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Huub com EUA na mira

A empresa, que já captou 4,3 milhões de euros de investimento, vai avançar com uma nova ronda em 2020, para alavancar o crescimento em novos mercados, como o americano.

27 de Junho de 2019 às 13:00
Luís Roque, Tiago Paiva, Pedro Santos e Tiago Craveiro criaram a Huub em 2015. Paulo Duarte
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Foi fundada fora da lógica normal do conceito de start-up: não se instalou em ambiente de incubação, não testou primeiro o mercado, e prescindiu da necessidade de captação de investimento inicial. A Huub, empresa que oferece soluções de logística integradas, através de uma plataforma própria, a marcas de retalho independentes, surgiu pela mão de quatro sócios, colegas de faculdade e de estágio, para resolver uma necessidade do mercado. Luís Roque, atual CEO, Tiago Paiva, Pedro Santos e Tiago Craveiro, percecionaram, enquanto estagiários no grupo Sonae, a dificuldade sentida por marcas de retalho, na área da moda, em gerir toda a sua parte logística integrada.

Com a vontade empreendedora dos quatro e a experiência que estavam a adquirir, decidiram avançar com um projeto próprio para a gestão da logística através de uma plataforma designada de Spoke. Procuraram interessados e surgiu assim, em janeiro de 2015, o primeiro contrato com uma marca alemã, a Noe & Zoe. Como não tinham capacidade financeira, nenhum dos quatro deixou os seus locais de trabalho, tendo este projeto arrancado apenas com um colaborador, um armazém "low cost", no Porto e muita energia própria de quem acabou os estudos e inicia o percurso profissional. Três meses depois surgiu um novo contrato, com uma marca islandesa, mas nem assim os fundadores puderam dedicar-se a 100% ao projeto. "Mantivemo-nos nos nossos empregos por mais dois anos, até termos capacidade financeira", afirma Luís Roque.

A Huub prevê fechar o ano com 3,5 milhões de euros de faturação e uma equipa de 80 pessoas.

Com o crescimento do negócio, foi fundamental avançar com uma primeira ronda de investimento, para alavancar o projeto. Esta ronda superou as expectativas iniciais e a empresa angariou 4,3 milhões de euros. Primeiro uma tranche de 350 mil euros, depois de 2,5 milhões, através da Pathena, uma capital de risco portuguesa, e agora, mais recentemente, com um grande operador logístico internacional, a Maersk, que investiu 1,5 milhões de euros. "Esta operação foi muito importante para que possamos atingir outro patamar", explica Luís Roque. Escusando-se a revelar a percentagem dos investidores, Luís Roque afirma que os quatro fundadores mantêm o controlo acionista.

A maior ambição passa agora por marcar presença nos Estados Unidos, mercado muito competitivo, onde seria impossível entrar sem mais investimento. "Este é o nosso segundo maior mercado em termos de distribuição, e o primeiro em custos. Abrir um hub com os clientes atuais já reduz os nossos custos", afirma Luís Roque. A entrada da Maersk vem alavancar esse objetivo, pois o gigante detém uma das maiores empresas de armazenagem dos Estados Unidos e tem operações montadas com clientes como a Wal-Mart e a Macy's. Para dar esse salto, a Huub vai avançar com uma nova ronda de investimento que acontecerá no segundo semestre de 2020.

Tome nota

Um acelerador de marcas de moda

Assume-se como um acelerador de marcas, pois cresce com elas. O seu modelo de negócio passa por um pagamento fixo mensal que permite fidelizar os clientes.

A empresa tem mais de 50 marcas
Com mais de 50 marcas no seu portefólio, faz a gestão, através da plataforma digital que desenvolveu, de toda a cadeia de abastecimento e de todas as necessidades logísticas das marcas que ficam assim libertas para apostar no seu negócio. Esta plataforma permite ao cliente controlar todo o processo em tempo real e intervir em caso de necessidade. São marcas oriundas de 18 países e vendem para 120 mercados, ou seja, para quase todos os pontos do mundo. A Huub tem acordos com 15 operadores logísticos como UPS, DHL e parceiros locais, como os serviços de correio.

Barcelona é a próxima abertura
A empresa tem presença física na Maia, na Holanda e vai abrir um espaço logístico em Barcelona. "O nosso objetivo não é tanto absorver marcas espanholas para o hub de Barcelona mas aproximarmo-nos do centro de produção e da procura. Quanto mais reduzirmos a distância de entrega mais melhoramos o nosso nível de serviço e mais baixamos os custos", afirma Luís Roque.

Resultados mais do que duplicam
A Huub estima fazer crescer em 2,6 vezes o seu volume de negócios em 2019. Em 2018 faturou cerca 1,3 milhões de euros, mas prevê que no final deste ano atinja os 3,5 milhões de euros. Também a equipa, atualmente nos 60 colaboradores deverá atingir os 80 até ao final do ano. 

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