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Nonius prepara dispersão de capital em bolsa

Para alavancar o crescimento e ambição de liderança mundial, a empresa de serviços de "guesting" para a hotelaria está a preparar a sua entrada em bolsa daqui a quatro anos.

27 de Junho de 2019 às 14:00
António Silva, fundador e CEO da Nonius, tem a ambição de liderar o mercado mundial de soluções de "guesting". Paulo Duarte
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Nasceu como resultado de um concurso de ideias da Agência da Inovação e já tem mais de 2.200 hotéis como clientes. A Nonius, empresa especializada em tecnologias de "guesting" (soluções de comunicações de voz e internet, multimédia, televisão interativa, entre outras dirigidas à hotelaria), está a apostar tudo no seu rápido crescimento. Necessita, para isso, de dispersar capital em bolsa nos próximos quatro anos. António Silva, CEO e fundador, explica que esta é a única forma de dar o salto para o patamar seguinte, passando para volumes de negócios superiores a 50 milhões de euros. "O nosso objetivo é liderar este setor a nível mundial nos próximos anos. A única forma de crescer e manter a marca em mãos nacionais é fazer esta operação", explica António Silva. Se será um IPO (Oferta Pública Inicial) internacional ou nacional está ainda em aberto, mas o fundador garante que, caso seja possível, gostaria de o fazer em Portugal.

Para atingir a meta da liderança mundial é fundamental conquistar o mercado norte-americano, onde acabou de constituir uma subsidiária. "Temos forte presença na Península Ibérica, no centro da Europa e no Brasil, mas precisamos reforçar nos Estados Unidos", afirma o responsável. O universo Nonius é constituído por 10 empresas, entre as quais estão, além da norte-americana, subsidiárias no Brasil, na Holanda, na Espanha e no México.

Quando, em 2005, António Silva, Leonel Domingues e Rui Castro (que saiu entretanto do projeto) lançaram o seu primeiro produto, uma solução de acesso à internet dirigida à hotelaria, não esperavam registar um crescimento anual superior a 30%. Em poucos anos, a Nonius atingiu o top 10 das maiores empresas mundiais nesta área, mas a ambição dos seus fundadores não fica por aqui. Atualmente a empresa, sedeada no Tecmaia, chega a 265 mil quartos e interage com mais 100 milhões de hóspedes em todo o mundo. "A nossa expectativa para o final deste ano é que o número de hóspedes cresça 50%, e consigamos atingir os 150 milhões, num total de 300 mil quartos ligados à Nonius", afirma António Silva. Porém, o volume de negócios não crescerá ao mesmo ritmo - estima-se que passe de 12,5 milhões de euros para 15 milhões no fim do ano - porque a empresa está a apostar no desenvolvimento de produtos com menor valor acrescentado, como as aplicações móveis, para chegar mais rapidamente a um maior número de clientes.

Com sete produtos no portefólio, o primeiro, que já vai na quinta geração, continua a ser o mais vendido. "É um produto que permite um hotel gerir a sua rede wi-fi com a vantagem de ser 'guesting intelligence', pois captura informação e padrões fundamentais para criar fidelização e melhorar a experiência cliente do hotel", explica o fundador.

Tome nota

Reinvestir para fazer crescer o negócio 

A ambição de crescer a nível mundial não se alcança sem trabalho. A Nonius orgulha-se do percurso que realizou ao longo destes 14 anos de vida.

MBO atrai 100% do capital da empresa
Apesar da empresa ter arrancado com recurso a capital de risco, a Nonius está agora na mão de dois dos fundadores, António Silva e Leonel Domingues (91%), através de um processo de MBO ("management buy out"), estando o restante capital distribuído pelos colaboradores. Inicialmente o capital de risco foi importante para alavancar o crescimento da start-up, mas manter a sociedade nas mãos de quem lá trabalha é uma estratégia segura.

Reinvestir a totalidade dos lucros
Lucrativa desde o primeiro ano, a gestão reinveste praticamente a totalidade dos resultados líquidos no crescimento da Nonius: em 2018 investiu 1,5 milhões de euros e em 2019 deverá atingir os 2 milhões.

Accor, Melia, Marriot, Pestana são clientes
A Nonius tem como grandes clientes grupos hoteleiros como o Accor, o InterContinental, o Hilton, o Marriot, Tivoli, o Altis e o Pestana, entre muitos outros. António Silva refere que os principais clientes são os hotéis independentes, que já chegam a 650. O seu primeiro hotel, o Melia de Aveiro, mantém-se até hoje no portefólio.

Diversificação para aplicações móveis
Com a aquisição de duas start-up, a Guest U e a BGuest, começou a diversificar a oferta de produtos para aplicações móveis, aumentando a capacidade de interagir com mais hóspedes.

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