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Foi no "nicho das petrolíferas" que a Petrologis nasceu, apostou pelo saber acumulado e é ali que mantém o negócio, apesar das tentações surgidas no sector energético. "Nunca quisemos estar com o mercado todo", elucida Nélson Gaspar, o director-geral desta empresa especializada na prestação de serviços na área do gás, como a instalação e manutenção de redes, o transporte, requalificação e desactivação de reservatórios GPL ou a construção e manutenção de parques de armazenagem.
Manuel Gaspar trabalhava há duas décadas no departamento de transportes da Shell, em Matosinhos, quando a companhia, como outras do sector, decidiu extinguir serviços feitos dentro de portas e passar a subcontratá-los. Saiu em 1992 e esteve três anos em nome pessoal a fazer inspecções, auditoria e formação a motoristas. Em 1995 criou a empresa e começou também no gás, uma área que também já conhecia, numa altura em que poucos sabiam fazer as trasfegas que o mercado estava a pedir.
"Como nascemos ali dentro da Shell fomo-nos adaptando e oferecendo serviços para acompanhar as necessidades que eles iam tendo. Sobretudo na área do gás, mas também alguns na área dos combustíveis líquidos", recorda o filho do fundador, de 39 anos, que fez "um bocadinho de tudo" na Shell Gás entre 1995 a 2000, antes de se juntar ao negócio de família. Que nasceu como Gaspar & Silva – acabaram por comprar a quota ao outro sócio – e trocou depois o nome para "dar um aspecto mais profissional".
Chave na mão da Repsol
Hoje trabalha com quase todos os operadores, como a Rubis, Prio, OZ, EDP Gás. O maior cliente é a Repsol, que vale dois terços da facturação anual de meio milhão de euros e com a qual intervém em "tudo o que tem a ver com o gás a granel", desde o transporte de reservatórios à sua montagem em hotéis, restaurantes, escolas, indústrias e locais de consumo, para abastecimento de caldeiras, fogões ou esquentadores.
É também para a petrolífera de origem espanhola – embora também faça o mesmo para a Prio no Porto de Aveiro – que a firma de Matosinhos trata da descarga dos navios que chegam a Leixões, acompanhando também os combustíveis refinados desde o cais até à zona de armazenagem.
"kit" acelera rede para carros a GPL
A Petrologis apostou no segmento do GPL auto, que está a crescer e "veio trazer muito trabalho". É que após muitos anos com vendas de carros a GPL estagnadas, a subida do preço dos combustíveis e alterações legislativas (como fim da proibição do estacionamento em garagens) levaram as companhias a investir no alargamento da rede. Tem montado postos para a Prio, OZ e Repsol. Foi em parceria com esta última que desenvolveu um "kit" que reduziu de três semanas para três dias o tempo de obra para a montagem destes equipamentos no local.
Tamanho conta na adaptação ao cliente
"Sermos uma empresa pequenina dá-nos aquela flexibilidade para nos adaptarmos muito à maneira diferente de trabalhar de cada cliente. Se fossemos maiores, com estrutura rígida, era difícil gerir esse relacionamento", frisa Nélson Gaspar. Até porque muitas vezes os seus empregados estão nas instalações dos clientes e são "confundidos" com ela.
"Irmã" de cinco anos na distribuição
Em 2011, a Petrologis ganhou uma empresa irmã – a Petroleixões – quando ficou com a concessão da Repsol Gás para a distribuição de garrafas (porta-a-porta e revenda nos postos) nos concelhos de Matosinhos e Porto. Com loja e armazém em Leça, junto à Petrogal, é "uma área ligada à das instalações" e gera outro meio milhão de euros de vendas.