Alves. Este movimento para a digitalização da economia portuguesa vai estar activo até à Web Summit, de que a EY vai ser um dos principais patrocinadores, e que se realiza de 7 a 10 de Novembro.

Ser digital

Nesta sessão o keynote speech foi Laurence Buchanan, partner and head of digital EMEIA advisory da EY, que fez a apresentação dos "megatrends" que influenciam a navegação no mundo digital referindo que hoje a questão já não é fazer digital, mas ser digital. Nesse sentido, João Vasconcelos referiu que a digitalização da economia e da sociedade "é um assunto estratégico" e que é um dos principais objectivos inscritos no Plano Nacional de Reformas.

Este prevê o apoio a 12 mil empresas na sua digitalização e conectividade de processos de produção, na inovação de processos e produtos com o recurso à cloud, business inteligence, e-commmerce e marketing digital e o reforço das redes digitais.
Durante a sessão de apresentação foram apresentados exemplos concretos da dinâmica digital no mundo das start-ups em Portugal. Foram os casos da EGG Electronics de Tiago Morgado, fundador e CEO, da Isgreen de Jaime Sotto-Mayor, administrador, e da Sensefinity de Orlando Remédios, CEO, que têm projectos digitais nas áreas da energia e da logística e Internet das Coisas. Os 48 "outdoors" digitais em Lisboa da empresa portuguesa Tomi World, que tem um modelo de negócio disruptor, disponibilizaram informação sobre o lançamento desta iniciativa.